Antigamente, era um ou outro que aparecia, aborrecendo quem estivesse quietinho em seu canto. Agora, a turma perdeu a vergonha e ataca sem cessar.
Se você elimina um indivíduo na expectativa de conseguir paz, outros, sempre solidários, aparecem sem temor e talvez até com mais ferocidade.
São criaturas que foram não sei aonde, para serem bem treinadas e assim sempre encontram um modo de “chupar o sangue” de quem deseja sossego, deseja ficar longe delas.
São seres nocivos, agressivos, sem consideração com ninguém, pouco lhes importando se a vítima tem alta posição social, se é branco, afro ou mestiço, se é pobre, rico ou remediado.
Uma característica da abominável turma dos PTs é o hábito de pensar diuturnamente que é lobisomem em noite de lua cheia. Parecendo nascer do nada, eles, sorrateiros, surgem quase sempre na calada da noite para azucrinar, para tão-somente atazanar a vida de quem apenas deseja dormir em paz.
Já li que está cientificamente comprovado que, quando dois PTs, macho e fêmea, se entrosam para agir em dupla, a ação massacrante é pior. Você já observou – ou já ouviu dizer – que, bem entrosados, ele e ela têm tarefas diferentes? O macho faz barulho, desvia a atenção da vítima e a fêmea surge, traiçoeira, e lhe suga o sangue com disposição.
Os PTs são tão pequenos que, se há desavença entre eles, nunca se fica sabendo, porque a impressão que predomina é a de uma ação bem planejada com mútua confiança, fadada sempre a obter absoluto sucesso. Eles só atacam “na certa”! Nunca me foi possível pegar um único PT para lhe arrancar uma asa e obter dele o código para decifrar seus planejamentos secretos. Será que, se eu pegasse um deles, ouviria “eu apenas cumpro ordens”?
Quando os vejo atacando, sinto-me impelido a tentar cortar as asas de todos, machos e fêmeas, exterminar por completo a praga que se instalou em Leopoldina há muitos anos. Como, se são escorregadios, parecem ter pacto sinistro, em que cada um é expert em salvar a pele do outro? Sem nenhuma consideração com quem precisa descansar, são solidários na missão principal, a de tirar o sangue alheio.
Fato é que, em Leopoldina, eu só vejo uma pessoa capaz de mandar combater os PTs e obter êxito, desde que resolva obrar com firmeza.
Só o prefeito Dr. José Roberto de Oliveira! Para tanto, porém, é preciso que ele sinta diretamente na pele a ação dos PTs.
É preciso que o Sr. Prefeito passeie a pé de bermuda (de preferência nas cercanias do córrego Feijão Cru) ou que ele, no perímetro urbano, transite devagarzinho com o vidro abaixado de seu carro ou que ele durma de janela aberta e sem usar cortinado em sua cama de casal.
Se o Sr. Prefeito assim proceder, ele verá como é horrível ser atacado por uma nuvem de PTs, um enxame de Pernilongos Tresloucados. E aí, declarando odiosa guerra a eles, dirá, como que representando cada um de seus munícipes, plagiando o então vereador RoqueSchettino, em histórica e inesquecível frase no milênio passado na Câmara de Vereadores: “estou de veras estarrecido”. , &nbs