O Cantinho Musical , com a alma lacrimejando , abre este espaço e o coração para receber respeitosamente uma relíquia poética deixada por um artista que conhecia profundamente todos os problemas da humanidade e manifestava com um lirismo brilhante em suas peças musicais sendo reverenciadas, harmoniosamente, pelo amantes da boa poesia : “ BELCHIOR “.
Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes nasceu em Sobral, no dia 26 de outubro de 1946 é um cantor e compositor brasileiro. Foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso nacional em meados da década de 1970. Belchior surgiu musicalmente em uma geração chamada de O Pessoal do Ceará, com expoentes como Fagner, Amelinha e Augusto Pontes, no fim dos anos 1960. Foi uma geração importante, influenciada pelo Tropicalismo. Trouxeram uma nova atitude poética e de comprometimento regional, diferente da forma tropicalista mais generalizada” . Belchior trouxe simplicidade e sofisticação de pensamento para a música.. Ele aborda a psicanálise de uma maneira tão simples e natural em 1970. Essa naturalidade encontrou eco nessa juventude. O cantor foi um dos grandes da música brasileira a enfrentar a ditadura.. Ele foi perseguido porque fez versos duros contra os militares, contra a rigidez dos gêneros. Ele fez uma música mais aberta do ponto de vista da sexualidade . Nos últimos anos, Belchior assumiu uma postura que evidenciou uma incompatibilidade social. Ele procurou a reclusão e o anonimato. Não gostava dos rumos da sociedade e não se adaptava a eles . Em 1995, parou de gravar inéditas e parou de escrever poesia. Foi se afastando do convívio social . Suas músicas são ora líricas, ora de protesto-denúncia, falam de horror e de amor, de caos e de esperança, de poetas e de prostitutas, de Deus e do diabo, de trovadores e de viciados, de sonhadores e de anarquistas, de apaixonados e de suicidas. No que concerne à dimensão verbal, as canções de Belchior representam um verdadeiro “caso de amor” com a palavra.
Passemos agora ao desfile das belas poesias musicais desse cantor e compositor que partiu como “ um rapaz latino-americano “ , levando consigo em um bornal cearense as maravilhas de suas composições artísticas . Iniciaremos com uma canção que se eternizou na maravilhosa voz e brilhante interpretação de ELIS REGINA . O tema musical versa sobre um choque de gerações expresso na beleza de cada verso , utilizando as mais belas manifestações metafóricas na comparação lírica “ COMO NOSSOS PAIS “ . [ “ / Não quero lhe falar / Meu grande amor /Das coisas que aprendi / Nos discos / Quero lhe contar como eu vivi / E tudo o que aconteceu comigo / Viver é melhor que sonhar / Eu sei que o amor / É uma coisa boa / Mas também sei / Que qualquer canto / É menor do que a vida / De qualquer pessoa / Por isso cuidado, meu bem / Há perigo na esquina / Eles venceram e o sinal / Está fechado pra nós / Que somos jovens / Para abraçar meu irmão / E beijar minha menina na rua / É que se fez o meu lábio / O meu braço e a minha voz / Você me pergunta / Pela minha paixão / Digo que estou encantado / Como uma nova invenção / Vou ficar nesta cidade / Não vou voltar pro sertão / Pois vejo vir vindo no vento / O cheiro da nova estação / E eu sinto tudo na ferida viva / Do meu coração / Já faz tempo / E eu vi você na rua / Cabelo ao vento / Gente jovem reunida / Na parede da memória / Esta lembrança / É o quadro que dói mais / Minha dor é perceber / Que apesar de termos / Feito tudo, tudo, tudo / Tudo o que fizemos / Ainda somos os mesmos / E vivemos / Ainda somos os mesmos / E vivemos / Como os nossos pais / Nossos ídolos / Ainda são os mesmos / E as aparências, as aparências / Não enganam, não / Você diz que depois deles / Não apareceu mais ninguém / Você pode até dizer / Que eu estou por fora / Ou então / Que eu estou enganando / Mas é você / Que ama o passado / E que não vê / É você / Que ama o passado / E que não vê / Que o novo sempre vem / E hoje eu sei, eu sei / Que quem me deu a ideia / De uma nova consciência / E juventude / Está em casa / Guardado por Deus / Contando o seus metais / Minha dor é perceber / Que apesar de termos / Feito tudo, tudo, tudo / Tudo o que fizemos / Ainda somos / Os mesmos e vivemos / Ainda somos / Os mesmos e vivemos / Ainda somos / Os mesmos e vivemos / Como os nossos pais / . “ ] .
Além de “ Como Nossos Pais “ , esta composição evidencia os choques geracionais,. “Ela também foi gravada por Elis Regina virou referência no cenário musical . Era um manifesto da sua condição de juventude, que reforçava a visão de que aquele grupo social tinha necessidade de libertação do antigo , em uma proposta poética de arquivar definitivamente a “ VELHA ROUPA COLORIDA “ . [ “ / Você não sente, não vê / Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo / Que uma nova mudança em breve vai acontecer / O que há algum tempo era novo, jovem / Hoje é antigo E precisamos todos rejuvenescer / Nunca mais teu pai falou: She's leaving home / E meteu o pé na estrada like a Rolling Stone / Nunca mais você buscou sua menina / Para correr no seu carro, loucura, chiclete e som / Nunca mais você saiu à rua em grupo reunido / O dedo em V, cabelo ao vento / Amor e flor que é do cartaz / No presente a mente, o corpo é diferente / E o passado é uma roupa que não nos serve mais / Você não sente, não vê / ...... / (BIS ) / Como Poe, poeta louco americano / Eu pergunto ao passarinho: Blackbird, o que se faz? / Raven never raven never raven / Blackbird me responde / Tudo já ficou pra trás / Raven never raven never raven / Assum-preto me responde / O passado nunca mais / Você não sente, não vê / Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo / Que uma nova mudança em breve vai acontecer / O que há algum tempo era novo, jovem / Hoje é antigo / E precisamos todos rejuvenescer / E precisamos rejuvenescer / . “ ] .
Belchior tinha uma visão aguçada para os problemas sociais e psicológicos e sabia , como ninguém , transformá-los em obras musicais . Esta canção retrata um comportamento comum refletido no convívio da família onde cada personagem guarda consigo grandes enigmas da sua própria vida . A composição expressa cena familiar , representada pelas pessoas que se reúnem “ NA HORA DO ALMOÇO “ . [ “ / No centro da sala, diante da mesa, / No fundo do prato, comida e tristeza. / A gente se olha, se toca e se cala / E se desentende no instante em que fala. / Medo. Medo. Medo. Medo. Medo. Medo / Cada um guarda mais o seu segredo, / A sua mão fechada, a sua boca aberta / O seu peito deserta, sua mão parada, / Lacrada e selada, / E molhada de medo. / Pai na cabeceira: "É hora do almoço." / Minha mãe me chama: "É hora do almoço." / Minha irmã mais nova, negra cabeleira. / Minha avó me reclama: "É hora do almoço!" / Ei, moço! / E eu inda sou bem moço pra tanta tristeza. / Deixemos de coisas, cuidemos da vida, / Senão chega a morte ou coisa parecida, / E nos arrasta moço sem ter visto a vida / Ou coisa parecida, ou coisa parecida, / Ou coisa parecida, aparecida. / Ou coisa parecida, ou coisa parecida, /Ou coisa parecida, aparecida. . “ ] .
Nesta bela canção , Belchior deixa nas entrelinhas não só a trajetória angustiante de sua vida , como se fora uma autobiografia , mas também uma crítica velada às repressões impostas pelo Regime Militar , através de uma vigilância nas composições , censurando qualquer manifestação poética que fizesse alusão ao momento político . A demonstração nesta bela composição é o modo simples de dizer : “ APENAS UM RAPAZ LATINO-AMERICANO “ . [ “ / Eu sou apenas um rapaz / Latino-Americano / Sem dinheiro no banco / Sem parentes importantes / E vindo do interior / Mas trago de cabeça / Uma canção do rádio / Em que um antigo / Compositor baiano / Me dizia / Tudo é divino / Tudo é maravilhoso / (BIS) / Tenho ouvido muitos discos / Conversado com pessoas / Caminhado meu caminho / Papo, som, dentro da noite / E não tenho um amigo sequer / Que ainda acredite nisso não / Tudo muda! / E com toda razão / Eu sou apenas um rapaz / Latino-Americano / Sem dinheiro no banco Sem parentes importantes / E vindo do interior / Mas sei / Que tudo é proibido / Aliás, eu queria dizer / Que tudo é permitido / Até beijar você / No escuro do cinema / Quando ninguém nos vê / ( BIS ) / Não me peça que eu lhe faça / Uma canção como se deve / Correta, branca, suave / Muito limpa, muito leve / Sons, palavras, são navalhas / E eu não posso cantar como convém / Sem querer ferir ninguém / Mas não se preocupe meu amigo / Com os horrores que eu lhe digo / Isso é somente uma canção / A vida realmente é diferente / Quer dizer / Ao vivo é muito pior / E eu sou apenas um rapaz / Latino-Americano / Sem dinheiro no banco / Por favor / Não saque a arma no "saloon" / Eu sou apenas o cantor / Mas se depois de cantar / Você ainda quiser me atirar / Mate-me logo! / À tarde, às três / Que à noite / Tenho um compromisso / E não posso faltar / Por causa de vocês / (BIS) / Eu sou apenas um rapaz / Latino-Americano / Sem dinheiro no banco / Sem parentes importantes / E vindo do interior / Mas sei que nada é divino / Nada, nada é maravilhoso / Nada, nada é secreto / Nada, nada é misterioso, não / Na na na na na na na na / . “ ] .
Esta bela canção expressa em seus lindos versos a história de um homem exilado durante a ditadura militar brasileira que , após a promulgação da Lei da Anistia , volta a seu país . Belchior demonstra a saudade de casa e de seu país , retratando a distância por meio das ilhas sempre tão longe do continente e o grande período de tempo por meio do blusão de couro que precisou de bastante tempo para se deteriorar . O eixo semântico do poema é a mensagem de querer tudo outra vez, querer, de certa forma, recuperar todo o tempo perdido em que esteve fora e distante : “ TUDO OUTRA VEZ “ . [ “ / Há tempo, muito tempo / Que eu estou / Longe de casa / E nessas ilhas / Cheias de distância / O meu blusão de couro / Se estragou / Oh! Oh! Oh!... / Ouvi dizer num papo / Da rapaziada / Que aquele amigo / Que embarcou comigo / Cheio de esperança e fé / Já se mandou / Oh! Oh! Oh!... / Sentado à beira do caminho / Prá pedir carona / Tenho falado / À mulher companheira / Quem sabe lá no trópico / A vida esteja a mil... / E um cara / Que transava à noite / No "Danúbio azul" / Me disse que faz sol / Na América do Sul / E nossas irmãs nos esperam / No coração do Brasil... Minha rede branca / Meu cachorro ligeiro / Sertão, olha o Concorde / Que vem vindo do estrangeiro / O fim do termo "saudade" / Como o charme brasileiro / De alguém sozinho a cismar... / Gente de minha rua / Como eu andei distante / Quando eu desapareci / Ela arranjou um amante / Minha normalista linda / Ainda sou estudante / Da vida que eu quero dar... / Até parece que foi ontem / Minha mocidade / Com diploma de sofrer / De outra Universidade / Minha fala nordestina / Quero esquecer o francês... / E vou viver as coisas novas / Que também são boas / O amor, humor das praças / Cheias de pessoas / Agora eu quero tudo / Tudo outra vez... / . “ ] .
O título dessa canção já anuncia sua natureza metadiscursiva ( significa : “ discurso sobre discurso “ , porque é totalmente permeada pelo poema homônimo de João Cabral de Melo Neto.. ). ‘A palo seco’, ou ‘cante puro’, é uma expressão espanhola que significa ‘cantar sem o acompanhamento de instrumentos . Ela marca na carne dos ouvintes uma mensagem maravilhosa , feita , magistralmente , por Belchior com sua lucidez política . Cria em suas linhas poéticas um canto de alerta , entoando uma realidade, sem muitos rodeios, sem mais nem mesmo, de olhos abertos, à palo seco. E podia até ser moda, porque as pessoas sempre acham que movimento social é moda . Ele quer que machuque, que corte, que deixe marca. Canta para que nós, que o ouvimos, sejamos atingidos por suas palavras , tendo esperança de que faremos alguma coisa, se esse canto conseguir chegar aos nossos corações. Por trás dessa magnífica canção escondem-se histórias e ideologias : “ A PALO SECO “ . [ “ / Se você vier me perguntar por onde andei / No tempo em que você sonhava / De olhos abertos, lhe direi: / Amigo, eu me desesperava / Sei que assim falando pensas / Que esse desespero é moda em 73 / Mas ando mesmo descontente / Desesperadamente eu grito em português / Mas ando mesmo descontente / Desesperadamente eu grito em português / Tenho vinte e cinco anos / De sonho e de sangue / E de América do Sul / Por força deste destino / Um tango argentino / Me vai bem melhor que um blues / Sei que assim falando pensas / Que esse desespero é moda em 73 / E eu quero é que esse canto torto / Feito faca, corte a carne de vocês / E eu quero é que esse canto torto / Feito faca, corte a carne de vocês / . “ ] .
Esta linda canção é o perfeito retrato de uma conceituação sublime sobre a pureza do amor e do valor real de uma verdadeira paixão . Belchior expressa , liricamente em cada verso, os momentos do prazer , mesclando filosoficamente a pureza da carne com a beleza da alma , o que valoriza os aspectos de um relacionamento amoroso cantado , decantado e contado com muita pureza através da “ DIVINA COMÉDIA HUMANA “ . [ “ / Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol / Quando você entrou em mim como um Sol num quintal / Aí um analista amigo meu disse que desse jeito / Não vou ser feliz direito / Porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual / Aí um analista amigo meu disse que desse jeito / Não vou viver satisfeito / Porque o amor é uma coisa mais profunda que uma transa sensual / Deixando a profundidade de lado / Eu quero é ficar colado à pele dela noite e dia / Fazendo tudo e de novo dizendo sim à paixão, morando na filosofia / Quero gozar no seu céu, pode ser no seu inferno / Viver a divina comédia humana onde nada é eterno / Ora direis, ouvir estrelas, certo perdeste o senso / E eu vos direi no entanto: / Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não eu canto / . “ ] .
Em estado alucinante , Belchior transcreve um cenário do cotidiano , demonstrando toda sua experiência com a realidade da vida e negando quaisquer raciocínios teóricos . Faz , poeticamente, uma linda trajetória comparativa dos momentos cruciantes que a vida nos oferece , rejeitando tudo que lhe parece supérfluo como fruto de sua “ ALUCINAÇÃO “ . [ “ / Eu não estou interessado em nenhuma teoria, / Em nenhuma fantasia, nem no algo mais / Nem em tinta pro meu rosto ou oba oba, ou melodia / Para acompanhar bocejos, sonhos matinais / Eu não estou interessado em nenhuma teoria, / Nem nessas coisas do oriente, romances astrais / A minha alucinação é suportar o dia-a-dia, / E meu delírio é a experiência com coisas reais / Um preto, um pobre, um estudante, uma mulher sozinha / Blue jeans e motocicletas, pessoas cinzas normais / Garotas dentro da noite, revólver: cheira cachorro / Os humilhados do parque com os seus jornais / Carneiros, mesa, trabalho, meu corpo que cai do oitavo andar / E a solidão das pessoas dessas capitais / A violência da noite, o movimento do tráfego / Um rapaz delicado e alegre que canta e requebra, é demais / Cravos, espinhas no rosto, Rock, Hot Dog, "play it cool, Baby" / Doze Jovens Coloridos, dois Policiais / Cumprindo o seu (maldito) duro dever e defendendo o seu amor e nossa vida / Cumprindo o seu (maldito) duro dever e defendendo o seu amor e nossa vida / Mas eu não estou interessado em nenhuma teoria, em nenhuma fantasia, nem no algo mais / Longe o profeta do terror que a laranja mecânica anuncia / Amar e mudar as coisas me interessa mais / Amar e mudar as coisas, amar e mudar as coisas me interessa mais. / “ ] .
Um dos intuitos para superar o acanhamento conquistador de um jovem foi estruturado por Belchior em uma canção simples em que , com temor da viagem em avião , serviu de motivo para a aproximação de sua amada , o que o tornou tranquilo diante da situação : “ MEDO DE AVIÃO “ . [ “ / Foi por medo de avião / Que eu segurei / Pela primeira vez a tua mão / Um gole de conhaque / Aquele toque em teu cetim / Que coisa adolescente / James Dean / Foi por medo de avião / Que eu segurei / Pela primeira vez a tua mão / Não fico mais nervoso / Você já não grita / E a aeromoça, sexy / Fica mais bonita / Foi por medo de avião / Que eu segurei / Pela primeira vez a tua mão / Agora ficou fácil / Todo mundo compreende / Aquele toque Beatle / I wanna hold your hand / Agora ficou fácil / Todo mundo compreende / Aquele toque Beatle / I wanna hold your hand / Aquele toque Beatle / I wanna hold your hand / Yeh, Yeh, Yeh! / Yeh, Yeh, Yeh! / Yeh, Yeh, Yeh! / Yeeeh! / . “ ] . O Cantinho Musical encerra , com enorme tristeza , esta apresentação dentre muitas belas manifestações do cancioneiro deste brilhante poeta , compositor e músico , com uma maravilhosa criação . Belchior explora, nesta bela canção, uma forma de dizer, nas entrelinhas com competente recurso literário, sua insatisfação , transmitindo um recado para as forças ocultas que impediam a sua alegria , expressando no poema em forma de lamento sua infelicidade , entretanto a força da canção não o deixa mudo , reagindo, através das poesias, contra a situação imposta pelo momento do regime autoritário . Busca, com a mais alta simplicidade, os símbolos que representam a sua felicidade : “ GALOS , NOITES E QUINTAIS “. [ “ / Quando eu não tinha o olhar lacrimoso, / que hoje eu trago e tenho; / Quando adoçava meu pranto e meu sono, / no bagaço de cana do engenho; / Quando eu ganhava esse mundo de meu Deus, / fazendo eu mesmo o meu caminho, / por entre as fileiras do milho verde / que ondeia, com saudade do verde marinho: / Eu era alegre como um rio, / um bicho, um bando de pardais; / Como um galo, quando havia... / quando havia galos, noites e quintais. / Mas veio o tempo negro e, à força, fez comigo / o mal que a força sempre faz. / Não sou feliz, mas não sou mudo: / hoje eu canto muito mais . / . “ ] .
“ SE VIVER É MELHOR QUE SONHAR “ , BELCHIOR ETERNIZA-SE PARA A VIDA ATRAVÉS DE SEUS SONHOS CRIADORES DE MUITAS INSPIRAÇÕES POÉTICAS . “ VOCÊ PODEM ATÉ DIZER QUE EU ESTOU POR FORA , OU ENTÃO QUE ESTOU INVENTANDO , MAS É VOCÊ QUE AMA O PASSADO ( OU É : É VOCÊ QUE É MAL PASSADO ? ) E QUE NÃO VÊ “ A IMPORTÂNCIA DESTE POETA E COMPOSITOR NO CENÁRIO DA CULTURA LITERÁRIA BRASILEIRA ? !! “