02/03/2015 às 09h38min - Atualizada em 02/03/2015 às 09h38min

TURBULÊNCIA POLÍTICA: AMBIENTE PROPÍCIO AO GOLPE.

Vivemos um momento de extrema dificuldade. Nossa democracia nunca foi tão colocada à prova, como agora. Atravessamos um momento de crise econômica que virou crise política e talvez até institucional.

Quem conseguir sair do campo das paixões e analisar de forma racional o que vem ocorrendo no Brasil verá que estamos vivenciando um fenômeno de verdadeiro salve se quem puder alimentado por um noticiário altamente tendencioso e manipulador.

O fim das eleições não conseguiu por fim à luta ideológica por interesses pessoais, classistas e corporativos. Tudo comandado por grande parte da mídia que não aceita a alteração de seu “status quo”. Num país onde 90% dos maiores meios de comunicação do país estão concentrados nas mãos de 05 ou 06 famílias, era de se esperar a reação da mesma contra a possibilidade de democratização dos meios de comunicação e regulação econômica da mídia, como ocorre em países desenvolvidos como EUA, França e Inglaterra.  Hoje Civita, Marinho, Frias, Saad e Abravanel (além dos Sirotsky, donos da Rede Brasil Sul- RBS, que abrange o Rio Grande do Sul e Santa Catarina) são as famílias que comandam os veículos de comunicação mais importantes do país. Depois de tentarem sem sucesso eleger seu candidato de direita, agora manipulam o noticiário a fim de criarem um ambiente propício ao golpe e ao enfraquecimento da democracia.

Ninguém em sã consciência é a favor da corrupção, no entanto o Brasil precisa avançar numa agenda positiva. Precisa continuar investigando e punindo, mas não pode ser paralisado. O Brasil é muito maior e mais importante que tudo isso que está ocorrendo. E, além do mais, todos sabem que a corrupção é antiga e generalizada no Brasil. Atualmente fica difícil encontrarmos valores morais intocáveis em nossa política.

É preocupante ver que reformas importantes, como a reforma política, correm o risco de mais uma vez serem enterradas pelos abutres reacionários que vivem da política. Que se locupletam da política, fazendo-a de mero meio de enriquecimento pessoal e familiar sem qualquer compromisso programático partidário ou ideológico.

Apesar de todo esse cenário desfavorável, acredito fortemente que a jovem democracia brasileira irá resistir, e o golpe em andamento irá naufragar. Teremos dois anos difíceis pela frente, mas resistiremos aos pessimistas e golpistas e voltaremos a crescer e a reduzir as desigualdades em nosso querido e amado país. Nunca devemos abandonar a luta contra essa praga chamada corrupção, mas temos o compromisso de manter o país em movimento, garantindo às futuras gerações as conquistas dos últimos anos, e corrigindo rumos a fim de melhorarmos ainda mais num futuro bem próximo.

(*)Bacharel em Direito pela Faculdade Doctum,  Habilitado pela OAB/MG; Especialista em Direito Público pela Universidade Cândido Mendes/Plenarius; Oficial de Justiça Avaliador do TJMG; Eletrotécnico formado pelo Cefet-MG.

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