29/10/2015 às 08h37min - Atualizada em 29/10/2015 às 08h37min

MAURO DE ALMEIDA PEREIRA (II) – Leopoldina-MG – 1968

Sr. Mauro era realmente um apreciador da boa música, das viagens, da boa leitura, enfim, conversar com ele sempre era uma aula de novos conhecimentos.

Serginho do Rock e Sr. Mauro combinaram realizar “saraus” culturais e escolheram as 5ªs feiras, à noite, na residência do historiador.  Dentre outros fui convidado e passei a participar dos eventos.

Ouvia-se óperas e MPB; comentava-se sobre filmes; falava-se sobre livros; enfim, havia um ambiente para ampliação do conhecimento, além de se exercitar a consciência crítica.

Por exemplo, Sr. Mauro tinha um hábito (que assimilei e que faz a diferença) de somente ouvir quaisquer músicas clássicas, óperas ou orquestras sinfônicas, com as luzes ambiente apagadas (sim, no escuro) de forma que nada houvesse para distrair atenção do ouvinte.

Assim, lembro-me - até hoje – de quando em sua residência eu e outros presentes (dentre os quais, Serginho do Rock) ouvimos a ópera La Traviata, cujo enredo, traduzido pelas notas musicais, era-nos narrado pelo Sr. Mauro ...e somente as luzes do som estereofônico iluminavam o ambiente. ...Lindo!!!

Sinceramente, tal ambiente e mantidas as devidas proporções, levava-nos imaginar estar numa das grandes casas de ópera mundiais, sobre as quais Sr. Mauro também nos deliciava com suas informações e narrativas quanto aos detalhamentos históricos e artísticos de cada uma delas.

Outro evento foram as sessões de slides e fotos registradas pelo leopoldinense José Augusto Furlani, que havia retornado de viagem a quase 60 países – como mochileiro -  após um curso de pós-graduação em engenharia florestal, na França.   Foram dias e dias para exibição de quase 5.000 slides e fotos, além de objetos artesanais e/ou folclóricos de muitos dos países visitados.

Certa feita chega Serginho do Rock trazendo um mochileiro argentino, Ernesto Bataglia, que, naquela noite, foi o “astro” da reunião. Falou sobre Argentina, tango, samba, teatro Colón, Corrientes, La Boca, e, no final, deixou-nos seu endereço em Buenos Aires, fazendo um convite para receber cada um de nós na residência dos seus pais, em retribuição ao acolhimento com que foi contemplado.

Das viagens, lembro-me da narrativa da viagem a Manaus que fizeram Sr. Mauro e Dª Alzira.  As fotos exibidas por ele do encontro das águas dos rios Negro e Solimões formando o majestoso Amazonas, causando olhares de surpresa, quando ele disse que, para ver e crer, ele não resistira e enfiara a mão n’água.

Quanto ao encontro das águas, Teatro Amazonas, a Alfândega, o Mercado, o Porto de Manaus, suas narrativas fizeram-se realidade para mim quando, em 1986, tive a oportunidade de visitar Manaus juntamente com minha esposa e “rever” todos aqueles monumentos.

Quanto ao Sr. Mauro, agradeço sempre a oportunidade de tê-lo conhecido e usufruído dos seus conhecimentos, simpatia e alegria de viver.

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