15/01/2015 às 09h19min - Atualizada em 15/01/2015 às 09h19min

ELEFANTE OU GALINHA?

Lenda ou realidade? O elefante tem mesmo memória excepcional, diferenciada? Deve ter, pois há séculos se diz que possui memória de elefante quem possui facilidade de guardar datas de aniversário e números de telefones sem anotar.

No Banco do Brasil, agência em Leopoldina, o colega Sebastião Barbosa Pinto recebeu com agrado a alcunha de Sebastião “Boa Cabeça”, porque sabia as placas de todos os carros de Leopoldina.

Dizem que o Marcelo, funcionário do Supermercado Fonte, sabe as placas de todos os carros e os números de todos os telefones leopoldinenses.

O boníssimo Dr. Joaquim Furtado Pinto sabia o nome de todas as pessoas de todas as famílias de nosso município e isso, certamente, era uma colaboração eficaz na época das campanhas políticas. Quem não gosta de se saber conhecido (a) pelo nome?

Pessoalmente, nunca me esqueço de saldar meus compromissos de qualquer espécie e, por outro lado, nunca me esqueço de quando alguém está me devendo, seja uma agulha, seja uma ave, seja pequena quantia. Em feliz compensação, tenho invejável memória para as gentilezas recebidas, para todas as coisas boas que tenham sido feitas a mim, a meus familiares e a meus amigos, ficando sempre na espera de oportunidade para a justa retribuição.

Em outubro de 1964, juntamente com cinco outros colegas, fui aprovado em concurso nacional e empossado na agência em Ubá do Banco do Brasil. Agora, em 2014, para comemorar tal efeméride em companhia de nossas esposas, os quatro sobreviventes nos reunimos e foi unânime a certeza de que todos temos “memória de elefante”, lembrando-nos de acontecimentos cinquentenários, que nos distraíram festivamente durante três belíssimos dias, todos a contar causos & causos desde a época de nossa posse há 50 anos, a rir muito, a sentir muita saudade.

E galinha, tem ou não tem memória? A galinha faz ou escolhe um ninho, memoriza sua localização e ali coloca seus ovos. Por outro lado, ela não memoriza quantos ovos já produziu, tanto assim que se pode colher diariamente o ovo que ela continua a usar o mesmo ninho.

Meu vizinho José do Carmo Vasconcelos, para nós o Zé da dona Geni, tem galo e galinhas, que memorizaram exatamente o local onde há uma pequenina fresta em nossa cerca de divisa. Usando-a, chova ou faça sol, diariamente nunca se esquecem de aparecer na porta de minha cozinha querendo comida. O belíssimo e gentil galo carijó do pescoço-pelado parece cantar “eu estou aqui”. Gentil sim, pois não começa a comer enquanto suas fêmeas não se mostram saciadas.

A gente não consegue esquecer qual a melhor cor de massa e a procedência de abacaxis, pois sempre, até em horários impróprios, sofre perturbação auditiva com uma gritaria exagerada de um velho caminhão, com som de péssima qualidade, anunciando “abacaxi da massa amarela, abacaxi de Marataízes”.

            O Carlos Alberto Parreira, supervisor da seleção do Felipão na Copa de 2014, tem dito que o povo brasileiro já esqueceu o 7 x 1, mas ele não se esquece, pois sempre que pode repete: “o povo brasileiro não se lembra mais da tunda levada da seleção alemã”.

Sem pagar direitos autorais, transcrevo uma frase proferida recentemente pelo Papa Francisco: “uma visita ao cemitério pode nos ajudar a ver vários nomes de pessoas que talvez se achassem imortais, imunes e indispensáveis”.

 

Acrescento: os pirrônicos, os sovinas, os gananciosos, não se esqueçam de que não são eternos e que, com absoluta certeza “o último pijama não tem bolso”.

E a vida segue. De minha parte, ficam a esperança e os votos de que 2015 seja melhor que 2014 para todos.

Como disseram e continuam dizendo Lulu Santos e Nelson Mota:

“Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa. Tudo sempre passará. Tudo muda o tempo todo. Não adianta fugir, nem mentir para si mesmo agora”.

 

 

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