18/04/2014 às 12h58min - Atualizada em 18/04/2014 às 12h58min

Ruas em Leopoldina contém homenagens a líderes da Ditadura

Homenagens feitas em Leopoldina a líderes da 'Ditadura',

Luiz Otávio Meneghite
Há alguns anos escrevemos no Jornal Leopoldinense sobre a nossa repulsa a algumas homenagens feitas em Leopoldina a líderes da 'Ditadura', que alguns poucos tentaram justificar como homenagens a líderes da 'Revolução Militar', dando seus nomes a algumas vias públicas como avenida Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, que faz a ligação da avenida Getulio Vargas com a praça João Bela, no Alto da Ventania  e a  rua General Olimpio Mourão Filho, que faz a ligação da praça Alipio Assunção com a rua Castro Alves, no Alto Pirineus.
Nossos apelos na época para que tais homenagens fosse substituídas por outras mais justas, dando nomes de pessoas locais que de alguma forma contribuíram para o progresso e para a história de Leopoldina, não encontraram eco na Câmara de Vereadores, a quem compete dar nomes a logradouros.
Chegamos a sugerir os nomes de Francisco Barreto de Faria Freire, talvez um dos maiores prefeitos da história de Leopoldina, do tabelião Mauro de Almeida Pereira, um dos maiores historiadores de Leopoldina e Vitalino Duarte, uma pessoa simples que cultuou o folclore na cidade. Foram apenas sugestões como exemplos de que podemos homenagear os nossos antepassados honrados.Nenhum dos nomes por nós sugeridos foi homenageado até hoje e suas ações junto à sociedade em que vivemos, significam muito mais que as maléficas ações dos 'ditadores' já mencionados.
Na época em que deram os nomes de pessoas envolvidas com a ditadura a ruas  de Leopoldina, talvez seus autores tenha sido obrigados ou constrangidos a assim agir.
Nos lembramos disso, porque na última sexta-feira, 15/3, a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse em São Paulo que pessoas envolvidas em situação de morte, tortura e desaparecimento forçado no período da ditadura militar não devem ocupar funções públicas. Ela fez a afirmação ao responder a uma pergunta sobre as denúncias de que o atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, teria contribuído para a morte do jornalista Vladimir Herzog.
Ela foi textual: "Eu penso que todas as pessoas que comprovadamente estiveram envolvidas em situação de morte, tortura e desaparecimentos forçados não devem ocupar funções públicas no País", afirmou. "Porque os que cometeram - e se cometeram comprovadamente estes atos -, traíram qualquer princípio ético de dignidade humana e não devem ocupar funções de representação."
Concordamos plenamente com a argumentação da ministra e trazemos o seu raciocínio para o nosso pleito que renovamos aqui, hoje: Vamos mudar os nomes das ruas que carregam os nomes do 'marechal e do general', ambos líderes da ditadura que ceifou tantas vidas inocentes.
Sobre  o presidente da CBF,circula atualmente na internet uma petição, que deve ser entregue à direção da CBF, cobrando o afastamento de Marin da presidência da entidade. Ela foi lançada por Ivo Herzog, filho do jornalista, que deverá ir à sede da CBF, no Rio, assim que coletar 50 mil assinaturas.
Ainda na cerimônia da última sexta-feira em São Paulo, a ministra Maria do Rosário afirmou que o Estado brasileiro ainda deve explicações às famílias dos mortos e desaparecidos no período da ditadura. "Devemos produzir respostas que sejam coerentes, justas", afirmou. Para ela, a democracia no País vai se sentir envergonhada enquanto "todas as respostas não forem oferecidas às famílias".
A cerimônia de sexta em São Paulo aconteceu na USP, para homenagear Vladimir Herzog e Alexandre Vannuchi Leme e reuniu representantes dos governos de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
 
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