05/04/2017 às 09h17min - Atualizada em 05/04/2017 às 09h17min

Saúde Pública é tema de reunião na Câmara Municipal de Leopoldina

Arnaldo Spindola - Assessoria de Imprensa
A saúde esteve em foco na reunião ordinária da Câmara Municipal de Leopoldina, realizada nesta segunda-feira (03). Os vereadores receberam a visita de Aline Santos de Almeida Prado, Gerente Regional de Saúde, Wolney Silva Aguilar e Vera Maria do Vale Pires, respectivamente administrador financeiro e provedora da Casa de Caridade Leopoldinense, que explanaram sobre a possibilidade de contratação de um neurocirurgião para Leopoldina, a instalação de uma UTI Neonatal no hospital e realização de mutirão de cirurgias eletivas.

Em seu pronunciamento, Aline Santos de Almeida Prado informou que a GRS recebeu a visita do médico Dr. Diego Salomão, natural de Leopoldina, formado em Juiz de Fora, com atuação profissional em São Paulo e que pretende retornar para a cidade com objetivo de fazer cirurgias de média complexidade. A Gerente de Saúde explicou que o profissional apresentou uma proposta de atender uma população estimada em 240.900 habitantes, englobando os quinze municípios que são da jurisdição da GRS, incluindo as microrregiões de Além Paraíba, Leopoldina e Cataguases. Ela informou que a proposta inclui plantão de urgência nos hospitais de Leopoldina e Cataguases, além de 100 atendimentos, com o custo de R$25 mil mensais que seriam rateados pelos municípios da região. Segundo ela, a cota de Cataguases seria de R$ 12 mil e de Leopoldina cerca de R$ 9 mil.

À frente da GRS desde agosto de 2016, Aline Santos ressaltou que faltam profissionais para atender os casos de média complexidade, os pacientes locais ficam aguardando vagas pelo SUS Fácil e a solução pode demorar muito tempo, pois os hospitais não têm vagas. Disse que há demanda para este tipo de atendimento, visto que a cidade é cortada por uma rodovia federal onde ocorrem constantemente acidentes que provocam traumatismo craniano. Ela lembrou que o Poder Legislativo sempre devolve recursos para a Prefeitura no final de ano e solicitou o apoio dos vereadores no sentido de a Câmara Municipal ajudar a custear a contratação desse neurocirurgião.

Em seguida, Wolney Silva Aguilar, Administrador Financeiro do Hospital, disse que se sente preocupado com um vazio assistencial enfrentado pelos usuários do SUS. Com relação ao mutirão de cirurgias eletivas, ele citou o fato de que, em janeiro do ano passado, foram realizadas dez cirurgias de cataratas e, até o momento, não houve o devido repasse de recursos para os serviços prestados. Além disso, ele frisou que é grande a diferença entre os valores de uma cirurgia particular com o que é pago pelo SUS, motivo pelo qual não há estímulo e nem ânimos dos profissionais.

O Administrador analisou a situação de diversos hospitais filantrópicos na região, afirmando que cerca de 28 estão em situação alarmante e que não há um só hospital que esteja em boa situação. Mesmo nesse quadro, ele garantiu que o hospital vem melhorando a cada dia, não há falta de medicamentos e anunciou a reativação do equipamento de endoscopia.

Wolney Aguilar considerou uma ótima oportunidade para Leopoldina a contratação de um neurocirurgião já que há uma grande demanda para atendimentos de média complexidade, garantindo que mais de vinte procedimentos poderão ser feitos em Leopoldina e Cataguases. Ele afirmou que, embora os procedimentos não sejam lucrativos, uma vida não tem preço e deve-se fazer todo esforço para preservá-la. Disse que as consultas serão custeadas pelos municípios, enfatizando que os valores a serem cobrados serão inferiores aos praticados fora de Leopoldina. Ele encerrou dizendo que seria bom unir o útil ao agradável e ponderou que a Câmara Municipal não deixasse de prestar seu apoio.

Vera Maria do Vale Pires se dirigiu aos vereadores afirmando que está na expectativa de conseguir melhoria para saúde do município. Disse que o hospital já possui uma equipe especializada para trabalhar na UTI Neonatal, caso seja confirmada sua implantação. A provedora destacou a possibilidade de receber um neurocirurgião, mas frisou que esta possibilidade depende do esforço de todos para se tornar real, porque só o hospital não tem condições de manter o médico na cidade. Ela lembrou a localização geográfica do município, o fato de ser cortado por uma rodovia federal, o que gera um grande número de acidentes e o atendimento às vítimas, invariavelmente, requer a presença de um neurocirurgião.

Em seguida, os vereadores fizeram seguidos questionamentos sobre o tema, apontando desafios e propostas. O debate envolveu a participação de todos os vereadores presentes que, apesar do levantamento de situações preocupantes, manifestaram apoio às reivindicações dos convidados, reiterando o empenho do Legislativo em fortalecer a luta por melhoria no sistema de saúde oferecido aos seus munícipes. 


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