Não há nada mais maravilhoso que uma mulher com a mente alegre. Ter a mente alegre não é o mesmo que ficar simplesmente manifestando contentamento de forma ruidosa. É não ter rancor ou ódio do próximo. Isto porque não há como viver com a mente alegre mantendo rancor por alguém. Rancor é sentimento que as almas penadas mantêm, e nunca ouvi história de alma penada alegre. Inevitavelmente elas são tristes, além de macérrimas e pálidas.
Por este princípio, quem vive com a mente rancorosa ou cheia de ódio tende a adoecer. E quem adoece não é o outro, alvo desse rancor ou ódio. É a própria pessoa que mantém esses sentimentos negativos quem adoece ou torna-se infeliz, portanto, acaba em situação ainda mais lamentável. E continuar nessa situação não lhe possibilitará reerguer-se desse infortúnio ou dessa doença. Desenganada da vida, acabará morrendo ressentida, odiando, amaldiçoando. Não deixa de ser uma forma de viver, mas uma vida amarga, sofrida, que não reco -
mendo a ninguém. Assim, concluímos que o melhor é o contrário disso: retirar da mente o rancor e o ódio, e, com alegria e bondade, viver uma vida agradável e feliz.
Sendo assim, como podemos ter a mente alegre? Pensando no lado positivo, no lado afortunado da vida. Por exemplo, você já se levantou de manhã, mas seu marido continua dormindo. Pensa "Por que raios ele não pode levantar-se mais cedo?". Mas, já imaginou se ele tivesse morrido durante a noite?
Seria terrível, e a essa hora você estaria preocupando-se com os preparativos do funeral. Quem sabe, receberia ordem de despejo da casa onde mora. Mas isso não acontecerá, pois ele está vivo. Pense assim e agradeça: "Muito obrigada". Aí você deixará de se irritar com o marido dorminhoco e poderá "expulsá-lo da cama" com palavras carinhosas.
Suponha que seu filho, por acidente, quebrou uma tigela. Em vez de ficar zangada e explodir, pense que "ele desejou ajudar a mamãe". Quem sabe, o frio tenha entorpecido a mão dele e, por isso, acabou derrubando a louça. Uma tigela pode ser reposta comprando outra, mas teria sido terrível se, no acidente, seu filho tivesse decepado um dedo. Pense "Graças a Deus, os dedos dele estão inteiros. Muito obrigada", e sua mente enfurecida, prestes a explodir, serenará.
Para começar, não é um fato extremamante comovedor esse filho ter crescido tanto, a ponto de ser capaz de quebrar uma louça? Quando era um bebezinho de peito, não tinha capacidade para isso. Também o acidente não teria acontecido se uma doença o tivesse paralisado fisicamente. Tal incidente deixa de ter importância, se o considerar uma lição de aprendizagem, no processo de desenvolvimento da criança.
Se, em outra situação hipotética, o filho foi reprovado no exame vestibular, isso também não é nada grave. Existe o próximo ano. Seria terrível se ele se desesperasse e acabasse com a própria vida. Também seria ruim se ele estivesse doente. Nesse mundo, todo fracasso é importante lição para o aprendizado. As pessoas desenvolvem-se através dos fracassos. Devemos criar os filhos para que se tornem pessoas que, em vez de temer, superem todos os fracassos e absorvam deles nutrientes para a alma se desenvolvendo vigorosamente.
É a esse tipo de mãe - alegre, com o coração bondoso e carinhoso - que chamamos tesouro deste mundo.
Professor Seicho Taniguchi
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