13/05/2021 às 20h42min - Atualizada em 13/05/2021 às 20h42min

PADARIA MARINO – Leopoldina – Anos 1960 –

Edson Gomes Santos
A Praça da Bandeira com a Padaria Marino ao fundo - anos 50/60 Fotografia gentilmente cedida por José Laênio Loche
Baile encerrado no Clube Leopoldina, chega a  hora de nos dirigirmos até a Praça da Bandeira, mais precisamente, à Padaria Marino.

Antigamente as padarias iniciavam suas atividades de madrugada, iniciando os preparos das massas que se transformariam, para consumo durante o dia, em deliciosas guloseimas – pães, roscas, bolachas, biscoitos, bolos, etc.

As habilidades dos padeiros eram exigidas nos preparos e cortes das massas, elaboração dos produtos em suas formas diversas, confeitá-los, levá-los aos fornos para assar, acompanhar seus “pontos” de assadas, retirá-los para não passar do “ponto”, daí entregá-los à área comercial para exposição e venda.

Quanto maior o nível de vendas, maior, claro, seria o “acerto” do padeiro... naquele dia, pois, nas madrugadas e dias seguintes tudo recomeçaria.

Naqueles anos de 1960, salvo algum esquecimento, a cidade contava com a Padaria Brasil; ao lado desta a padaria da família Farias (onde hoje funciona a Casa Nadinho); na Tiradentes, próximo ao Rosário, ficava – e ainda está - a Padaria Santa Terezinha; na Rua Joaquim Ferreira Brito, próximo do Armazém 3 Estrelas, funcionava outra padaria cujo nome não me lembro;  Rua Manoel Lobato tinha a Padaria Lamarca; na Praça da Bandeira estava a Padaria Marino.

Naqueles anos de 1960 as panificadoras já disponibilizavam aos Clientes mensalistas, de cadernetas de compras, o atual sistema delivery, ou seja, a entrega domiciliar dos seus produtos, principalmente os pães franceses, que, nas primeiras horas da manhã já estariam disponíveis para os desjejuns às mesas das residências.    ... Pioneiros em delivery, tá bom?    

As padarias situam-no nicho econômico indústria de panificação e, segundo meu professor no curso de Economia, é (ainda é?) a ÚNICA indústria que abrange todas as fases econômicas: preparo (mistura das matérias primas); produção e comercialização... num mesmo espaço.

Caminhando, conversando, chegávamos à Padaria Marino, muitas vezes ainda não aberta, porém o cheirinho tentador dos pães frescos ‘mexia” com paladares ansiosos para saboreá-los.

Cinco horas da manhã... até que enfim!  Eis que as portas são abertas e de lá surge com seu paternal sorriso o Sr. Miguel Marino, dando boas vindas àquela molecada que, ao fim de cada sábado e início de domingo, após uma noite dançante, lá aportavam para saborear os deliciosos pães com manteiga que somente a Padaria Marino e o Sr. Miguel sabiam como oferecer.

Pois é, às vezes a notícia de uma morte desperta-nos gratas lembranças de vida, como é o que ora relato após ler no Leopoldinense a notícia do falecimento do Silio, filho do Sr. Miguel Marino.   
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