06/11/2015 às 09h00min - Atualizada em 06/11/2015 às 09h00min

Queimadas em Leopoldina são criminosas, aponta enquete.

Lei de Crimes Ambientais prevê penas de até seis anos e multas de até R$4.960,00.

João Gabriel Baia Meneghite
Incêndio na base do Morro do Cruzeiro (Foto: João Gabriel B. Meneghite)

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), aponta que o aquecimento global está multiplicando o número de grandes incêndios e que as emissões de gases do efeito estufa resultantes dessas queimadas são significantes e podem estar acelerando o aumento das temperaturas no planeta.

Em Leopoldina o calor escaldante tem refletido negativamente na população e são perceptíveis os impactos do aumento da temperatura, principalmente na região sudeste, que enfrenta períodos prolongados de estiagem, propício às queimadas.

Segundo o IMVC – Índice Mineiro de Vulnerabilidade Climática, plataforma desenvolvida pela FEAN - Fundação Estadual do Meio Ambiente em parceria com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o município de Leopoldina tem um alto índice de vulnerabilidade, mostrando o grau no qual o mesmo é suscetível aos efeitos adversos do clima. (clique aqui para ver)

A pesquisa na plataforma pode ser feita por regiões e municípios, mostrando resultados de diversos componentes. O resultado de Leopoldina mostra diversas peculiaridades, entre eles o registro de médio de focos de incêndios no município, que é de 5.063 (período não divulgado). Este indicador não é preponderante para definir o alto índice de vulnerabilidade de Leopoldina, sendo outros que também contribuem para esta definição, como o de fatores sociais, econômicos e ambientais. Um desses itens considera o percentual de cobertura vegetal por flora nativa e índice de disponibilidade hídrica superficial, que é considerada crítica na cidade, segundo dados da plataforma.

O INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mantém um monitoramento de queimadas e incêndios por satélite em tempo quase-real. Segundo dados registrado, em 2015 houve 192.025 focos em todo Brasil. Já em Minas Gerais, o registro é de 9.092 focos.

O registro de focos em Leopoldina também é preocupante e necessita de uma conscientização da população, que pode denunciar os criminosos, facilitando a atuação da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e Secretaria do Meio Ambiente, que dispõem de legislações nos três planos: federal, estadual e municipal. A Lei 9.605 (Lei de Crimes Ambientais), por exemplo, prevê penas que pode chegar de três a seis anos e multas de até R$4.960,00.

Recentemente, um incêndio na base do Morro do Cruzeiro mobilizou os bombeiros do 4º Pelotão de Leopoldina, que ficaram impossibilitados de aproximar à viatura no local, onde se propagavam as chamas, devido à inexistência estradas de acesso àquela região (parte baixa). Os militares utilizaram de abafadores para conter as chamas, que posteriormente foram apagadas com uma pancada de chuva no final da tarde.

 

Para o comandante do 4º Pelotão de Corpo de Bombeiros Militar de Leopoldina Tenente Guilherme Cantelle Lopes Paiva, o resultado da enquete promovida pelo jornal Leopoldinense condiz com a realidade, sendo as queimadas em sua maioria criminosas.

A enquete ficou à disposição dos leitores entres os períodos de 23 a 30 de outubro questionando: Quais são as causas das queimadas em Leopoldina? Ao todo, 177 leitores participaram, sendo que 86% acham que elas são provocadas e 14% consideram que são acidentais.

 

Para Cantelle, a maioria das causas é humana, independente da negligência e imperícia. Ele ressaltou a importância da população se conscientizar sobre os malefícios que a queimada pode trazer. O comandante ressaltou que muitas das vezes esse tipo de ocorrências pode deixar o Pelotão desguarnecido, prejudicando o atendimento de outras ocorrências.

► 2º Tenente Guilherme Cantelle Lopes Paiva

Veja o gráfico da enquete promovida pelo jornal Leopoldinense:

 


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