15/02/2022 às 11h39min - Atualizada em 15/02/2022 às 11h39min

Um triste cenário pandêmico

Waldemar Pedro Antônio (Turquinho)
Angustiante é ter bisado os mesmos cenários em nossas etapas do dia, o que já se tornou uma realidade nos isolamentos impostos pela pandemia.

Ao afastar-se do convívio social, criou-se uma sequência de hábitos no cotidiano, causando uma imensa e triste nostalgia.

É agonizante assistir, repetidamente, aos mesmos filmes, já conhecendo o seu final no início da projeção, com a vantagem da ida ao banheiro sem a necessidade de congelar a imagem, pois na volta a compreensão é a mesma no enredo da narrativa.

O que mais entristece no isolamento é a sombra pavorosa de uma contaminação viral, tendo de falar com a boca virada para o lado, portando na mão um vidro de álcool gel, quando o contato acontece sem máscaras.

Lavar sempre as mãos depois do aperto em outras mãos; ao manusear dinheiro; quando se pegar em maçanetas das portas, e, também, até antes de coçar o nariz.  O mais repugnante é afastar-se de parentes em seu convívio, após alguns espirros abafados entre o braço e o antebraço para evitar contaminação.

Intrigante é a passagem de alguém mascarado pelo seu portão, cumprimentando-o citando o seu nome e você, em retribuição, balança a cabeça respondendo sem saber quem é.

O mais irritante é zanzar pela casa, tão perdido como cego em tiroteio, procurando preencher o vazio comum constantes em nossos dias.

Ficar chateado, quando uma pequena tosse incomodar as pessoas, e ouvir muitas vezes, dizendo que é por precaução a seguinte frase: “Você já fez o teste contra covid-19? Seria bom faze-lo”.

Mas o momento emocionante nessa situação é, quando, pela manhã, dirijo-me ao quintal da casa para o encontro alegre e gratificante com meus queridos passarinhos, companheiros de jornada, o que me deixa muito feliz, mesmo diante dessa horrível quarentena.

Esperançoso estou com o breve retorno à normalidade em nossas vidas. Na certeza de que Nosso Senhor Jesus Cristo iluminará a alma de todos nós.
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