07/04/2022 às 20h25min - Atualizada em 07/04/2022 às 20h25min

Eleições 2022: Definidas as filiações!

Paulo Lucio Carteirinho
Chegamos ao mês de Abril, mês no qual o cenário político começa a ficar mais nítido, tendo em vista que as filiações partidárias já foram definidas, como prevê a lei, onde para ser candidato tinha que estar filiado a um partido até 6 meses antes da eleição, no caso até o dia 4 de Abril desse ano.
 
Trazendo esse tema para Leopoldina, ficaram assim as filiações dos pré-candidatos.  Para deputado estadual: Paixão continuou no REDE; Paulo Celestino havia deixado o PSB e retornou para o PT logo após as eleições municipais; Ricardo Paf Pax continuou no PSB; Roberto Brito deixou o PSL e foi para o REDE.  Para deputado federal: José Eduardo Junqueira Ferraz filiou no União Brasil; Rogério Suíno manteve sua filiação no PSC.
 
Lembrando que Wiliam Bunitinho havia comunicado na sua página no facebook a retirada do seu nome da disputa, com isso um pré-candidato a menos. Por outro lado, tomei conhecimento de outro nome, Pastor Heloyr, que está filiado no partido Democracia Cristã, membro da Assembleia de Deus, sendo a sede de sua igreja em Recreio, mas é natural de Leopoldina, dessa forma, acrescento o nome dele na lista dos pré-candidatos da cidade.
 
A respeito dessas filiações, o que mais chamou minha atenção foi sem dúvida à ida de Roberto Brito para o REDE. Primeiro pelo fato do REDE ser um partido de centro esquerda, na verdade, pra mim sempre foi centro direita, mas nessa eleição está caminhando para a esquerda, inclusive está para compor uma federação com o PSOL. Lembrando que em 2018 Roberto Brito concorreu pelo PSL, partido que elegeu Bolsonaro.
 
Em segundo lugar, Marcos Paixão, que também é pré-candidato, está filiado no REDE, que agora conta também com Roberto Brito, ou seja, dois candidatos do mesmo partido na cidade.  Vale lembrar que em 2020 Paixão quase ficou de fora da disputa, tendo em vista que tomaram dele o partido Solidariedade, às véspera do prazo final para se filiar. Com isso foi parar no REDE  e conseguiu sair candidato a prefeito por lá, mas sua campanha acabou prejudicada, tendo em vista que teve pouco tempo para organizar o partido. Dessa vez não tem pra onde correr, vai ter que torcer pro REDE lançar as duas candidaturas.
 
Como Paixão está no REDE desde 2020, como disse anteriormente, foi candidato a prefeito pelo partido, montou uma chapa de vereadores, organizou o partido na cidade, tudo isso fez com que ele tenha apoio da direção do partido. Dessa forma, Paixão garante que a ida de Roberto Brito para o REDE não atrapalha em nada sua pré-candidatura. Além do mais, o partido não tem tantos candidatos assim, tanto que está querendo fazer a federação com o PSOL de modo ambos os partidos atingirem a cláusula de barreira, tentando garantir a existência deles. Para isso precisarão de votos, dessa forma, quanto mais candidatos melhor para o partido. Dessa forma, acredito que os dois serão sim candidatos.
 
Falando em votos, tudo indica que o REDE e o PSOL serão os partidos os quais terão eleitos  deputados os candidatos menos votados entre os eleitos. Talvez por isso Roberto Brito tenha ido pra lá, pois sabe que lá tem mais chances. Com isso ele mostra que é um bom estrategista político. Na verdade, mostrou isso na última eleição, por muito pouco não foi eleito. Costumo dizer que política é um jogo, tem que saber jogá-lo e Roberto Brito está mostrando que sabe. Escolheu muito bem o partido.
 
Esse lance de ter dois candidatos do mesmo partido se a gente for parar pra pensar é até menos prejudicial, afinal, se si tornaram candidatos é porque seriam de qualquer jeito, dessa forma, estando no mesmo partido fará com que os votos de ambos vão parar na mesma legenda. Com isso, quem votar no Roberto Brito estará votando no Paixão, assim como quem votar no Paixão estará votando em Roberto Brito. Seria muito pior se tivessem em partidos diferentes. Agora é aquilo, será eleito o mais votado do partido e com um tirando voto do outro, pode acabar nenhum dos dois sendo eleito. Ainda mais se tiver outras candidaturas locais.
 
Como disse anteriormente, Ricardo da Paf Pax, Paulo Celestino e Pastor Heloyr também estão na disputa. Totalizando até o momento cinco pré-candidaturas locais. Sendo cinco grandes lideranças. Além de Roberto Brito e Paixão que citei anteriormente,  Ricardo da Paf Pax por exemplo concorreu a prefeito e ficou em terceiro lugar, foi muito bem votado e perdeu uma eleição “ganha”.  O ex-vereador Paulo Celestino já concorreu ao cargo de deputado estadual em 2010 e teve quase 10 mil votos. Pastor Heloyr nunca concorreu, mas foi assessor do deputado Noraldino Júnior e faz parte do movimento evangélico que vem mostrando muita força política nos últimos tempos e vai surpreender muita gente esse ano. A bancada da bíblia vai aumentar e muito.
 
Vale destacar que, além das pré-candidaturas locais, têm também as de fora. Na última eleição mais de 300 candidatos tiveram votos em Leopoldina, com destaque para Fernando Pacheco de Cataguases, que foi eleito deputado estadual e que  tentará a reeleição, sendo que dessa vez parece que não será candidato único. Assim como Leopoldina, Cataguases tem também um monte de pré-candidatos.
 
Na disputa para deputado federal o cenário é outro, temos menos pré-candidatos, até porque são menos vagas. Por enquanto temos apenas dois nomes na cidade: José Eduardo, sobrinho do prefeito Pedro Augusto e o vereador Rogério Suíno. Porém, é bom lembrar que temos outros nomes na região, com destaque para Hercyl Salgado (REDE), que foi candidato a prefeito em 2020 em Cataguases e obteve mais de 16 mil votos e quase ganhou.
 
Como Hercyl foi para o mesmo partido que Roberto Brito e Paixão, pode ser que surja uma dobradinha entre eles. Tendo dois candidatos do mesmo partido em Leopoldina fica até difícil para o Hercyl escolher com quem dobrar, caso opte por uma dobradinha regional.
 
Falando em dobradinhas, pode ser que surjam dobradinhas puro sangue em Leopoldina, Roberto Brito/Suíno, Paixão/Suíno, Roberto Brito/José Eduardo ou Paixão/José Eduardo. Com outros pré-candidatos acho difícil. Ricardo da Paf Pax fecha com o deputado federal Júlio Delgado (PV), Paulo Celestino tem compromisso com candidatos do PT e Pastor Heloyr com membros da sua igreja.
 
Como Suíno tá no PSC, partido que pertence ao grupo do Zé Roberto, pode ser que venha dobrar com Roberto Brito. Apesar de que, nada impede de Roberto Brito e José Eduardo, mesmo estando em partidos que tudo indica estarão em lados opostos, façam uma dobradinha municipal.
 
Essa questão partidária pesa muito. Inclusive, tem muita pressão no sentido dos candidatos de Leopoldina dobrarem com candidatos do seu partido ou do grupo. Vale destacar que as candidaturas têm que ser oficializadas pelos partidos, que com certeza vão exigir apoio.  
 
Por falar em oficializar as candidaturas, definidas as filiações, agora temos que aguardar as federações, que são coligações entre partidos, sendo que com duração maior, no mínimo quatro anos. De acordo com os bastidores políticos, algumas federações são dadas como certas: PT + PCdoB  + PV; PSDB + Cidadania; REDE  + PSOL; Outras estão sendo articuladas. Lembrando que os partidos têm até 31 de maio para definirem as federações.
 
Somente quando forem definidas as federações é que saberemos como ficarão os partidos, sabendo quantos candidatos cada partido terá direito a lançar. Aí teremos noção das chances das candidaturas locais de fato serem definidas. O jeito então é aguardar até junho. Assim que forem definidas as federações eu volto para mostrar como ficou o cenário político.
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