30/07/2020 às 10h21min - Atualizada em 30/07/2020 às 10h21min

Quando o sono vai embora

Maria José Baía Meneghite (*)
Quando o sono  vai embora não tem jeito, é chegada a hora de dar um  pulinho lá na cozinha para fazer um chá, comer uns biscoitinhos ou uma maçã. Minha opção é sempre o chá, mas hoje peguei uma maçã .Que péssima escolha. Não tinha gosto de maçã, ou melhor,tinha  gosto sim,  gosto de remédio. Que coisa triste! Com que será que estamos nos envenenando?? Frutas, verduras e legumes tudo anda empesteado de agrotóxico, cada dia em maior quantidade. As maçãs perderam o cheiro, a cor e o sabor!

Ah, quando me lembro daquelas maçãs que comíamos!  Embrulhadas em papel  azul...Cheiravam tanto  que perfumavam todo o ambiente.... Eram disputadas nas barraquinhas do mês de maio lá no Bairro da Fábrica. Muitas vezes fui até lá só pelas maçãs. Deixávamos de assistir as últimas aulas no Ginásio e corríamos para as barraquinhas onde nos esperava o chocolate quente e, é claro, as saborosas maçãs que levávamos para casa.

As barraquinhas eram um atrativo a mais.

Assim que o bando  de estudantes chegava, um colega que trabalhava no serviço de alto falantes nos anunciava, nome por nome, dizendo que um rapaz de camisa amarela nos  oferecia a próxima música. Então ficávamos procurando quem estava de amarelo e nem sempre a surpresa era boa. Certa vez um velhinho todo espevitado que vestia amarelo, sorriu para nós com seus poucos dentes e perguntou: “quem de vocês vai namorar comigo?”

Era bastante divertido! Tempo bom, de muitas risadas, alegrias e sabores como  daquelas maçãs tão suculentas e gostosas, sabor que deixou de existir assim como muita coisa especial que todos nos vivemos e hoje é só uma saudade.

(*)Texto escrito em 26/10/19)
 
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