24/04/2014 às 08h44min - Atualizada em 24/04/2014 às 08h44min

João e Maria

Ano:1986

Luciano Baía Meneghite
Fotografia gentilmente cedida por Plínio Fajardo Alvim

Guilhermina nasceu no dia 14 de julho de 1923, na Faz. do Recanto, em Angustura, Além Paraíba-MG. Seu pai era o Farmacêutico e ruralista Manoel Fajardo Soares (Dudu Fajardo), de Piacatuba-MG; e sua mãe era Maria do Carmo Côrtes Villela Fajardo (Carmita Fajardo), de Angustura. Seus avós paternos foram Joaquim Fajardo de Mello Campos e Guilhermina Balbina Henriques Soares Fajardo; e os maternos foram Domingos de Andrade Villela Jr. (Mingote) e Hormezinda Teixeira Côrtes Villela (Zica). Maria Guilhermina teve cinco irmãos – Myrian, Marina (falecida), Marysa, Murilo(falecido) e Marly. Passou a infância na Faz. da Torre. Na adolescência viveu na Faz. Bom Jardim e na cidade, onde estudou no Ginásio Além Paraíba, atual CAP, destacando-se como aluna brilhante, detentora de uma vasta cultura - que soube ampliar e disseminar.

Em 1943, mudou-se para Leopoldina e, no ano seguinte, concluiu, no conceituado “Colégio Leopoldinense” (antigo Gymnásio), o Curso de Perito Contador que iniciara em Além Paraíba. Em março de 1945, começa a lecionar Educa¬ção Física no Colégio Imacu¬lada Conceição. Em julho, foi contratada pelo então “Colégio Leopoldinense” (outro nome do Ginásio), para ensinar “Merciologia”. Pouco depois, ali também, começa a lecionar Educação Física, disciplina que ministrou até aposentar-se em fins de 1992, após quase 48 anos de atividade no magistério.

Três anos depois de sua chegada a Leopoldina, ela reencontra, vindo para trabalhar no mesmo ‘Ginásio Leopoldinense’, um jovem professor que ela já conhecia desde os tempos em que ele lecionara no Ginásio Além Paraíba – João Batista de Castro Alvim. E, sob o aconchego da colunata dórica e das arcadas do hoje centenário colégio, e, com a benção de São José, Padroeiro da escola, iniciaram o namoro. Casaram-se em Petrópolis, no dia 23 de janeiro de 1950.

Professor João Batista nasceu em Miracema-RJ, estudou no Seminário Diocesano de Campos e lecionou (Latim, Espanhol, História, Português, OSPB, Moral e Cívica, Geografia, Inglês e outras disciplinas) em colégios de Leopoldina e região. Também foi Chefe de Gabinete do Prefeito Dr. Jairo Salgado; integrou várias instituições religiosas católicas; foi Ministro da Eucaristia; teve um programa na Rádio SIRENA, pertencente à Diocese de Leopoldina e parceira do pioneiro Sistema de Rádio Educativo Nacional, a que deve o nome; foi secretário, redator, articulista e correspondente de vários jornais – da cidade, da região e do Rio de Janeiro; e foi produtor rural em Além Paraíba. Orador vibrante, era muito requisitado para falar em eventos cívicos, culturais e religiosos. Em 1958, João Batista foi convidado para dirigir um colégio em Caldas-MG; e, em 1962, para candidatar-se à uma cadeira na Assembleia Legislativa de MG. Recusou os convites, optando por permanecer em Leopoldina – cidade que o acolhera tão bem, onde fincara raízes e onde nasceram seus frutos com sua amada Guilhermina. Faleceu em 21 de janeiro de 1987, depois de 52 anos de magistério. Por iniciativa do amigo, então vereador, Ely Rodrigues Neto, seu nome foi dado a uma rua no Bairro Joaquim Guimarães.
O casal teve cinco filhos: José Eduardo, Margarida Maria (Ir. Joana OSB), Maria Inez (casada com José Anderson Réche), Plinio Emanuel (casado com Alzira Maria Fajardo) e João Batista Jr.(casado com Tatiane Pereira).

Em 1961, Maria Guilhermina licencia-se do colégio e, durante todo o ano, faz um curso de aperfeiçoamento para professores de Educação Física, no Rio de Janeiro, na UFRJ, então Universidade do Brasil. E lembra que foi aluna da ex-nadadora Maria Lenk – a primeira mulher latino-americana que competiu em uma Olimpíada. Como professora, Dona Guilhermina participou ativamente, ao lado de seus colegas professores e dos alunos, de incontáveis eventos cívicos e desportivos que movimentaram os colégios e os estudantes leopoldinenses. Em 1980, tornou-se Oblata da Ordem de São Bento, no mesmo dia em que sua filha Margarida Maria(Irmã Joana) tornava-se Monja, também naquela Ordem Religiosa.

Sua longa trajetória, seu profissionalismo, sua dedicação, sua atenção e o carinho com que é lembrada por diretores, funcionários, colegas e alunos, fizeram-na merecedora da homenagem que lhe foi prestada - em junho de 2012, vinte anos após a sua aposentadoria - com a inauguração do “Parque Aquático Professora Maria Guilhermina Villela Fajardo Alvim”, bem ali, na “Praça de Esportes” da “Escola Estadual Prof. Botelho Reis”, atual nome do antigo Ginásio Leopoldinense, onde ela trabalhou por tanto tempo. Parabéns!

( Texto de Plínio Fajardo Alvim,publicado no jornal Leopoldinense -Foto: Álbum de Família )


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