30/11/2020 às 08h29min - Atualizada em 30/11/2020 às 08h29min

ELEIÇÕES – CANDIDATOS ZERO VOTOS – Leopoldina – Anos 1960

Edson Gomes Santos
O dito popular afirma que “das urnas e das cabeças dos juízes de direito” só se sabe o resultado após as respectivas apurações e sentenças, sendo tais fatos inegavelmente constatados através dos tempos, e assim o serão enquanto houver eleições e decisões judiciais.

Os resultados das eleições deste ano de 2020 são, no mínimo, espantosos, pois mostrou, por exemplo, em Leopoldina, que o último colocado nas pesquisas, finalizou a campanha ELEITO.

Das urnas, como no dito, só depois de abertas...

Aqui em Divinópolis, cidade com 230 mil habitantes, foi eleito prefeito um jovem com não mais do que 30 anos; primeiro mandato eletivo; cuja campanha não se utilizou do Fundo Partidário e custou “míseros” R$ 57 mil; derrotando, nas urnas, dois grandes e tradicionais políticos locais com abrangências estadual e federal (ex-deputados).

Em Muriaé, elegeu-se o mais velho prefeito do Brasil, com 95 anos!!! VIVAS ÀS ELEIÇÕES!!!

Como as urnas traduzem as vontades dos eleitores; nem sempre contemplam os anseios dos candidatos, o que dizer dos candidatos zero votos – muitos – Brasil afora? ... Sequer votaram em si mesmos?  Por que não o fizeram?

Ante a situação tragicômica do zero votos, lembrei-me do ocorrido entre dois candidatos a vereador aí em Leopoldina, lá pelos anos de 1960.

O cidadão Delfim Aguiar Graça atuava no ramo da construção civil; muito bem relacionado na sociedade local; convidado a disputar vaga para a Câmara local, iniciou o processo de “captação” de votos e ia se saindo muito bem.

Outro cidadão, aqui apelidado de Zé Chico, muito amigo do Delfim, também se inscreveu como candidato a vereador; era extremamente comunicativo, simpático, agradável, e não havia leopoldinense que lhe negasse o voto pleiteado.

Zé Chico, sentindo-se prática e antecipadamente eleito, tanto era o apoio que seus conterrâneos lhe prometiam para as eleições vindouras, que resolveu “apoiar” o amigo Delfim e passou a fazer campanha para o amigo, pedindo votos para ele.

Eleições!  Encerrada votação. Iniciada apuração. Urnas em profusão. Resultados e “negação”.

Delfim, votos insuficientes e não eleito.

Zé Chico, apurados, somados e totalizados, ... DOIS VOTOS!!!  Um do pai, outro, da mãe, constatou-se, oficiosamente.

Aí vêm os gozadores e perguntam ao Zé Chico:

- Só dois votos?  O do pai e o da mãe? ...E o seu voto, o que aconteceu?

Zé Chico, sem perder o “charme”, responde: - Como eu já tinha votos para me eleger, claro que eu tinha que ajudar meu amigo Delfim e o MEU VOTO FOI PARA ELE.

ELEIÇÃO: candidatos analisei; neles votei e, como cidadão, GANHEI!

Edson Gomes Santos, novembro/2020
 
 
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