13/08/2020 às 10h01min - Atualizada em 13/08/2020 às 10h01min

O Velho e o Antigo

Waldemar Pedro Antonio (Turquinho)
Lila Portela na Félix Martins
As  relações  significativas  na  língua  estabelecem  semelhanças
Embaraçosas  para  a  mínima  distinção  entre  dois  termos,
Confundindo  o exato  emprego  em  situações  cotidianas,
Pois   seus  conteúdos  manifestam  uma  interseção  de  sentido.
 
Esta  introdução  técnica  e  teórica  é  para  clarificar  o  lirismo
Que  desembarca, a  partir  daqui,  no  uso  sagrado  da  poesia.
As  pessoas, já  na  curva  do  tempo, envelhecem  sem  antiguidades
As  coisas,  já  ultrapassadas, são  vistas   como  antigas  e  não  envelhecidas.
 
O  velho  expressa  o  desgaste  do  tempo, sendo  totalmente  desvalorizado
Diante  do  cenário  vivido, neutralizado  pela  ausência  da  novidade.
O  antigo  expõe  um  determinado  respeito  no  antiquário  da  vida
Valorizado,  a  todo  momento, pela  relíquia  dos  fieis  colecionadores .
 
Há  em  Leopoldina,  na  Praça  Félix  Martins,  importante  exposição   diária
De  um  relicário  de  peças    antigas  e  variadas    exibidas   no  chão,
À  disposição  dos  olhares  admiradores  transportando  suas  almas 
Para   lembranças  de  um  passado  no  reconhecimento  das  antiguidades!
 
Cotidianamente, quando  não  chove,  uma  carruagem  de  cor  vinho  conduzida
Pelo  cocheiro  das  artes, orgulhoso  de  suas  relíquias,  expõe, cuidadosamente,
Cada  exemplar,  trazendo  consigo  a  sombra  de  um  belo   e  respeitoso  passado,
Arrumado   em  fileiras  à  espera  dos  que  param para  olhar  e  idolatrar  cada  peça!
 
O  mentor  da  ressurreição  do  passado  é   um  historiador  das  artes  chamado  LILA  PORTELA  
Com  a  sabedoria  de  que  penico   é  a  viva  recordação  de  uma  urinada  noturna;
E  que  a  antiga  máquina de  escrever  Remington  traz  na  memória : A/ S/ D / F/G/- espaço
E  ainda  a  bigorna  do  sapateiro  desperta  batidas  nas  tachinhas  pregando  a  sola  do  sapato!
 
Um  relógio  cuco de  parede  com  pêndulo  acorda  a  mente com  o canto  do  passarinho;
O  faqueiro  com  doze  peças  faz  recordar  o  almoço  familiar  em  comemoração  à  paz  do  lar;
A  coleção   de  bombas  de  poço  é  uma  recordação  de  quando  a  água  jorrava  pelo  repuxo;
O  santuário, desgastado  na  pintura,  ativa  nossa  memória  religiosa  em  sinal  de  respeito !
 
Toda  essa  magnífica  exposição  de   objetos  que  nos  transporta  para  um  mundo  ilusório,
Desperta, na  imaginação  do  leopoldinense,  uma  verdadeira  aurora   de  belas  lembranças,
Reverenciando  o  ato  de  ternura  com  as  coisas  ANTIGAS  desse  mensageiro   do  passado,
Contribuindo  para  todos  com   o  retorno  às  puras  lembranças  ANTIGAS  e  não  VELHAS  !!!!
 
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