09/04/2015 às 17h04min - Atualizada em 09/04/2015 às 17h04min

Livrai-nos de todo o mal.. Amém!

Será que algum político pode considerar-se imune à ganância do poder através de impostos abusivos? O aumento dos salários dos políticos, rapidamente concedido e aceito numa surdina compartilhada, foi mais uma das violências ao respeito pelos momentos que atravessamos, e sem a mínima reflexão, só pensaram em enriquecer o patrimônio.

Afinal, em que se basearam para justificarem o aumento dos seus próprios salários em cerca de 30%? Pelo bom desempenho na economia? Assim, o salário dos políticos, sem excelência, tornou-se ainda mais um fardo, um assalto ao bolso dos contribuintes, um desperdício que o Brasil vem sofrendo, reforçando benefícios abusivos e uma viciosa corrupção. Todos os políticos apontam dedos acusadores entre uns e outros, alicerçando-se em falácias sem, na realidade, procurarem soluções urgentes que a sociedade, no geral, necessita. Mas, para isso seria necessário sair da crise que os falaciosos provocaram. Restam promessas, mentiras, ética escarnecida.

Discutem-se no parlamento, na assembléia, os abusos da corrupção e seus malefícios, sem que se almejem resultados práticos, arrastando-se em prerrogativas, enquanto o povo continua a sofrer com as enchentes e, no paradoxo, com a falta de água, a falta de vias de acesso condignas, o controle da violência cada vez mais impositiva, o ensino público degradado, os hospitais públicos a necessitarem de urgente solução, a rede ferroviária ignorada nas promessas de diversas campanhas. Mas os gastos continuam em alta, em uma máquina administrativa incompetente e usurpadora.

A estrutura é milionária, idealizada em pomposas contratações inúteis. Mas o povo paga através de seu trabalho, quantas vezes da mais sacrificada vivência, para que o dinheiro vá parar no esgoto dos bolsos de parasitas aduladores de um poder que imaginam possuir, para fazerem o que bem entenderem. Afinal, parece que o dinheiro público é de ninguém e só os políticos têm acesso ilimitado a ele. Não há preocupações em se aumentarem os ministérios, enquanto se alardeia a necessidade de apertar os gastos porque a situação está para além de grave. Há falta de dinheiro para injetar na base fundamental do bem estar da população.

Fala-se em reforma política. Isso é assunto de falácia, elaborada nos corredores palacianos. Roubo, corrupção, mentiras, recursos ardilosos para benefícios pessoais, não estremecem as suas consciências.

Não faz tempo que Dilma, num momento de sensibilidade, lembrou a violência sofrida nos tempos da ditadura, e com emoção embargou a voz, contendo algumas lágrimas.  Essa atitude surpreendeu. Ela era um ser humano. Mas, infelizmente, à parte o dramatismo de ocasião, a realidade é mais pungente do que se supõe. Todo o drama vivido no tempo da ditadura teve, como consequência, entre mortos e desaparecidos, 327 revolucionários, e isto decorreu no período de 1964 até 1985! 21 anos. Só que na atual democracia de máscaras afiveladas, tivemos em 1 ano cerca de 50.000 mortos, devido à violência urbana e à falta de estrutura dos hospitais públicos. Daqui podemos deduzir o quanto à sensibilidade matriarcal consegue vivenciar.

Quanto às reformas políticas, deixem o povo decidir. E quanto à realeza de psicopatas e estelionatários, deviam ter um rumo certo: rua.

Tentem depois trabalhar em empresas privadas que, certamente, sem privilégios, serão rapidamente despedidos por justa causa.

(*)Vítor Brandão é jornalista, português, radicado em Leopoldina

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