19/01/2022 às 18h32min - Atualizada em 19/01/2022 às 18h32min

WAGUINHO – VOZ MARCANTE, PERSONAGEM CONTAGIANTE

Leopoldina - 19/01/2022 – Triste para este início de ano a notícia do falecimento do Waguinho.

Edson Gomes Santos
Waguinho em apresentação da Lira (Foto: Lira Primeiro de Maio-Facebook)
Impressionante como certas pessoas engrandecem a natureza humana em suas áreas de atuações e, na forma certa, imprimem suas identidades em mentes e costumes no dia-a-dia das suas vivências.

Lembro-me, lá pelos inícios dos anos 1960, de sempre que ele passava pela Loja das Máquinas dedicava um tempinho para um cumprimento e conversa com meu pai, Eduardo, dono da loja.

Voz marcante, na locução radiofônica era um ás, e sua dicção e timbre eram fatores decisivos para que a área comercial da Rádio Sociedade Leopoldina - ZYK-5 obtivesse melhores resultados nas comercializações e veiculações das propagandas.

Com a boquilha do seu saxofone à boca, assoprava, dando impressão de que a musa grega da música Euterpe de lá saia e, com melodias dignas do Olimpo, o som se materializava pelo ar. 

Confesso haver tido pouco contato pessoal com ele durante meu “período” em Leopoldina – até 1971 – pois além de nossas faixas etárias diferentes, suas atividades e as minhas não tinham afinidade: ele, músico, radialista, pai de família e eu, estudante e comerciário, porém em minhas idas a Leopoldina por diversas vezes encontrei-me com ele, cumprimentei-o e, de volta, dele sempre recebi um afetuoso abraço e amigo sorriso, além de ele sempre relembrar do meu pai e do meu irmão Antonio.

A última vez que com ele estive foi cerca de 3 anos atrás, num domingo, na Praça Félix Martins, onde ele e um conjunto de outros músicos se apresentavam ao público numa animada “manhã musicada”; acompanhei e curti a bela apresentação - nostálgica para mim; terminada, dirigi-me a ele para cumprimentá-lo; claro que pelo tempo sem nos vermos e minha idade, tive que “esclarecer” quem eu era, e, de imediato recebi um largo sorriso e um afetuoso abraço; atualizamos nossas conversas; ali relatei o momento “marcante” que, vindo dele, vivenciei:

Clube Leopoldina, 1969, baile de debutantes, Conjunto Sachas abrilhantando o evento, repertório musical voltado para o dançante, pares e mais pares de dançarinos, salão cheio, Waguinho desce do palco, atravessa o salão por entre os dançarinos, situa-se no lado oposto ao do Sachas, o conjunto reduz a altura do som, Wanir, no órgão, dá a introdução da próxima música... Waguinho e seu saxofone de ouro, num elevado e harmosioso som, entram em cena com a eterna música SUMMERTIME, numa execução solo e integral da peça musical.

Concluída a apresentação, o público retribui Waguinho com aquilo que revigora os artistas...

                                                                       APLAUSOS!!!!

Bem, vão-se os homens, ficam suas obras e, para mim, a lembrança do Waguinho que deterei pela eternidade se resumirá num SUMMERTIME, ao som com meus APLAUSOS!!!!!

 ... ELE MERECEU, MERECE E MERECERÁ aplausos pelo que sempre foi. 

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