23/01/2020 às 07h44min - Atualizada em 23/01/2020 às 07h44min

​E agora Kélvia?

Paulo Lúcio Carteirinho

No último artigo que escrevi, “E agora José”, tratei das dificuldades do prefeito Zé Roberto para a eleição de 2020. Conforme disse, os planos dele para  as eleições de 2018 e 2020 foram por água abaixo. Tendo em vista a morte do seu vice-prefeito (Marcinho Pimentel).
 
A princípio, a ideia inicial seria lançar Marcinho Pimentel candidato a prefeito. Mas com a morte dele, Zé Roberto, que tudo indica seria candidato a deputado estadual  em 2018, teve que mudar os planos. Tentou fazer seu filho, Roberto Brito, deputado estadual. Mas não conseguiu. Dessa forma, Zé Roberto chega em 2020 sem poder concorrer à reeleição, sem vice-prefeito para disputar,   sem poder lançar  candidatura de algum parente seu e seu grupo sem deputado estadual.  Só lhe resta lançar alguém próximo dele. Mas quem?
 
Aproveitando desse vazio, a vereadora Kélvia vem tentando ser a candidata do governo. Tarefa nada fácil. Afinal, para isso vai precisar não só do apoio do  prefeito Zé Roberto, mas também apoio de outras lideranças e grupos que compõem o governo.
 
Vale destacar que para se eleger,  Zé Roberto teve que juntar com outros grupos.  Um deles foi o do Marcinho Pimentel. Além de outros. Na eleição passada, a chapa “Juntos pela paz, união e progresso” teve 14 partidos: PSL, PTN, PSC, PR, PPS, PSDC, PHS, PTC, PSB, PRP, PSDB, PEN, PTdo B, PROS. Muitos desses grupos já romperam com o prefeito.   Resta saber se os que ficaram vão continuar junto e se o nome de Kélvia agrada.
 
Por falar em grupos, Kélvia terá que montar o seu. Até o momento, ela não tem um grupo formado.  Nem partido definido tem.  Vale lembrar que Kélvia se elegeu pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS). Acontece que esse partido deixou de existir. Tendo em vista que na eleição de 2018 não atingiu a cláusula de barreira: quantidade mínima de  deputados federais eleitos -   9 deputados.
 
Com as sanções previstas pela cláusula de barreiras, como não ter direito ao fundo partidário, tempo reduzido de propaganda no rádio e tv, não poder ocupar cargos na Mesa Diretora e nas Comissões- inclusive CPIs, a direção do PHS resolveu  fazer uma fusão com o partido Podemos (antigo PTN). Com isso, Kélvia atualmente  está filiada no Podemos. Sendo que em Leopoldina o partido está inativo desde 30/12/2016, conforme informações obtidas no site do TRE.
 
Na verdade, quase todos os partidos em Leopoldina estão inativos. Não possuem diretório formado ou comissão provisória. Ou seja, não tem presidente, vice-presidente, tesoureiro... . Esses partidos existem, porém, não funcionam. Uma espécie de vivo morto.   Uma triste realidade da nossa política. Infelizmente, partidos só funcionam em época de eleição.
 
Caso queria lançar sua candidatura a prefeita, Kélvia terá que resolver sua situação partidária.  Tem até o final de março para isso. Poderá continuar no Podemos, tornando-o ativo novamente ou ir para outro partido. Segundo os bastidores políticos, ela caminha para ir  para o Partido Progressista (PP). Tendo em vista que o deputado federal o qual apoia, Marcelo Aro, está à frente dessa legenda e tenta fortalecer o partido na região.
 
O PP em Leopoldina também está inativo. Por muito tempo o partido pertenceu ao grupo do Rodrigo Pimentel, inclusive, na eleição passada concorreu  a vice-prefeito na  chapa com Brênio Coli. Recentemente,  Rodrigo Pimentel saiu do PP e foi para o Partido Verde (PV) . É também um dos pré-candidatos a prefeito  e assim como Kélvia, está tentando  montar seu grupo.
 
Resta saber se conseguirão montar grupo a tempo. Conforme disse, eles têm até o final de março para isso.  Quem quiser ser candidato a prefeito ou vereador terá que está filiado a algum partido até Abril. Ou seja, pouco mais de um mês  Vale lembrar  que essa será a primeira eleição municipal com as novas regras da reforma política aprovada por Temer. Chamo atenção para  a questão da coligação. Os partidos políticos não poderão coligar para a disputa no legislativo (vereador). Apenas para prefeito.
 
Antigamente, o partido com poucos candidatos coligava com outro maior e com isso entrava na disputa. Aconteceu isso na eleição passada. O Partido Democrático Trabalhista (PDT)  tinha apenas dois candidatos a vereador: Rolsavo e Patrícia. O PDT coligou com o PT, que tinha mais de 20 candidatos. Por fim, Rosalvo foi eleito. Conclusão, o PDT com apenas dois candidatos conseguiu fazer um deles vereador.


Para esse ano isso não será possível. Conforme disse, dessa vez não terá coligações para o legislativo. Os partidos terão que sair sozinhos. Chapa pura. Ou seja, terão que ter uma boa quantidade de vereador caso queiram eleger alguém. Além de fortalecer a campanha para prefeito.  Resta saber quais partidos   vão conseguir isso.
 
No caso de Kélvia, ela tem até o  final de Março para montar seu grupo. Caso não consiga, uma das saídas  seria ir para o grupo do Zé Roberto. Ir para o Partido Social Cristão (PSC). Porém, ficaria refém desse grupo.
 
O que Kélvia irá fazer? A pergunta que não quer calar: “E agora Kélvia?”

 

 
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