13/01/2015 às 19h59min - Atualizada em 13/01/2015 às 19h59min

Mais médicos, mais atendimentos, menos filas!

Mais médicos, mais atendimentos, menos filas! 

Paulo Lucio – Carteirinho 

 

Um fato vem chamando atenção desde a vinda dos médicos estrangeiros: o fim das longas filas de espera nos PSFs. 

Todos os dias passo em frente a um PSF que é caminho do meu trabalho. Além de passar em outros PSFs quando estou entregando cartas. Antes da chegada dos médicos estrangeiros, esses PSFs viviam lotados no período da manhã, com pacientes chegando na madrugada para vê se conseguiam um atendimento. 

Isso ocorria porque boa parte dos médicos brasileiros não cumpriam com a carga horária estabelecida. Chegavam atrasados e ainda iam embora cedo. Atendiam poucas pessoas no dia. Na verdade, uma quantidade diária definida. Prevalecia o modelo das senhas. Atendiam a cota e iam embora. 

Em relação aos atendimentos, quase sempre muitos rápidos. Os médicos mal olhavam para nos rostos dos pacientes. Visitas médicas em casa eram raras. Claro que não podemos generalizar, muitos médicos atendem muito bem pacientes, além de cumprirem com a carga horária e outras exigências do programa. Porém, temos que reconhecer que uma grande parcela não cumpre. 

Os pacientes que não eram atendidos se revoltavam, porém não tinha muito o que fazer. O jeito era madrugar na fila. Por muito tempo ficamos refém desse sistema, onde os médicos se transformaram em trabalhadores liberais, definindo seu modo de trabalhar. Ruim com eles, pior sem eles. 

Com a vinda dos médicos estrangeiros esse quadro mudou. Os PSFs que possuem médicos estrangeiros funcionam como deveriam. Os médicos estrangeiros cumprem a carga horária prevista. Por várias vezes vi o médico cubano ajudando a abrir e fechar o PSF. Isso acontece devido o médico não acumular empregos. Com isso atendem muito mais pacientes e sem pressa. Os atendimentos são mais demorados. Destaco a fala de uma paciente: “O médico me olhou dos pés a cabeça. Mediu minha pressão. Fez várias perguntas. Conversamos bastante. Nunca foi tão bem atendida.”. 

Com o PSF funcionado da forma prevista, não é mais necessário chegar na madrugada para ser atendido. Com isso, não vejo mais filas nos PSFs onde os médicos estrangeiros trabalham. Sem contar que muitas das vezes o paciente nem precisa ir ao PSF, são atendidos na própria casa, já que o médico realizam visitas nos lares. 

Agora entendo a revolta de boa parte da classe médica brasileira em relação aos médicos estrangeiros, pois está sendo combatido o sistema criado por eles. Com os atendimentos que estão sendo feitos pelos médicos estrangeiros duvido muito que os pacientes queiram de volta o velho atendimento. 

Esse é o grande legado do Programa Mais Médicos. Mais médicos, mais atendimentos, menos filas!

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