12/06/2017 às 08h36min - Atualizada em 12/06/2017 às 08h36min

Os 05 princípios básicos da doutrina espírita

Mauricio Teixeira
O fato de o Espiritismo não ter sacerdócio organizado, nem templos e muito menos dogmas, leva muita gente a não compreender que ele tenha um corpo doutrinário sério, coeso e fascinante.
Para que tal desiderato seja levado a cabo, inicia-se, então, pela existência de 05 princípios básicos que o sustentam e, sem qualquer um deles, este corpo doutrinário não poderia existir.
São eles:
  1. Crença em Deus;
  2. Crença na imortalidade da alma;
  3. Crença na comunicabilidade entre os ditos mortos (desencarnados) com os vivos (encarnados);
  4. Crença na pluralidade das existências;
  5. Crença na pluralidade dos mundos habitados.
Estes pontos classificam e, ao mesmo tempo, distingue a doutrina Espírita.
Os dois primeiros princípios, a crença na existência de Deus e na imortalidade da alma, a colocam no campo do espiritualismo, pois, conforme o próprio codificador explica na introdução do Livro dos Espíritos, o fato de acreditar em uma força superior às nossas e que dirige os nossos destinos, bem como a crença de que a alma sobreviverá á morte do corpo, faz das religiões que assim acreditam, espiritualistas.

Neste campo, não encontramos nenhuma religião que fuja a esta regra.
Podem dar nomes diferentes ao Supremo Senhor do universo, mas ele continuará a ser o mesmo Deus.
Podem divergir quanto a consciência ou não da alma após a morte do corpo físico, pois umas acreditam que a alma se encontrará adormecida até o dia do juízo final, outros que esta alma se encontrará no céu, no inferno ou no purgatório e que será resgatada, se o merecer, ou encaminhada aos infernos, pelo motivo contrário, no dia deste mesmo juízo.
Vemos religiões que prometem o céu para aquele que, em nome de Deus, cometer determinados atos de extremismo e outras que nos dizem que as preces por nosso mortos são improfícuas, pois uma vez morto, seu destino já foi selado.

Todas elas, porém, são religiões espiritualistas, ou seja, acreditam que existe um ser supremo, Senhor do universo, Criador e mantenedor deste e, juntamente, que algo, no caso a alma, sobrevive ao corpo.

Esta crença, inclusive, é que dá sustentação às palavras de Jesus, pois, de que adiantaria praticar tudo o que o Mestre nos aconselhou, se a alma morresse juntamente com o corpo físico?
Já os outros três princípios, a distinguem das outras religiões, pois são específicos da doutrina Espírita.
A crença na comunicabilidade entre vivos e mortos, isto é, “mortos segundo a carne, pois a morte não existe”, conforme palavras do Espírito de Verdade em O Evangelho segundo o Espiritismo, no capítulo 6º, item O Cristo Consolador, coloca a doutrina Espírita próxima a outras doutrinas que também assim o crêm e que se utilizam da mediunidade para que esta comunicação seja efetivada.

A crença na pluralidade das existências é, de fato, um esclarecimento que o Espiritismo traz e este princípio o torna ímpar.
A pluralidade das existências é a forma com que Deus disponibilizou para que todos nós, os espíritos em evolução no universo, chegássemos ao fim que Ele determinou: a perfeição!
Quando dizemos isso é por que pluralidade das existências não se circunscreve somente à reencarnação, mas também às transmigrações.

Me explico:
Ao analisarmos a vida dos animais, vemos que eles também estão, como tudo na natureza, sujeitos à lei de progresso.
Os animais, porém, apesar de terem vivacidade, instintos que os auxiliam a viver, serem capazes de demonstrar fidelidade, alegria, tristeza, sentirem dor e outras tantas atitudes similares às do homem, ainda não estão na condição de espíritos, pois lhes falta, inclusive o pensamento contínuo.

Para sua evolução eles também utilizam-se de corpos perecíveis e, quando estes corpos morrem, tomam outros, para sua jornada evolutiva prosseguir.
Didaticamente, para evitar as confusões, o codificador deu a estas utilizações o nome de TRANSMIGRAÇÕES PROGRESSIVAS, ou seja, os animais trocam de corpos como os seres humanos, mas em condições que ainda a ciência e nem ninguém pode explicar.

Outro fato interessante sobre a pluralidade das existências é que elas se dão sempre progressivamente, ou seja, não há regressão.
Pode-se permanecer estacionário, mas nunca regredir.

Nunca é demais salientar que estamos nos referindo à condição moral do ser e não da sua condição material.
A crença na pluralidade dos mundos habitados pode parecer pueril, mas é, também, o aceno de esperança no futuro para nós, pois sabemos que a evolução não se dá somente na Terra e que, após estes estágios que passamos aqui, ouros mundos nos aguardam, onde o progresso também espera por nós.

Obviamente se entendemos haver outros mundos mais evoluídos que a nossa Terra, haverão outros em situação análoga à sua ou mesmo em situação evolutiva pior que a nossa.
Apesar de sabermos isso, tivemos a oportunidade de ouvir pessoas dizerem que existem sete princípios básicos, outras dizem que são quinze, outras trinta...cada uma de acordo com seu entendimento...

Como dissemos no princípio deste artigo, os PRINCÍPIOS BÁSICOS DA DOUTRINA ESPÍRITA SÃO ESTES CINCO. Os outros, conforme o entendimento de cada um, derivam destes que citamos.
Um exemplo para que entendamos:

Pessoas colocam a crença no períspirito (o “corpo” do espírito – do qual falaremos a seu tempo) como princípio básico, mas este períspirito só tem razão de ser se a alma for imortal!!! Então é um princípio? Sim, mas secundário e não básico!

Estes princípios básicos que trouxemos para fazer um, digamos, nivelamento do conhecimento sobre a doutrina espírita, serão, um a um, esclarecidos nos próximos artigos.
Rogando a Deus suas bênçãos de luz e paz para todos, aguardamos a próxima oportunidade.
 
 
Mauricio Teixeira
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