10/11/2017 às 10h16min - Atualizada em 10/11/2017 às 10h16min

Modernização econômica: Por que não se pensar em Startup em Leopoldina?

Thiago Ferreira de Campos
A história de Leopoldina nos mostra que nosso munícipio sempre teve sua economia apoiada na atividade rural, inicialmente com plantio e colheita de café até 1929, ano no qual ocorreu a grave crise econômica americana, ainda assim, o então Presidente da época, continuou custeando a agricultura cafeeira até que em 1935, Getúlio Vargas assume o Governo e coloca em prática seu plano de desinvestimento do plantio do café, onde o Governo adquire o café excedente e o queima, além de proibir a produção de café em diversos lugares, sendo que um dos locais escolhidos foi Leopoldina.

Nesse cenário nossa economia se transforma saindo da cultura cafeeira e migrando para a pecuária leiteira, muito forte até hoje. O processo de Globalização e o avanço tecnológico trouxeram um dinamismo fantástico para a economia. A facilidade de comunicação e mudança cultural, quando saímos da teoria do individualismo e iniciamos a teoria do coletivismo foi o ambiente ideal e necessário para a criação das Startups. Startup foi um termo que ficou muito famoso nos Estados Unidos durante a época da bolha da internet. São empresas pequenas com uma ou mais pessoas trabalhando, baseadas na ideia de fazer coisas diferentes e que lhe tragam lucro.  O conceito de Startup começou a ser difundido no Brasil em 2011. Segundo o Portal Ig, um estudo realizado em junho de 2014 e junho de 2015 mostrou que as Startups estruturadas no Brasil movimentaram cerca de R$ 784 milhões. Por que não trazer essa nova realidade para a cidade de Leopoldina?

            Em nossa cidade temos 4 universidades, num ambiente onde duas são particulares e duas são públicas, além de algumas fornecerem cursos técnicos, que são: Unipac, que hoje é a FUPAC, Doctum, UEMG e CEFET. A percepção que os cidadãos têm é que a maior parte da mão de obra especializada gerada pelo CEFET é pouco utilizada na economia local, muitos saem e vão para os grandes centros, onde há possibilidades reais de obterem oportunidades para exercerem a profissão a qual escolheram sejam por meio do curso técnico ou superior. Essa nova forma de empreender seria muito importante para esses alunos que não trabalhariam só, pois nas Startup geralmente trabalham várias pessoas em uma sala, onde cada uma é uma empresa diferente, que atua em diferentes segmentos econômicos e podem se unir e desenvolver grandes projetos. Eu por exemplo, sou estudante de ensino superior no Curso de Ciências Contábeis da FUPAC, poderia junto com um estudante do CEFET desenvolver uma ferramenta contábil de fácil manuseio que atendesse a uma necessidade do comércio local, ou até mesmo poderia junto com um aluno de Engenharia Ambiental e esse estudante do CEFET desenvolver uma ferramenta contábil para administração da produção leiteira das fazendas locais, junto com algum tipo de controle ambiental objeto de estudo da Engenharia Ambiental. As possibilidades são muitas e seria uma forma de valorizar e aproveitar aquilo que temos em nossa cidade.

            A nossa capital, Belo Horizonte apoiou essa nova proposta de empreender, e hoje tem cerca de vinte e duas, em cem das mais promissoras no ranking 2017 da 100 Open Startups, segundo o Jornal O Tempo. Imaginem quantas empresas dessas poderiam ser desenvolvidas em nossa cidade, além de gerar desenvolvimento e renda para economia local? Quanto isso arrecadaria em impostos para nosso munícipio, que os reinvestiria não somente na manutenção desse projeto, mais iria investir também nas melhorias da qualidade do ensino, saúde e outros?

            Acredito, que a municipalidade deveria por meio de sua Secretaria de Desenvolvimento Econômico obter mais informações sobre esse segmento empresarial que está crescendo em todo o País. Pensar em formas de investir e fomentar essa nova realidade no nosso município junto com a ACIL, SEBRAE e as Universidades locais, fazer viagens e parcerias com as cidades onde as Startups estão em pleno funcionamento, criando um ambiente adequado para que os leopoldinenses possam empreender, gerar riqueza e desenvolvimento.
 
Thiago Ferreira de Campos, escrito em 04 de novembro de 2017.
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