11/05/2016 às 10h07min - Atualizada em 12/05/2016 às 09h22min

Tour da Tocha Olímpica divulga história e potenciais turísticos e econômicos de Leopoldina.

Confira o trajeto, os condutores da tocha, apresentações culturais, aspectos de segurança, trânsito, históricos, turísticos, entre outras informações.

POR JOÃO GABRIEL B. MENEGHITE
A cerimônia de abertura dos Jogos Rio 2016 será no dia 5 de agosto, mas a tocha olímpica já está circulando pelo país. Ao todo, o símbolo passará por cerca de 300 cidades, em todas as regiões do Brasil, em um roteiro de aproximadamente 20 mil quilômetros. A jornada teve início em 21 de abril de 2016, na Grécia, onde a tocha foi acesa em Olímpia, cidade-berço dos Jogos Olímpicos. Depois de seguir um trajeto pelo país, ela foi entregue ao Brasil no dia 27 de abril, para começar seu revezamento em Brasília no dia 3 de maio.
 
No dia 16 de maio, numa segunda-feira, ela chegará a Leopoldina. O evento tem previsão de início às 09h:00m, com saída em frente ao Ginásio Poliesportivo Carlota Mendonça Gama, na Avenida Getúlio Vargas.  Segundo informações extra-oficiais, 15 ou mais pessoas poderão conduzir a Tocha Olímpica, entre eles o leopoldinense que disputou os Jogos Olímpicos em 1964, no Japão, o ex-jogador do Botafogo, e da Seleção Brasileira, Othon Valentim Filho.
 
Trajeto
 
Após cruzar o Distrito Federal e o estado de Goiás, o tour da Tocha Olímpica iniciou no Estado de Minas Gerais no dia 07 de maio, no município de Araguari, no Triângulo Mineiro.  O percurso em Minas tem previsão de 10 dias, passando por 34 localidades, percorrendo um total de 2.700km. Em 16 de maio, será o último dia do tour da Tocha Olímpica no Estado, passando pelos municípios de Bicas, Leopoldina e Muriaé, seguindo para a região norte do estado do Rio de Janeiro e posteriormente para o município de Cachoeiro do Itapemirim, Espírito Santo.
 
Em Leopoldina, o percurso (ver mapa) tem 3,3 quilômetros, com previsão de duração de 45 minutos. Além disso,  está prevista uma programação cultural local. A cerimônia de abertura dos Jogos Rio 2016 será no dia 5 de agosto, no Rio de Janeiro.


 
Segurança e trânsito
 
No domingo (15/05), um dia antes do evento, está prevista a chegada de 30 homens da Força Nacional de Segurança e membros do gerenciamento regional da Tocha Olímpica à cidade. Além de conferir todo mapeamento do trajeto, serão demarcados os pontos de revezamento. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros estão assessorando aspectos de segurança do evento. Segundo informações da 6ª Cia Independente de Minas Gerais, já está sendo solicitado aos proprietários de veículos e lojistas a não estacionarem nas ruas onde o revezamento será feito, pois, além dos carregadores, passará um comboio de veículos operacionais, de segurança e de mídia, que dão todo suporte.


►Homens da Força Nacional de Segurança estiveram em Leopoldina no mês de janeiro deste ano para avaliar o trajeto da Tocha Olímpica.
 
O trânsito será bloqueado em todos os locais onde ocorrerá o revezamento da tocha, portanto, para deslocamentos, onde habitualmente utilizava-se o centro da cidade, será necessário passar por outros trajetos. O bairro Pirineus conta com refúgios na direção dos bairros Bela Vista e Rosário. Já a região da Praça da Bandeira há refúgios para algumas regiões do centro - onde o trânsito estará livre, e para alguns bairros como a Quinta Residência e a rodovia BR116. 
 
Os condutores da tocha olímpica
 
A Tocha Olímpica é um importante símbolo na história dos Jogos. Representa a paz, a união e a amizade entre os povos, e sua condução tem por objetivo levar a mensagem olímpica, de promoção da paz em lugar de conflitos. Tradicionalmente, o nome da última pessoa a levar a tocha até a Pira Olímpica na cerimônia de abertura no Maracanã, no Rio de Janeiro, é mantido em segredo. Em geral, a pessoa escolhida é alguma celebridade esportiva do país anfitrião. O Fogo Olímpico queimará na pira até o encerramento dos Jogos Olímpicos, quando será então apagado.
 
Confira alguns nomes divulgados dos condutores da Tocha Olímpica em Leopoldina:


 
 
Apresentações Culturais do revezamento da Tocha Olímpica

Apresentação Grupo de Capoeira Cobrinha
Apresentação Folia de Reis Lua Clara
Apresentação do Coral do Sabiá da Mata
Apresentação Grupo Pérola Negra
Apresentação Grupo de Balé Academia Studio R - Professora Luciana Guides
Apresentação Fanfarra da Escola Osmar Lacerda França
Apresentação Fanfarra da Escola Estadual Professor Botelho Reis
Apresentação escola de Kung Fu Tan Lan
Apresentação de Dança dos alunos do CRAS  - Professor Dalcy Fabiano
Apresentação de Zumba com a Professora Raquel Regina
Animação do Grupo Gepeto da Fundação Francisca de Souza Peixoto de Cataguases
Animação com Malabarismos com Maria Eduarda de Argirita



Tour da Tocha Olímpica passa por locais cheios de histórias.
 
O tour da Tocha Olímpica em Leopoldina passará por locais repletos de histórias. Na Avenida Getúlio Vargas, ponto de partida, um visual próximo ao Morro do Cruzeiro - um dos cartões postais da cidade. A antiga BR116 deu lugar à avenida. O trecho da rodovia foi inaugurada pelo então presidente Getúlio Vargas, que esteve na cidade em 1939. Posteriormente a BR116 foi desviada para fora da cidade.


► 1939 - Getúlio Vargas na inauguração do trecho da Rio-Bahia ao lado do Grupo Ribeiro Junqueira. (Arquivo Gazeta de Leopoldina)
 
Na rua José Peres, imediações da Praça Felix Martins, existe uma casa onde morou o presidente interino da república Carlos Coimbra da Luz. Logo à frente, está uma mansão semelhante à de "Tara", do filme "E o vento levou", onde atualmente funciona a Casa de Leitura Lya Maria Müller Botelho. Nesse pequeno trecho das Ruas José Peres e José Silva há locais com muitas curiosidades, como o prédio do antigo fórum, que está se transformando em um Centro Cultural.
 
Na Rua Presidente Carlos Luz, um marco histórico, foi a criação, em 1927, da UBOL - União Beneficente Operária Leopoldinense, que funcionava onde atualmente é a sede da Lira Musical Primeiro de Maio. A UBOL  era uma espécie de sindicato da classe dos trabalhadores que lutavam por alguns direitos.
 
Na rua Sete de Setembro, os visitantes, poderão conhecer um local que traz a história de um clube social, fundado em 1925, por negros descendentes de escravos - O Cutubas - que preserva a memória e patrimônio afrodescendente de Leopoldina.


► Década de 40 - Esperança Jazz e componentes do curso de corte e costura do Clube Cutubas.
 
Na Praça Professor Botelho Reis, a tocha passará próximo ao prédio do antigo Ginásio Leopoldinense. Sua bela construção é no estilo arquitetônico neoclássico. Ex-alunos daquela instituição tornaram-se figuras de destaque, como o, governador Milton Campos, o cineasta Humberto Mauro, o escritor português Miguel Torga, o jornalista Teixeira Heizer, entre outros.
 

Na esquina da rua Sete de Setembro, com Lucas Augusto, está localizado o prédio do Clube Leopoldina, fundado em 1926. Desde então, o clube social, tornou-se uma referência para jovens de toda a região, que participavam de animadíssimos bailes. No local funcinou a Cadeia Pública e a Câmara Municipal, antes da criação do clube - que atualmente coabita com uma instituição de ensino.

Da Rua Lucas Augusto, visitantes poderão ver, em perspectiva, o templo católico da Catedral de São Sebastião, que se destaca por sua imponente torre de 50 metros de altura, com escadaria de acesso de 140 degraus. Nessa mesma rua, está o prédio histórico da Prefeitura Municipal de Leopoldina, construído pelo capitão João Gualberto Ferreira Brito em 1860, para residência de sua grande família.
 
A casa onde morou o poeta Augusto dos Anjos também está no roteiro de passagem da Tocha Olímpica. No local, atualmente, funciona o museu biográfico Espaço dos Anjos, importante espaço da cultura de Leopoldina, que atrai turistas e pesquisadores, devido a obra do poeta reconhecida mundialmente.



►Localizado na Rua Barão de Cotegipe n° 386, o Espaço dos Anjos inclui objetos pessoais de Augusto dos Anjos, sala para oficinas de poesia, pintura e um anfiteatro. (Foto: João Gabriel B. Meneghite)

Ainda na rua Barão de Cotegipe, principal rua do comércio local, poderá ser observado o pouco que restou da identidade arquitetônica do município, como o prédio do Cine Theatro Alencar, construído em 1886 e reformado em 1927, ganhando uma fachada neoclássica. Nesta rua, há outras curiosidades, como a residência que recepcionou o Imperador Dom Pedro II, em 1881. Ela fica localizada na esquina da rua Cotegipe com a Travessa Dom Pedro II.
 
Já na Praça Francisco Pinheiro de Lacerda, local conhecido como "rodinho", localiza-se uma instituição centenária do ensino de Leopoldina - A Escola Ribeiro Junqueira, criada em 1907 e municipalizada em 1998.
 
O fim do tour da Tocha Olímpica em Leopoldina passa pela Rua José Silva, em sentido à rodoviária, de onde a comitiva do revezamento segue para o município de Muriaé. Nesta rua está localizado o campus do Cefet, onde funcionou a Escola Parque e o projeto piloto do Governo Federal na erradicação do analfabetismo no Brasil, sendo um experimento referência para investimentos na educação em demais regiões do país na década de 1950. Outro fato histórico neste local, foi a instalação da "Radio Sirena", em 1960. A emissora funcionou durante três anos. Foi a primeira de Leopoldina a ser sintonizada no exterior através das ondas tropicais.
 
O potencial econômico de desenvolvimento de Leopoldina
 
Formada por 142 municípios, com uma concentração de 2,7 milhões de pessoas, a Zona da Mata tem sete microrregiões geográficas, que possuem particularidades em relação à especialização produtiva.
 
Segundo o estudo realizado em pela UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora, denominado ‘Agenda de Desenvolvimento da Zona da Mata’, apenas sete dos 142 municípios apresentam altos indicadores de potenciais de desenvolvimento, entre eles os de Leopoldina, Cataguases, Viçosa, Além Paraíba, Carangola, Ubá e Juiz de Fora.
 
No entanto, o estudo traça um cenário que mostra uma tendência histórica de declínio econômico dessa região, que tem sofrido com a ‘Guerra Fiscal’, por ser vizinha de uma área incentivada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, com redução do ICMS de 18% para 2%, agravando ainda mais o processo de retração econômica, perdendo competitividade para os municípios dos Estados limítrofes como os do Espírito Santo e Rio de Janeiro.
 
Vários debates e estudos semelhantes foram apresentados com objetivo de reverter este quadro, alavancando a economia da região e consequentemente a do município de Leopoldina, que está situado numa região estratégica do sudeste brasileiro, sendo cortado por importantes rodovias federais como as BR116, BR267 e BR120.


► Entroncamento da BR116 com a BR267 (Foto: Minas Drone)
 
Outro fator que destaca o município, é que, ele aparece na 25ª posição do ranking brasileiro, 8º lugar em Minas Gerais e 2ª posição na Zona da Mata entre as 100 cidades com 50 mil a 100 mil habitantes, consideradas como "As melhores cidades do Brasil para fazer negócios", elaborado pela consultoria Urban Systems para a Revista EXAME.
 
Eventos anuais
 
O município conta com um extenso calendário anual de eventos dos mais variados segmentos. Alguns deles são conhecidos nacionalmente, como a Exposição Agropecuária, que reúne animais, criadores e informações ligadas ao agronegócio. Além disso, conta com atrações culturais e shows de artistas renomados.

Outro evento tradicional, realizado no segundo semestre, é a Feira da Paz, que reúne artesãos de todo o país para expor os seus produtos no Parque de Exposição. A Feira também conta com uma variedade de programações culturais, e valoriza a culinária de diversos países, com barracas típicas.

Outro evento que atrai turistas de todo o país, é o Festival de Viola e Gastronomia de Piacatuba, realizado neste ano, nos período de 27 e 31 de julho. Além de reunir violeiros de todo país, grandes atrações musicais são levadas ao distrito, proporcionando aos turistas uma excelente opção de entretenimento, aliado à culinária de alto nível de diversos chefs de cozinha.


Foto: Divulgação - Festival de Viola de Piacatuba

 
O turismo em Leopoldina
 
O município é privilegiado por suas belezas naturais, com serras, montanhas e cachoeiras. O turismo de verão e ecológico são agregadores e atraem visitantes de diversas regiões que procuram lugares tranquilos e bonitos para passar o feriado com a família. O município dispõe de uma das maiores extensões territoriais da Zona da Mata Mineira. Ao todo são 942,7 km², com grande área rural e circuitos entre serras e montanhas para a prática esportiva de trilhas, mountain bike e cavalgadas.


► Apreciar as belas montanhas de Minas do Morro do Cruzeiro, é uma das opções que encantam os visitantes. (Foto: João Gabriel B. Meneghite)
 
A existência de belas cachoeiras como a Poeira D’água, localizada em Piacatuba, tem atraído turistas de outras cidades, que aproveitam as belezas naturais do distrito num período de calor escaldante. A represa da Usina Maurício, também localizada em Piacatuba, tem atraído muitos praticantes de esportes aquáticos. 
 
Apesar de ser um município de interior, com 53.145 habitantes, em Leopoldina há uma excelente estrutura hoteleira, com mais de seis hotéis na cidade. No distrito de Piacatuba, por exemplo, há quatro belas pousadas para um descanso relaxante para toda a família. Há empreendimentos dotados de uma infra-estrutura como sauna, churrasqueira, campo de futebol, piscina com hidromassagem, quartos com ar-condicionado, entre outros. 
 
Com investimentos em eventos de gastronomia e da cultura sertaneja de viola que atraem turistas de todo o Brasil, o distrito virou alvo de investidores.  Pousadas com excelentes infra-estruturas e loteamentos de condomínios e clubes, tornaram o local um ponto turístico mais explorado de Leopoldina.


► Distrito de Piacatuba (Foto: João Gabriel B. Meneghite)
 
As fazendas e casarões antigos chamam a atenção de quem passeia pelas estradas rurais do município, principalmente na região dos distritos de Abaíba e Providência, se deparando com lindas construções do século passado. A Fazenda Abaíba é uma delas e guarda uma rica história que contribuiu para evolução de vários criatórios do cavalo Mangalarga Marchador no Brasil, sendo a linhagem ‘Abaíba’ conhecida em todo mundo.
 
Muitos aproveitam os passeios pelas estradas rurais utilizando como transporte bicicletas ou cavalos, apreciando com calma cada detalhe do percurso, saboreando frutas típicas da região e observando as árvores e matas nativas da extensa zona rural de Leopoldina que dá acesso aos distritos e povoados.
 
O aluguel de sítios e chácaras na zona rural é outra opção para aqueles que buscam uma confraternização mais reservada com os amigos e a família. Imobiliárias da cidade colocam diversas opções de locais para os interessados.



A escolha de Leopoldina no revezamento da Tocha Olímpica
 
Segundo informações do Ministério do Esporte, o circuito foi definido levando em conta critérios logísticos, turísticos e culturais. Além de envolver o povo brasileiro no aquecimento para os Jogos Olímpicos de 2016, a idéia do revezamento é contar histórias de todos os lugares do Brasil e servir como um legado de inspiração para as gerações futuras.
 
O prefeito José Roberto de Oliveira esteve com o Presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman e participou de cerimônia, no auditório da Fundação Habitacional do Exército, em Brasília, no dia 3 de julho de 2015, quando foi divulgada a lista das cidades que receberão o tour da tocha dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
 
O chefe do Poder Executivo desmentiu boatos de que teria pago um alto valor para sediar o evento de Revezamento da Tocha Olímpica na cidade. Ele esclareceu que foram investidos apenas R$19.555,00 para custear despesas relacionadas à logística, como pagamento das estruturas, som, gradil, projeto de combate a incêndio, filmagem, panfletos, adesivos, mascote e certificados de participação para os voluntários que irão trabalhar durante o evento.
 
Maquete da Tocha poderá ser instalada na cidade
 
Em entrevista ao site Mídia Mineira, o prefeito de Leopoldina José Roberto de Oliveira, anunciou que pretende instalar um marco  da passagem da Tocha Olímpica no município. O local não foi revelado, mas o prefeito considera que o revezamento da tocha no município ficará para a história. "É um evento que será mostrado para o mundo inteiro. A maquete vai representar a passagem da tocha pelo município eternamente, para que nossos netos e filhos vejam que Leopoldina fez parte de um grande evento", comentou.
 
 

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