01/02/2020 às 16h26min - Atualizada em 01/02/2020 às 16h26min

E agora Paixão?

Uma das novidades da política de Leopoldina é o radialista Marcos Paixão.   Paixão, como é mais conhecido, vem se destacando nessas eleições. Sua profissão (radialista)  o ajuda muito. Tendo em vista que está em contato com a população. Ouve seus anseios diariamente.
 
Como ele disse na entrevista para o Jornal Leopoldinense: “Sou radialista e no meu dia-a-dia recebo dezenas de ligações de ouvintes relatando problemas relacionados à gestão pública municipal. Essa triste rotina me despertou à necessidade de ir além da força do rádio e me tornar um pré-candidato a prefeito de Leopoldina”. 
 
Podemos dizer que Paixão é fruto da “Nova política”.  Pega  carona na crise política. Onde muitos do meio político estão desgastados. Existe por parte da população sentimento de mudança. O  nome de Paixão vai ao encontro desse movimento de renovação.
 
O fato dele não ser político o ajuda, mas também o  atrapalha. Afinal de contas, tem que saber jogar o jogo político. Conhecer as regras eleitorais. Percebo por parte de Paixão um pouco de amadorismo. Isso é normal para quem é marinheiro de primeira viagem. Porém, na política é bom ficar esperto. Não pode empolgar muito, pois acaba cometendo falhas que podem inviabilizar ou trazer problemas para sua possível candidatura.
 
Isso vem ocorrendo com Paixão. Assim que anunciou sua pré-candidatura a prefeito, sendo o primeiro a fazer isso, o grupo que lhe apoia foi logo para as redes sociais começar a divulgar.  Muitos de seus seguidores colocaram em suas fotos no facebook o tema: “Eu tenho paixão por Leopoldina”.
 
Para um bom entendedor um pingo é letra. Tá na cara o que está por de traz dessas fotos. Quando as vi circulando pelas redes sociais percebi que faltava a esse grupo conhecimento da lei eleitoral.  Não que Paixão e seus seguidores não pudessem fazer isso. Porém, ao fazer uso desse slogan antecipadamente, talvez não poderá  utilizá-lo no período eleitoral. Pois se fizer, pode ser enquadrado na questão da campanha antecipada.   Ou seja, jogou um trunfo fora. Queimou cartucho.   Um slogan bom para ser usado numa possível candidatura foi jogado fora.
 
Outra falha política foi na questão filiação partidária. Mal anunciou sua pré-candidatura,  o primeiro partido que o procurou ele se filiou. Sua filiação ocorreu no dia 1º de Julho de 2019. Sendo que tem até o dia 4 de Abril desse ano para se filiar a um partido.
 
Sua filiação foi muito prematura. Notamos pela foto que foi tirada no dia. Havia poucas pessoas com ele. Da pra contar nos dedos.  Alguns que ali estavam,  nem do partido eram, mas sim de outro. Nitidamente mostrou que não tem grupo. Na política uma simples foto diz muita coisa. 
 
Por falar em grupo, até entendo os motivos que levaram a se filiar tão rápido. Justamente, querer montar um grupo. Principalmente, montar chapa para vereador. Chapa de vereador é muito importante para campanha para prefeito. É a base de qualquer  campanha.
 
A respeito da eleição para vereador, cada partido poderá lançar até 23 candidatos. Sendo 16 homens e 7 mulheres. Não é nada fácil conseguir montar uma chapa para vereador. Até porque, até o dia 4 de Abril as pessoas podem mudar de partido. Logo, nunca se sabe quem vai estar com quem de fato.  Muito menos quem vai estar á frente dos partidos. Essas coisas mudam do dia pra noite. Colocando em dúvida todas as pré-candidaturas. Será que terão legenda? 
 
Ao tornar  sua filiação partidária  pública, mostrando onde está e quem está com ele, Paixão deu arma para seus adversários. Na política não existe solidariedade. O jogo é pesado. Não demorou muito para a “Velha política” entrar em campo e começar a dificultar as coisas para Paixão.  Visando frear  sua candidatura.
 
Paixão tomou conhecimento dos bastidores políticos.Os ataques que sofreu deixaram-no com uma pulga atrás da orelha. Estuda a  possibilidade de trocar de partido. Como disse anteriormente, tem até o dia 4 de abril para isso.
 
Sua  pré-candidatura ligou o alerta vermelho.  Vermelho é a cor da paixão. Tudo indica que Paixão irá para um partido que tem as cores vermelha.  Partido onde tem muitos amigos. Porém, amigos, amigos, partidos à parte. Ir para um partido com um grupo formado, com direção definida,  fará com que Paixão tenha que aceitar as regras e acordos desse partido.
 
É aquilo: “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.
 
Mas por enquanto não tem nada certo. No meio de tantas incertezas. A pergunta que não quer calar: “E agora Paixão”.

 

 

 
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