08/05/2016 às 15h20min - Atualizada em 08/05/2016 às 15h20min

Samba do Crioulo Doido

Nelson Vieira Filho
Sei apenas que foi na época do governo militar,  quando o Brahim Elias Sleiman, o Dr. José do Carmo “Barbosinha” Barbosa Filho e o inigualável Jair de Almeida Lacerda vieram até minha casa e me convidaram para ser candidato a Prefeito.Surpreendido mas receptivo, telefonei à vista deles para papai, que disse  um  categórico não ao ouvir que era pelo MDB, pois ele era ARENA convicto. Papai se incluía entre os 5% que votam em partido e me salvou de levar uma tunda imensa, pois o concorrente seria o imbatível Dr.Joaquim Furtado Pinto, cuja memória reverencio com saudade.

Nos grandes centros - e Leopoldina não é um deles -  há um considerável contingente de eleitores que vota no partido. Hoje, acho que em Leopoldina apenas o pessoal do PT vota em partido. Há duas maneiras de se verem os 32% que afirmaram olhar o partido e o candidato. Ou se escolhe o partido e dentro dele o candidato ou se repudia um partido   e, fora dele, se escolhe o candidato.

É cristalina certeza que a pesquisa em questão “ao votar você leva em consideração o Partido ou o candidato?”mostrou resultado que espelha a maneira de como vota o eleitorado  leopoldinense. Vota no candidato, pois até nosso atual Prefeito, filiado ao PSC, pode ter votado para deputado em candidatos do PSDB.

A massa eleitoral, que prepondera com 63%, não tem,  em Leopoldina,  como votar no partido, pois os atualmente anunciados como possíveis candidatos são filiados  a partidos nanicos, ao  PSC, ao  PSD, ao PHS e ao PRB que, verdade se registre, 98% do eleitorado nada sabem sobre eles.




Em outro país, em que há prévias etc., diriam: não vote no Brênio, porque ele é do PSD do Kassab, não vote no José Roberto, porque ele é do PSC do Bolsonaro, não vote no Marco Antônio porque ele é do PRB do George Hilton, não vote no Marcinho Pimentel porque ele agora é do PHS, onde ninguém conhece ninguém. Se se confirmarem o que se fala nos cantos da rua, José Roberto e Marcinho ficarão juntos, admitindo-se então que José Roberto e Bené Guedes estarão no mesmo palanque, pois o partido do Marcinho é presidido pelo Bernardo Guedes, filho do Bené.

Não ouço dizer quem será o vice do Marco Antônio, mas do PT não será, pois ele de lá saiu muito recentemente. O PT não se atreverá a ter candidato próprio, mas tem vereadores atuais com merecida chance de serem reeleitos.

Pensemos hipoteticamente: de um lado, Bené apoiando José Roberto, do outro, DEM &  PT, de mãos dadas, todos juntos em uma só emoção.
Fato é que “a política é como as nuvens, muda sempre de lugar” e “ainda vai passar muita água debaixo da ponte”, mas, “pelo andar da carruagem” é inevitável que tenhamos, nas próximas eleições em Leopoldina, um verdadeiro e antes inimaginável  “Samba do Crioulo Doido”.
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