08/05/2016 às 15h15min - Atualizada em 08/05/2016 às 15h15min

Pessoa ou Partido? E aí?

Max Alan Matheus
O resultado da enquete deixa clara a preferência pelo candidato em detrimento do partido.  Fato este bem compreensivo num país com uma absurda quantidade de partidos sem nenhuma ideologia clara ou original.



 É preciso entender, infelizmente, que em raríssimos casos as pessoas são incorruptíveis. Temos diversos exemplos de pessoas que gozavam da mais alta confiança e prestígio da sociedade por sua aparente conduta ilibada e de combate à corrupção e, depois assistimos o desmascaramento público dessas pessoas. Um exemplo que podemos citar rapidamente é do ex-promotor Demóstenes Torres. Mais recentemente o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa foi acusado de se utilizar de artifícios ilegais para sonegar imposto na compra de apartamento em Miami. Mas as pessoas votam sempre na esperança de estarem acertando.

 Acredito que a razão de todos ou pelo menos quase todos os males do sistema político nacional é o modelo atual adotado. Um modelo que enfraquece os partidos e dá força para a proliferação de pequenas legendas, ditas: “partidos de aluguel”. Com isso as pessoas não têm alternativas, senão votar neste ou naquele candidato na esperança de que o mesmo faça alguma coisa decente em prol da população. Tem gente que chega a dizer: ele rouba, mas faz. Um exemplo disso é o agora Deputado Paulo Maluf de São Paulo.

Tenho plena convicção que chegou a hora de eleger uma nova Assembleia Constituinte. Precisamos reformar profundamente nosso sistema político. E isso, não pode ser feito pelo atual congresso, seria colocar a raposa para vigiar o galinheiro. Essa e outras reformas estruturais necessárias para o Brasil tem que ser feitas por eleitos apenas para tão nobre tarefa.

Acredito, portanto, que chegamos ao fundo do poço, e que não se pode mais esconder a realidade. Toda essa corrupção que estamos vendo é facilitada e até incentivada pelo modelo político-eleitoral vigente. Se não mudarmos isso tudo continuará conforme está. A proibição de doações por empresas foi um passo importante, mas não suficiente.
Assim, concluímos que a limitação do número de partidos, a fidelidade partidária, o voto distrital misto e outras mudanças profundas pode trazer ao eleitor a vontade de votar por uma ideologia e não puramente nesta ou naquela pessoa. Seria uma vontade mista, que levaria em conta a pessoa, mas também a ideologia defendida por seu partido. Ideologia esta que esta pessoa teria o compromisso inarredável de seguir.

(*)Bacharel em Direito pela Faculdades Doctum,  Habilitado pela OAB/MG; Especialista em Direito Público pela Universidade Cândido Mendes/Plenarius; Extensionista no curso LFG, Oficial de Justiça Avaliador do TJMG; Eletrotécnico formado pelo Cefet-MG; pós graduando em Direito penal e processo penal pela Universidade Cândido Mendes/Prominas; pós graduando em Direito empresarial e Processo Falimentar pela Universidade Cândido Mendes/Prominas e colunista do GLN.
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