Quando o sono vai embora não tem jeito, é chegada a hora de dar um pulinho lá na cozinha para fazer um chá, comer uns biscoitinhos ou uma maçã. Minha opção é sempre o chá, mas hoje peguei uma maçã .Que péssima escolha. Não tinha gosto de maçã, ou melhor,tinha gosto sim, gosto de remédio. Que coisa triste! Com que será que estamos nos envenenando?? Frutas, verduras e legumes tudo anda empesteado de agrotóxico, cada dia em maior quantidade. As maçãs perderam o cheiro, a cor e o sabor!
Ah, quando me lembro daquelas maçãs que comíamos! Embrulhadas em papel azul...Cheiravam tanto que perfumavam todo o ambiente.... Eram disputadas nas barraquinhas do mês de maio lá no Bairro da Fábrica. Muitas vezes fui até lá só pelas maçãs. Deixávamos de assistir as últimas aulas no Ginásio e corríamos para as barraquinhas onde nos esperava o chocolate quente e, é claro, as saborosas maçãs que levávamos para casa.
As barraquinhas eram um atrativo a mais.
Assim que o bando de estudantes chegava, um colega que trabalhava no serviço de alto falantes nos anunciava, nome por nome, dizendo que um rapaz de camisa amarela nos oferecia a próxima música. Então ficávamos procurando quem estava de amarelo e nem sempre a surpresa era boa. Certa vez um velhinho todo espevitado que vestia amarelo, sorriu para nós com seus poucos dentes e perguntou: “quem de vocês vai namorar comigo?”
Era bastante divertido! Tempo bom, de muitas risadas, alegrias e sabores como daquelas maçãs tão suculentas e gostosas, sabor que deixou de existir assim como muita coisa especial que todos nos vivemos e hoje é só uma saudade.