04/10/2021 às 10h45min - Atualizada em 04/10/2021 às 10h45min
Ocupar espaços só se for com educação
Bernardo Guedes
A violência não vem só da agressão corporal. Ela também pode se traduzir nas palavras. Qualquer um que se posiciona sobre algo que acredite relevante está sujeito aos socos e pontapés virtuais.
Há uma defesa para esses murros. Nada melhor do que se posicionar além da técnica de expressão, com o seu devido fundamento. Não tem nada que irrite mais o agressor que demonstração de inteligência. Pode-se até citar de forma irônica, inclusive dando a razão que ele ache que tem e fim de papo.
Nas próprias rodas de amigos e familiares não é incomum acontecer alguma provocação violenta. O objetivo, além da irritação, é certamente lhe convencer de que o conceito adotado por aquele orador deve-se sobrepor ao seu.
Nesse momento, explique à ele que as ideias, desde que democráticas, podem conviver num mesmo espaço. Não significa que para existir uma, necessariamente deve-se eliminar a outra. As causas desde que o mundo é mundo estão aí, permeando e se transformando diante dos contextos. A vontade de ajudar deve ser o elo na caminhada.
Ultimamente, o amor e ódio estão se estabelecendo numa linha muito tênue, ao ponto de descaracterizar o ser humano de sua humanidade e implicar numa cegueira psicológica. Só vale o que cada um acredita, numa clara falta de noção de realidade.
Falta também objetividade. Problemas precisam de soluções como também de planejamento. Olhar para trás e procurar culpados não mudam em nada os desafios do presente e futuro. Mas por que não foi feito antes? Não é essa a pergunta. Mas o que poderá ser feito a partir dos problemas vivenciados?
Atitudes violentas merecem a insistência de um posicionamento firme repelente à base de educação. Compreender que aquela alma eivada de emoções agressivas pode estar em desespero e que a falta de carisma geralmente pode estar ligada à algum trauma.