25/11/2014 às 10h45min - Atualizada em 25/11/2014 às 10h45min

Átila Lacerda da Cruz Machado

Crônica de José do Carmo Machado Rodrigues, publicada no jornal LEOPOLDINENSE
( Acervo - Jornal Leopoldinense )

 O estimado e culto cidadão leopoldinense Átila Lacerda da Cruz Machado nasceu, na verdade, em Barbacena, no dia 22 de dezembro de 1911. Filho do Dr. Áttila Brandão da Cruz Machado e de Da. Clariêta Lacerda da Cruz Machado.

Iniciou e completou seus estudos em Barbacena, vindo a obter, mais tarde, a “Carteira Oficial e Internacional de Radiotelegrafista da República dos Estados Unidos do Brasil”, no Departamento de Correios e Telégrafos do Distrito Federal.

Chegou a Leopoldina no dia 31 de maio de 1931 com incumbência de montar a Estação Radiotelegráfica do Estado de Minas Gerais. Nela exerceu sua profissão até aposentar-se.

Em 27.2.1935, casou-se com Herondina Domingues da Cruz Machado, leopoldinense, filha de Raphael Domingues e de Da. Idalina Gomes Domingues, com quem teve cinco filhos: Helenice, Lincoln, Maria, Raphael e Míriam.

Espírita convicto, ajudou na reestruturação do Centro Espírita “Amor ao Próximo”, elaborando seus novos Estatutos, a partir de 5.9.1937, tornando-se seu presidente por várias gestões, vice-presidente e secretário. Durante sua administração naquela Casa, Átila criou a Escola de Evangelização “Bezerra de Menezes”, para crianças, e a Mocidade Espírita “Dias da Cruz”, para jovens.

Fundou, com outros abnegados irmãos de crença, o Albergue Noturno “Major Zeferino”, notável obra social que se localiza na rua Santa Filomena.

Durante 49 anos dedicou-se à causa do Espiritismo com Jesus, levando a todos que o buscavam a palavra esclarecedora, o conselho amigo, exercendo, incansavelmente, a caridade moral e material, sem alarde ou ostentação, além de usar a tribuna espírita para exposições da Doutrina, tanto em Leopoldina quanto em cidades vizinhas.

Muito atuante, Àtila sempre foi solidário com a dor e os problemas do próximo, demonstrando no seu dia-a-dia coerência com a crença abraçada. Sempre íntegro e digno, cativava o respeito e a admiração dos que passavam a conhecê-lo de perto.

Ajudou a fundar o Rotary Clube de Leopoldina e, rotariano entusiasta, realizou, durante 27 anos, várias conferências rotárias, nacionais e internacionais, no próprio Clube e em diversos outros. Recebeu o título de “Sócio Honorário de Rotary”.

Oriundo da Loja Maçônica “Regeneração Barbacenense”, fundou a Loja Maçônica “27 de Abril” de Leopoldina, na qual foi Venerável durante os três primeiros anos e onde ocupou, mais tarde, outros postos. Recebeu do Grande Oriente do Brasil o título de “Maçon Emérito”.

Em 1958, eleito vereador e líder da Câmara Municipal de Leopoldina, na administração do Dr. Jairo Salgado Gama, teve oportunidade de prestar vários serviços à cidade.

Em 1977, foi-lhe outorgado o título de “Cidadão Leopoldinense”. Autodidata, publicou trabalhos de cunho rotário, político, poético e religioso na Gazeta de Leopoldina, jornal “Ilustração”, O Roteiro, Revista Rotária, Jornal do Rotary Clube de Leopoldina.
Publicou, na revista Acaiaca, de Belo Horizonte, em número especial, o poema “Cidade Menina”, de sua autoria, por ocasião do Centenário de Leopoldina, em 1954 - mês de março, pág. 81. Na revista rotária, Anais da Conferência do Jubileu de Ouro do Distrito 118, escreveu “A Luta Pelas Posições Chave” - pág. 126.

Idealista, simples, sensível às necessidades humanas e sociais, Átila Lacerda da Cruz Machado, apelidado pelo rotarianos “A Patativa de Caxambu”, em virtude de memorável alocução sua naquela cidade, escreveu com o coração, deixando espelhar em sua obra, um vida marcada pela preocupação com a elevação espiritual do ser humano, o amor a Deus e ao próximo.

Seu desenlace ocorreu em sua residência, de maneira tranqüila, na manhã do dia 26 de dezembro de 1980, aos 69 anos, rodeado pelo amor e o carinho da esposa, filhas, genros e netos. Na verdade, sua vida foi, sem sombra de dúvida, a vida de um justo, de um verdadeiro espírita cristão. A vida de um grande leopoldinense e, pela unanimidade dos que o conheceram, a vida de um homem exemplar.


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