16/06/2017 às 17h54min - Atualizada em 16/06/2017 às 17h54min

Grandes histórias marcam os primeiros dias de disputas do JIMI 2017

Fotos: Felippe Drummond/SEESPMG e Arquivo pessoal
Após tratar vencer um câncer no pulmão, Leticia (camisa 17 ao centro) aproveita cada minuto em quadra.

 Ainda faltam três dias para o fim da fase Microrregional dos Jogos do Interior de Minas (JIMI), mas, após dois dias de disputas, começam a surgir grandes histórias de atletas que abdicam de muitas coisas para competir.

Uma dessas histórias é a de Letícia Mantovani. Jogadora de handebol, da equipe de Itajubá, que disputa a Microrregional Sul, ela só foi liberada para a competição realizada pela Secretaria de Estado de Esportes de Minas Gerais, cinco dias antes dos jogos começarem. Aos 28 anos, ela foi diagnosticada com um Linfoma de Hodgkin (um tipo raro de câncer) no pulmão, em junho de 2016, e precisou se afastar das quadras para realizar um complicado tratamento. Proibida de praticar qualquer tipo de esporte ela passou por 12 sessões de quimioterapia.

“Foi duro, eu não podia fazer nenhum esforço físico para não forçar meu pulmão. Mas era minha vida que estava em jogo. Parei com tudo, até mesmo de andar durante o tratamento. Mas nunca desisti de jogar handebol. Coloquei como meta que voltaria a jogar o quanto antes”, conta Letícia.

Ao final desse tratamento, Letícia estava pronta para voltar às quadras, só que toda expectativa acabou quando ela foi novamente barrada por sua médica. “Fui para uma nova consulta com a certeza que seria liberada para voltar a jogar handebol. Lá fui informada que precisaria passar por mais um tratamento, dessa vez seriam 17 sessões de radioterapia”, lembra a jogadora que chegou a avisar as companheiras de time que não poderia disputar o JIMI.

Sem esperanças e faltando menos de uma semana para o início da competição, Letícia tinha uma nova consulta, na última sexta-feira (9/6), onde receberia os resultados das sessões de radioterapia. Foi aí que ela acabou sendo surpreendida.

“Eu não tinha mais expectativas de poder jogar no JIMI, de qualquer forma, eu estava inscrita e iria como técnica do time. Entrei no consultório e minha médica me disse que eu estava liberada para voltar a jogar, apenas cinco dias antes do início. Chorei muito, mas consegui o que eu mais queria: voltar a jogar handebol e poder estar aqui (Pouso Alegre), disputando uma competição dessas”, conclui emocionada Letícia.

Mesmo com um resultado negativo na estreia da competição (Itajubá foi derrotada por 28 a 8, por Pouso Alegre), Letícia era só sorrisos e disposição, assim como todas as suas companheiras. Nesta sexta-feira (16), ela estará novamente em quadra, quando sua equipe enfrentará Lavras, ao meio-dia, precisando da vitória para seguir com chance de avançar na competição.


Gabriel Lima (o quinto atleta da primeira fileira), de Montes Claros, se inspira no Bernardinho para se dividir entre jogador do time masculino e técnico do time feminino da sua cidade.
 

Múltiplas de funções

Saindo do Sul de Minas, para o outro lado do estado, na Microrregional Norte, um jogador de vôlei vem precisando se desdobrar para conseguir cumprir dois papeis diferentes. Trata-se do levantador Gabriel Lima, do time de Montes Claros, além de jogador do time masculino, ele também é o técnico do time feminino da cidade.

“A concentração tem que ser dobrada, pois são duas responsabilidades diferentes, mas, de muita importância. Tento me manter focado no momento de cada uma das tarefas para conseguir desempenhar bem os papéis”, conta Gabriel, que nos dois primeiros dias do JIMI teve que se multiplicar para exercer as duas funções, já que as tabelas de ambas as equipes foram em jogos com horários seguidos, tendo que dirigir o time feminino e depois entrando em quadra com os homens.  

Para aguentar essa jornada dupla, Gabriel se espelha em ninguém menos que no técnico Bernardinho, que durante mais de uma década foi simultaneamente treinador do Rexona, time feminino de vôlei do Rio de Janeiro, e da Seleção Brasileira de Voleibol Masculino. “O Bernardinho é exemplo para qualquer um. Ele sabe lidar muito bem tanto com homens quanto com mulheres. Nesse sentido eu tento seguir o mesmo caminho, quando estou em quadra ou fora dela, sempre busco que o time confie nas minhas ações e opções técnicas e táticas”, avalia o levantador/técnico.

E o resultado de tamanho esforço está sendo recompensado, até agora Gabriel tem um aproveitamento de 100%, com quatro vitórias. Com o time masculino ele ajudou nas vitórias de Montes Claros sobre Porteirinha (3 sets a 0) e Curvelo (3 a 1). 

Nesta sexta-feira, ele volta a ter que encarar mais uma rodada dupla. Primeiro, às 18h, ele dirige o time feminino montes-clarense contra Juramento, logo depois, às 19h30, entra em quadra com os companheiros para enfrentar o time de Porteirinha. 

 

Resultados

O JIMI voltou ao formato original após ser substituído em 2012 pelos Jogos de Minas Gerais e é realizado em três etapas. Os jogos da Microrregional, acontecem até o próximo domingo (18). Nesta sexta-feira (16), serão definidos os times que avançam para as semifinais que serão disputadas sábado (17), e definirão os finalistas dessa primeira fase da competição. Ao final de cada dia os resultados estarão disponíveis na página do JIMI.

 

 Próximas etapas

Os três primeiros colocados da fase Microrregional se classificam para a Regional, que será realizada entre 6 e 10 de setembro em quatro sedes: Itabira, Montes Claros, Pitangui e São João Del Rei.

 

 A etapa Estadual ocorrerá de 11 a 15 de outubro em Lavras, com os esportes coletivos, e nas modalidades individuais e PCD: atletismo (paralímpico e convencional), natação (paralímpica e convencional), ciclismo speed, ciclismo mountain bike, judô, karatê, taekwondo, xadrez, bocha paralímpica e basquete em cadeira de rodas.


Assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Esportes
Fabíola Pimenta - [email protected]; [email protected]

 


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