02/12/2014 às 19h40min - Atualizada em 02/12/2014 às 19h40min

A antiga estação ferroviária

Por Alexandre Moreira/ Casa De Leitura Lya Botelho
Quadro: "Terça" (1994) / Acervo: Dr. Ormeo Lopes Faria Filho

O silêncio da noite é quebrado pela água que escorre do bar Lamarca que, na madrugada, é lavado. Cruzando a Barão de Cotegipe, um cão sem dono, desses que palmilham a cidade toda em busca de comida e, quem sabe?, algum afeto.

No céu de intenso azul, a lua paira majestosa, observando a cidade que dorme. Nenhum outro movimento, nem mesmo no pátio ou no prédio da estação ferroviária, cujos trilhos cortam a cidade silenciosa.

Leopoldina, feita de luar e de silêncio na tela pintada por Luiz Raphael Domingues Rosa, é de uma gritante beleza e nos convida a andar pelo calçamento de pedras das suas ruas e a viajar nos trilhos da estrada de ferro somente para poder voltar.

Há que se olhar com reverência para essa cidade que, adormecida, banha-se à luz de tão intenso luar. Sua beleza, que se revela timidamente, na ondulante paisagem que a cerca, em suas ruas estreitas, no verde de suas praças, em suas casas debruçadas sobre as calçadas, no burburinho do dia a dia, no silêncio das suas noites.

Quem mais, a não ser Luiz Raphael Domingues Rosa, seu amantíssimo filho, poderia traduzi-la tão maternal, tão acolhedora, tão vigilante, tão presente enquanto seus muitos filhos dormem?


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