08/05/2020 às 09h01min - Atualizada em 08/05/2020 às 09h01min

IRMÃOS SALOMÃO – Circuito Cine Brasil – Leopoldina-MG – Anos 1960 –

Alguns anos atrás iniciei escrita de crônica sobre os Irmãos Salomão e seus cinemas, porém não a concluí.

Em fevereiro último estive em Vitória-ES participando de um “encontro etílico” entre colegas do BB, com os quais convivi durante muitos anos e, de tempos em tempos, nos reunimos para atualizações mútuas, bem como relembrar daqueles que já foram para o plano espiritual, deixando-nos suas recordações de amizades e fraternidades.

O encontro em Vitória foi “sagrado” como o 39º Encontro Etílico Resplendor-Brasília.

De volta, embarquei num ônibus Vitória-BH e, ao meu lado, sentou-se uma bela jovem, xará de minha filha, Juliana.
Num determinado ponto da viagem, começamos a conversar; ela se dirigia à casa dos pais, em Realeza; e, dizendo ela ser natural de Raul Soares, comentei sobre o médico Wilson Salomão, leopoldinense e lá residente há muitos anos; daí ela disse que sua mãe trabalhou, por muitos anos, como secretária do Dr. Wilson e a conversa passou a ser sobre os cinemas Salomão.

...Os Irmãos Salomão retornaram-me à memória e, desta vez, muito mais “intensos”: Brahim Sleiman, Salomão Elias, Jorge Elias Salomão (Bastião Queijo, por que?) e Wilson Salomão. 

Em meados dos anos 1950 existia o Circuito Cine Brasil, creio que com sede em Ubá; os Irmãos Salomão compraram o Cine Brasil de Leopoldina, e, a partir dali foram-se expandindo, chegando a operar no norte fluminense, e comentava-se que eles chegaram a possuir mais de 40 salas de cinema.

Cada filme que chegava aos Irmãos Salomão para exibição, chegava a permanecer por até 4 meses consecutivos em exibições nas suas salas, para alegria dos espectadores, das distribuidoras dos filmes e dos donos dos cinemas  
Infiro que os Irmãos Salomão tenham sido um dos maiores circuitos interioranos de salas de cinema no Brasil daquela época, pois os grandes circuitos como MGM, Lívio Bruni, Luiz Severiano Ribeiro, etc., operavam em capitais e grandes centros urbanos.

Até o advento/expansão da televisão, cinema era sinônimo de diversão e o Cine Brasil cumpria tal papel com dignidade: tinha capacidade de receber (creio que) mais de 300 espectadores por sessão.

Antes dos inícios das sessões, os alto falantes lançavam músicas no ar, como que “convidando” os espectadores à participação, mas, pouco antes do início de cada sessão – 19:30 hs. – o ar ficava mais romântico, mais clássico, mais suave, ao som do prefixo para início da sessão – Seranata, de Schubert, “preparando” eventuais casais de namorados, como bem o disse e definiu Rita Lee, para o escurinho do cinema, onde ...

Tempos vividos; curtidos; saudosos; irretornáveis.    Foi um privilégio vivenciá-los.

Irmãos Salomão, vocês tem toda nossa eterna GRATIDÃO!!!             ...Saudades!!


Cine Brasil em Leopoldina (
Fotografia gentilmente cedida por Nisley Machado Soares)
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