09/10/2021 às 17h21min - Atualizada em 09/10/2021 às 17h17min

Eleições 2022!

Trazendo esse debate para Leopoldina, por aqui as movimentações políticas já estão ocorrendo.

Paulo Lúcio Carteirinho
Estamos a um ano das eleições, que ocorrerão    no dia 2 de outubro de 2022.  As regras eleitorais já foram definidas, daqui para a frente não poderá ter mudança, tendo em vista que toda mudança tem que ser aprovada até um ano antes da eleição.

A respeito das mudanças, não tivemos muitas.  Tentaram implantar o voto impresso, mas não deu certo. Tentaram também implantar o voto distrital para eleições de deputados e vereadores, onde seriam eleitos os mais votados, mas tal proposta também não foi adiante. Continua valendo o voto proporcional, contabilizando todos os votos e dividindo as cadeiras de acordo com o   quociente eleitoral.
 
Ainda falando em votação, o voto preferencial, pelo qual o eleitor poderia votar em mais de um candidato a presidente, onde os votos dos candidatos que ficaram nas últimas posições seriam transferidos para outros candidatos, de acordo com a lista que o eleitor definiu, acabando assim com o segundo turno, também não foi adiante.  

Outra mudança que também foi descartada foi o retorno das coligações. Por outro lado, o Congresso aprovou a criação da Federação Partidária, a qual permite a fusão de partidos, sem que eles percam seus nomes e números de legendas. Um jeitinho brasileiro para burlar a cláusula de barreira que afeta os partidos pequenos.

Como pode ver, não tivemos muitas mudanças. Prevalece basicamente à reforma política aprovada no governo Temer (2017).

Definidas as regras, partidos e candidatos começam a traçar suas estratégias. Trazendo esse debate para Leopoldina, por aqui as movimentações políticas já estão ocorrendo. Tudo indica que teremos novamente muitos candidatos locais.  
 
Vale lembrar que na última eleição a cidade teve 5 candidatos:  4 estaduais (Roberto Brito, Jacques Vilela, Dr. Marco Antônio e Godelo) e 1 federal (Bené Guedes). Nenhum deles foi eleito.  O que mais chegou próximo foi Roberto Brito, filho do Zé Roberto, que obteve 20.476 votos, sendo que   a última vaga do seu partido (PSL) ficou com o   Prof. Irineu, que teve 21.845 votos. Faltou a Roberto Brito 1.369 votos.

Alguns na época responsabilizaram outras candidaturas locais. Em parte sim, afinal, de certa forma dividiram os votos da cidade. Roberto Brito teve 10.822 votos (40,07%), Jacques Vilela 3.117 votos (11,54%), Godelo 1.545 votos (5,72%) e Dr Marco Antônio 1.375 votos (3,92%). Somando os votos dos candidatos locais que concorreram contra Roberto Brito, eles obtiveram 6.037 votos. Como disse anteriormente, faltaram a ele 1.369 votos.  Logo, se não tivessem tantos candidatos locais, Roberto Brito teria grande chance de ter sido eleito.

Como ocorreu em Cataguases, onde Fernando Pacheco foi o único candidato da cidade e com isso acabou sendo eleito. Ele  obteve 25.091 votos, sendo 22.558 votos (61,96%) em  Cataguases. Só com votos de Cataguases ele seria eleito, mas obteve votos fora também, inclusive em Leopoldina:  256 votos.

Porém, temos que analisar o outro lado da moeda. Leopoldina não conseguiu fazer novamente um deputado não só por ter tido muitas candidaturas locais. Até porque, Bené Guedes disputou sozinho e teve apenas 1.184 (4,85%) votos  em Leopoldina.  Ou seja, 95,15% dos eleitores que compareceram às urnas preferiram votar em candidatos de fora. Logo, esse discurso de que mais candidaturas locais atrapalham não é uma regra.

Para mim candidaturas locais até ajudam de alguma forma, pois movimenta a política da cidade, politizando o povo.

Talvez sem elas, muitos deixariam de votar.  Para se ter ideia, dos 40.840 eleitores em Leopoldina, 9.460 (23,18%) deixaram de votar. Sem contar os votos em branco 1.927 (6,15%) e nulos 2.410 (7.69%).  Contabilizando abstenções, votos nulos e em branco são 11.627 (28,46%) votos a menos.

Como se pode ver, quase 30% dos eleitores não votaram. Logo, podemos dizer que Leopoldina deixou de fazer um deputado muito mais pelo fato de muitos eleitores não terem ido votar ou foram, mas votaram nulo ou em branco,  do que os que foram e votaram em outros candidatos daqui.

Como disse anteriormente, Roberto Brito precisou de 1.369 votos para ser eleito, sendo que outros candidatos daqui tiveram 6.037 votos, porém, quase o dobro, 11.627 eleitores, deixaram de votar. Logo, acho que as ausências, votos em branco e nulos atrapalharam muito mais do que outras candidaturas locais, que se não fossem elas, esse número de abstenções, votos em nulos e brancos seriam maior.

Sem contar candidaturas de fora. Mais de 250 candidatos de fora tiveram voto aqui. Vou repetir, mais de 250 candidatos de fora. Totalizando 10.303 (38,75%) dos votos válidos. Logo, acho que culpar uma ou outra candidatura local um exagero.

Se somarmos os votos em candidatos de fora, mais abstenções, votos em branco e nulos, foram: 21.930 (53,69%). Ou seja, mais da metade dos eleitores não apoiaram as candidaturas locais. Lembrando que Roberto Brito deixou de ser eleito por apenas 1.369 votos.
 
Caso os políticos locais queiram uma vaga na Assembléia ou no Congresso Federal, terão que primeiro  trabalhar no sentido de fazer as pessoas irem votar. Nesse sentido, candidaturas locais servem de incentivo. Não vejo porque sermos contra elas.  Agora, não basta simplesmente apresentar a certidão de nascimento mostrando que é daqui que vai ter voto.  Os eleitores querem ver propostas, ideias, projetos, representatividade, participação, interatividade, trabalho em grupo, ideologia... por isso muitos preferem votar em candidatos de fora, pois eles mostram mais conteúdo do que o discurso  bairrista.
 
O desafio dos políticos locais é fazer o povo ir votar, de preferência neles.  Falando neles, alguns nomes são comentados nos bastidores.  É o caso de Roberto Brito, que tudo indica que deverá concorrer de novo. Outro nome que se fala muito é do Ricardo da Paf Pax, que foi muito bem na disputa para prefeito, ficando em terceiro lugar, tendo 5.490 votos (19,25%). O nome de Marcos Paixão também é muito comentando, ele que também disputou a eleição para prefeito e ficou em quinto lugar, teve 2.239 votos (7,85%). Outro que conversou pessoalmente comigo e disse que tem interesse é Willian Bonitinho.

Na disputa para deputado federal, noto movimentação por parte de José Eduardo Junqueira Ferraz, sobrinho do prefeito Pedro Augusto, e do vereador Rogério Suíno.

Por enquanto o cenário político é esse. Os nomes que citei acima, podemos dizer que compõem a lista dos pré-candidatos.  Com o passar do tempo essa lista vai mudando, alguns podem desistir, assim como outros nomes surgirem.  Em breve farei um outro texto falando um pouco dessas pré-candidaturas.
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