07/03/2017 às 16h30min - Atualizada em 09/03/2017 às 08h03min

Primeiro caso de febre amarela em macaco é confirmado em Leopoldina.

Autoridades da saúde traçam estratégias para evitar ocorrências na população

João Gabriel B. Meneghite
A Secretaria Municipal de Saúde de Leopoldina confirmou o primeiro caso de febre amarela em um macaco no município de Leopoldina. A Gerente Regional de Saúde, Aline Santos de Almeida Prado e a Secretária Municipal de Saúde, Lúcia Helena Fernandes da Gama, estiveram reunidas na manhã desta terça-feira, 07 de março, no Pólo de Saúde Agostinho Pestana para discutir o fato com especialistas da GRS – Gerência Regional de Saúde e SMS – Secretaria Municipal de Saúde.

A ocorrência em Leopoldina trata-se de um vínculo epidemiológico com epizootias em PNH - Primata Não Humano encontrado morto no dia 26/01, numa região próxima ao bairro Três Cruzes. Segundo Lúcia Gama, o mico foi enviado para a FUNED – Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte, que após 30 dias, divulgou o resultado do exame. Ela disse ainda que a prefeitura antecipou estratégias antes mesmo da confirmação da doença, tomando medidas de prevenção e controle.   
 
Equipes do setor de endemias da Secretaria Municipal de Saúde atuaram numa frente de trabalho, cujo objetivo foi monitorar e realizar um bloqueio, que consiste em estudar as espécies de mosquitos existentes na região e verificar se há presença de vírus nesses insetos, agindo de forma preventiva. Paralelamente, os agentes realizam visitas de casa em casa, eliminando possíveis criadouros de larvas, além de realizarem buscas por mais micos mortos ou doentes nas matas da região dos bairros Três Cruzes, Fortaleza, Thomé Nogueira, Imperador, São Cristóvão, São Sebastião e na zona rural do município.
 
Foram utilizados tratamentos com inseticidas em UBV (Ultra Baixo Volume), cujo produto é borrifado por meio de bombas e as partículas matam o inseto. O trabalho foi realizado durante vinte dias e nada foi encontrado.
 
É muito importante que a população entenda que esses primatas não apresentam riscos para a saúde humana, e que estes não transmitem a febre amarela. Pelo contrário, os animais doentes ou mortos que são encontrados são um importante sinal para a vigilância de possíveis doenças.


Figura 1 – Ciclos epidemiológicos da febre amarela

A suspeita de PNH – Primata Não Humano hospedeiro da doença já tinha sido divulgada no último dia 03 de março, através do Informe Epidemiológico da Febre Amarela, no site da Secretaria de Estado da Saúde - que traça um cenário em Minas Gerais de 88 municípios com casos suspeitos e 46 confirmados, totalizando 1.063 casos, sendo que desses, 57 foram descartados e 260 confirmados. Em relação aos óbitos, há 181 suspeitas, sendo 99 confirmados. A SES - Secretaria de Estado da Saúde passou a atualizar os boletins Epidemiológicos da Febre Amarela duas vezes na semana, devido a redução significativa no número de casos notificados diariamente.
 
Na Regional de Saúde de Leopoldina, que atende 15 municípios da região, foram distribuídas 55.000 doses da vacina, sendo aplicadas 35.517. O quantitativo para o município de Leopoldina já soma 10.210 doses distribuídas e 9.066 aplicadas nas unidades básicas de saúde dos bairros e no Pólo de Saúde Agostinho Pestana. Após  a confirmação de óbito do primata, o município se enquadra no grau três, sendo considerado área endêmica e receberá um número maior de doses da vacina. Ainda na tarde desta terça-feira (07/03), a Gerência Regional de Saúde liberou mais 1.000 doses e no sábado (11/03), serão liberadas mais 10.000.
 
Durante a semana, as unidades básicas de saúde dos bairros Quinta Residência, Bandeirantes, São Cristóvão, Bela Vista (próximo ao Judith Lintz), Pirineus, Pólo de Saúde Agostinho Pestana e todos os distritos terão os horários estendidos para atender demanda da população. O cidadãos deverão estar munidos com o cartão de vacina e cartão do SUS.
 
 
Unidades de Saúde para vacinação:


ESF I – Quinta Residência: todos os dias de 08h às 15h, sendo que às terças-feiras será de 08h às 20h.
ESF II – Bandeirantes: todos os dias de 08h às 15h, sendo que às terças-feiras será de 08h às 20h.
ESF III – São Cristóvão: todos os dias de 08h às 15h, sendo que às segundas-feiras será de 08h às 20h.
ESF V – Bela Vista II: todos os dias de 08h às 15h, sendo que às segundas-feiras será de 08h às 20h.
ESF XIII – Pirineus: todos os dias de 08h às 15h, sendo que às segundas-feiras será de 08h às 20h.
Polo de Saúde: todos os dias de 08h às 17h, sendo que do dia 13 a 16 de março, estará aberto para vacina de 08h às 20h.
ESF VI Tebas e Piacatuba, ESF VII Providência e Abaíba e ESF XI Ribeiro Junqueira: todos os dias de 08h às 15h.

Excepcionalmente, neste sábado, dia 11 de março, a Campanha de Vacinação de Bloqueio de 08h às 14h em todos os locais citados acima.
 
NOTA OFICIAL 
A Gerência Regional de Saúde de Leopoldina (GRS) e a Secretaria Municipal de Saúde de Leopoldina (SMS) vem esclarecer à população que o exame do macaco (mico) encontrado no bairro Três Cruzes, no dia 26.01.2017, deu positivo para febre amarela e que o resultado chegou na data de 06.03.2017 na GRS.

Esclarecemos também que o macaco não é o causador da transmissão da febre amarelo, sendo ele o “nosso termômetro” para a constatação da circulação do vírus. Nosso grande desafio é a eliminação do Aedes aegypt, o qual é o transmissor da doença. Portanto, a eliminação do Aedes continua sendo de responsabilidade de todos nós.

Informamos, ainda, que desde o recolhimento do animal, todas as providências foram tomadas, de acordo com as normas do Ministério da Saúde. Houve vistoria durante 20 dias consecutivos na mata próxima ao local onde o primata foi encontrado, tendo a mesma sido pulverizada com o inseticida recomendado, bem como nos bairros Três Cruzes, São Cristóvão, Imperador, São Sebastião, Fortaleza e Thomé Nogueira. Ou seja, uma área muito maior do que a exigida.

As vacinas também foram intensificadas em todas as salas existentes no município, de acordo com as doses fornecidas pelo Estado.

Sendo assim, diante da positividade do exame do primata encontrado, passamos para a escala de “município grau III”, o que requer algumas medidas de enfrentamento.

A partir do presente momento, as salas de vacina do município estarão fazendo vacinação de bloqueio para febre amarela, devendo os usuários comparecem munidos de cartão de vacina e cartão SUS, em qualquer das salas abaixo:

ESF I – Quinta Residência: todos os dias de 08h às 15h, sendo que às terças-feiras será de 08h às 20h.
ESF II – Bandeirantes: todos os dias de 08h às 15h, sendo que às terças-feiras será de 08h às 20h.
ESF III – São Cristóvão: todos os dias de 08h às 15h, sendo que às segundas-feiras será de 08h às 20h.
ESF V – Bela Vista II: todos os dias de 08h às 15h, sendo que às segundas-feiras será de 08h às 20h.
ESF XIII – Pirineus: todos os dias de 08h às 15h, sendo que às segundas-feiras será de 08h às 20h.
Polo de Saúde: todos os dias de 08h às 17h, sendo que do dia 13 a 16 de março, estará aberto para vacina de 08h às 20h.
ESF VI Tebas e Piacatuba, ESF VII Providência e Abaíba e ESF XI Ribeiro Junqueira: todos os dias de 08h às 15h.

Excepcionalmente, neste sábado, dia 11 de março, realizaremos a Campanha de Vacinação de Bloqueio de 08h às 14h em todos os locais citados acima.

Secretaria Municipal de Saúde de Leopoldina
Gerência Regional de Saúde de Leopoldina


Febre Amarela
 
A febre amarela (FA) é uma doença infecciosa febril aguda, não contagiosa, causada por um arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae. A doença mantém-se endêmica e enzoótica em diversas regiões tropicais das Américas e da África e, de modo esporádico, são registrados surtos e epidemias de magnitude variável.
 
Atualmente, são conhecidos dois ciclos de transmissão do vírus da FA: um urbano, do tipo homemmosquito-homem, no qual o Aedes aegypti é o principal vetor; e outro silvestre, complexo, no qual diferentes espécies de mosquitos (e.g., Haemagogus spp. e Sabethes spp.) atuam como vetores e primatas não humanos (PNH) participam como hospedeiros, amplificando o vírus durante a fase virêmica.
 
Tendo em vista que o ciclo silvestre de transmissão do vírus não é passível de eliminação, estratégias que visam à detecção precoce da circulação viral devem ser adotadas, a fim de monitorar as áreas de risco e de aplicar oportunamente medidas de prevenção e controle, cujo objetivo é evitar a ocorrência de casos na população residente e visitante, reduzindo as chances de dispersão do vírus para áreas receptivas e/ou vulnerável
 
Fonte: Guia de Vigilância de Epizootias em Primatas Não Humanos e Entomologia Aplicada à Vigilância da Febre Amarela


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