09/09/2014 às 13h52min - Atualizada em 09/09/2014 às 13h52min

O cristão deve amar

Vivemos numa época em que se incentiva o amor a si mesmo, em detrimento do amor ao próximo. Trata-se do individualismo, sistema egocêntrico e altamente prejudicial à fraternidade, no qual a pessoa escolhe viver exclusivamente para si. Tal individualismo se manifesta, normalmente, através do egoísmo e da inimizade. A Bíblia diz, no entanto, que o cristão verdadeiro será reconhecido pelo seu amor ao semelhante: “Nisto todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” Percebemos que estamos diante de um completo antagonismo. De um lado a sugestão mundana, ame a si mesmo; de outro lado a sugestão divina, amem-se uns aos outros (1Ts 4.9).

Esse amor ao próximo, entretanto, não deve ser falso, como acontece muito nos dias atuais, mas sincero e de coração. A primeira carta de Pedro traz em seu primeiro capítulo, versículo 22: “Assim, já que tendes a vossa vida purificada pela obediência à verdade que leva ao amor fraternal não fingido, amai uns aos outros de todo coração”.

 

Outro dia, pesquisando na internet, encontrei uma frase que conceituava de forma brilhante o amor cristão, afirmando tratar-se do “resultado da transformação espiritual experimentada através do novo nascimento, e a prática central do conteúdo da fé cristã”. Essencialmente, podemos dizer que o amor cristão é o resumo da lei de Deus (Mc 12.33).

Mesmo assim, a despeito de palavras bonitas, precisamos ter em mente que o verdadeiro amor se expressa através de obras. Na primeira carta de João, capítulo 3, versículo 18, podemos ler: “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de boca, mas em ações e em verdade.” Ora, é fácil dizer que se ama o próximo, nada fazendo por ele. O verdadeiro amor inspira atitudes altruístas e caridosas. “Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo seu irmão em necessidade, fechar-lhe o coração, como o amor de Deus pode permanecer nele?” (1 Jo 3.17).

A ajuda sincera aos necessitados e carentes através da partilha certamente dignifica tanto quem dá quanto quem recebe. A Palavra de Deus é bastante clara em relação ao auxílio fraterno. Podemos ler no capítulo 2 de Tiago, versículos 14 a 17: “Meus irmãos, que vantagem há se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiverem necessitados de roupas e do alimento de cada dia, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e saciai-vos, e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que vantagem há nisso? Assim também a fé por si mesma é morta, se não tiver obras.”

As obras são o sinal visível do nosso amor ao próximo. Em Deuteronômio, capítulo 15, versículos 7 e 8, está escrito: “Quando algum de teus irmãos for pobre, em qualquer das cidades na terra que o Senhor, teu Deus, te dá, não endurecerás o coração, nem fecharás a mão para o teu irmão pobre; pelo contrário, abrirás a mão para ele e certamente lhe emprestarás o que ele precisa; o suficiente para a sua necessidade.” Quem ama tem consciência de que não há como ser feliz enquanto tantos passam fome e vivem precariamente.

É impossível esperar a salvação em Cristo sem a prática do amor cristão, pois amar uns aos outros é mandamento do próprio Deus para nós, transmitido através de Jesus. O amor com o qual os cristãos devem se amar é reflexo do amor de Deus em Cristo. “Como o Pai me amou, assim também eu vos amei; permanecei no meu amor” (Jo 15.9). Como cristãos que somos, devemos permanecer nesse amor.

Maria Regina Canhos (e.mail: [email protected]) é escritora.

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