06/07/2020 às 11h29min - Atualizada em 06/07/2020 às 11h29min

A indeterminação da catástrofe!

Em tempos de Pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19) o mundo globalizado se desconecta com a crise do isolamento e distanciamento social. Não pairam dúvidas sobre as agruras de uma queda abrupta da atividade econômica e a inevitável mudança profunda no modo de vida das pessoas daqui em diante.
 
Não obstante as positivas expectativas com os esforços de reformas legislativas (trabalhista, previdenciária; tributária; administrativa etc) o Brasil, muito antes das medidas restritivas de controle sanitário, já registrava números e projeções insatisfatórios do PIB (Produto Interno Bruto), sinalizando retração ou mesmo recessão em um cenário mais pessimista para 2020.
 
Atualmente, o ambiente político é, lamentavelmente, dominado por grande instabilidade, tendo a colaboração erística da própria população com a disseminação não acurada de conteúdos duvidosos (fake news) pela rede mundial de computadores (internet). Tudo isso, em nada contribui para o desenvolvimento de uma nação, mas, sobretudo, alimenta, meramente, os interesses ideológicos de disputas irracionais e polarizadas em detrimento de dignos padrões de sustentabilidade e bem-estar da coletividade.
 
Neste contexto, a essencial ‘Quarentena’ tem muito a nos ensinar! A destruição da biodiversidade; a crise da segurança pública; o aprofundamento desigualdades sociais; a cabal afronta às Democracias e aos Direitos Fundamentais, nada foi suficiente para romper de forma tão eficiente com o crescente paradigma individualista da humanidade, senão o notório prognóstico de colapso dos sistemas de saúde em consequência de uma catástrofe mundial ainda indeterminada – provocada pelo avanço do Novo Coronavírus (Covid-19).
 
Parecem-nos comuns os sentimentos de perplexidade, incômodo, inquietação e dúvida em relação ao nosso futuro, confirmando-se imperioso –  nesta conjuntura – um elenco de reflexões e narrativas para nos unir como sociedade coesa e moderna, já que o mundo vive, indubitavelmente, uma situação insólita.
 
O elevado grau de incerteza e as peculiaridades do momento revelam o claro contrassenso a tudo que impulsiona as conhecidas soluções para os experimentados momentos de crise. Assim, é prudente e salutar que as Instituições exerçam liderança e se manifestem criativamente.
 
Rompendo, justificadamente, com a metodologia da pesquisa em relação à técnica da conclusão, peço venia para colacionar as ideias do filósofo Thomas Kuhn (c.f.: A estrutura das revoluções científicas. 9 ed. São Paulo: Perspectiva, 2006), porquanto traduzem adequadamente a vocação para superação exitosa dos fenômenos contemporâneos.
 
Em suma:

“O significado das crises consiste exatamente no fato de que indicam que é chegada a ocasião para renovar os instrumentos”.

(*)Edmundo Gouvêa Freitas é Mestre em Hermenêutica e Direitos Fundamentais (Universidade Presidente Antônio Carlos); Especialista em Direito Processual Contemporâneo (Universidade Estácio de Sá); Bacharel em Direito (Universidade Salgado de Oliveira); Autor de diversos livros jurídicos e publicações científicas.  Professor Universitário (UniRedentor-RJ \ Afya Educacional); Coordenador da ESA – Escola Superior da Advocacia (36ª. Subseção – OAB\MG); Árbitro e Mediador no CBLE – Centro Brasileiro de Litígios Econômicos. Advogado, Consultor Jurídico e Parecerista.
 
  
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