15/10/2015 às 08h27min - Atualizada em 15/10/2015 às 08h27min

O Mundo Espiritual não é uma abstração

José de Paiva Netto

Paiva Netto

Ao falar em Vida Extrafísica, refiro-me à existência vigente após o fenômeno chamado morte. O Mundo Espiritual, gosto de reiterar, não é algo abstrato, indefinido. Ele realmente existe, pleno de vibração e trabalho. Não o vemos ainda, por uma questão de frequência, obstáculo a ser desvendado pela atividade científica e suplantado pela evolução dos sentidos físicos, que se abrirão para novos céus e novos mundos. Disse Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista: “(...) Meu Pai não cessa de trabalhar, e Eu com Ele. (...) Não se turbe o vosso coração; crede em Deus, crede também em mim. Na Casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, Eu o teria dito a vós. Vou preparar-vos lugar. E, se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais comigo” (Evangelho, segundo João, 5:17 e 14:1 a 3).

Estabelecem-se, de forma clara, na palavra do Divino Pedagogo, a existência e a atuação ativa, militante, do Mundo Espiritual sobre o material, por meio, por exemplo, dos Anjos Guardiães. Desse modo, é necessário que todos estejamos conscientes desse intercâmbio e saibamos lidar com essa realidade ainda invisível.

Rui Barbosa (1849-1923), notável jurisconsulto brasileiro, jornalista, escritor, embaixador, diplomata (denominado a “Águia de Haia”), parlamentar, ministro da Fazenda, estadista, captou este sublime propósito: “A morte não extingue, transforma; não aniquila, renova; não divorcia, aproxima”.

O Profeta Muhammad (560-632) — “Que a paz e as bênçãos de Deus estejam sobre ele!” — registra no Alcorão Sagrado: “Cada [um] tem protetores. Escoltam-no em turnos sucessivos, por ordem de Deus”.

O ensejo recorda-me o pronunciamento de Sua Santidade, o papa João Paulo II (1920-2005), em 2 de novembro de 1983 — que citei na revista Boa Vontade, edição 223, na minha página “Não há morte em nenhum ponto do Universo” —, ao dirigir-se aos fiéis reunidos na Basílica de São Pedro, em Roma: “O diálogo com os mortos não deve ser interrompido, pois na verdade a vida não está limitada pelos horizontes do mundo (...)”.

Daí a precisão de meditarmos sobre esse ponto. É compreensível que sintamos falta dos que partiram. Todavia, não nos devemos exceder em lágrimas, porque a nossa aceitável dor pode perturbar-lhes, no Plano Espiritual, a adaptação à nova conjuntura.

E prossigo no mesmo documento: (...) Doutora em Língua Hebraica, Literatura e Cultura Judaicas pela Universidade de São Paulo — USP, a professora Jane Bichmacher de Glasman explica que “no pensamento judaico, vida e morte formam um todo, sendo aspectos diferentes da mesma realidade, complementares uma da outra”.

Vemos, portanto, que, sem o Mundo Espiritual, a jornada humana não teria sentido.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

[email protected]www.boavontade.com

 

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