27/03/2015 às 14h55min - Atualizada em 27/03/2015 às 14h55min

VISÃO DO FUTURO

Nada como um aperto para mudarmos de hábitos e até mesmo exercitarmos a nossa criatividade. A crise hídrica e elétrica é uma realidade e, sem querer ser pessimista ela será pior neste ano quando comparado ao período seco do ano passado. Em São Paulo, por exemplo, apesar das chuvas de fevereiro e março que foram acima da média para este período, as represas aumentaram muito pouco o seu nível. Em grande parte de Minas Gerais a situação é pior pois as chuvas foram abaixo da média durante o período chuvoso, período em se esperava um aumento significativo do volume dos reservatórios de abastecimento e das hidrelétricas. E agora acabou o verão e entramos no outono/inverno, período que, naturalmente temos um volume de chuvas muito reduzido.

Mas, graças a este aperto diversas tecnologias estão sendo criadas e desenvolvidas por pesquisadores e até mesmo por leigos visando a redução e a otimização do uso da água e da energia como podemos observar nas reportagens e nas feiras de ciências das escolas e universidades espalhadas pelo Brasil. Redutores de vazão de água, sistemas de controle do uso de chuveiros e banheiros, reaproveitamento da água na própria residência, das chuvas, geração de energia do movimento da água nos canos, sistemas de aproveitamento da energia natural com água e garrafas pet para iluminação de ambientes internos, e diversas outras ideias que surgiram, muitas totalmente inviáveis, mas muitas altamente interessantes.

Mas, precisamos ir além dos sonhos e dos protótipos. Os governos tem uma grande parcela de culpa nesta crise hídrica e energética que vivemos. Os sinais ambientais já foram percebidos a muito tempo pelos técnicos e cientistas mas, infelizmente, muito pouco foi feito pelos governos para evitar que este problema surgisse de forma mais intensa. Onde estão os nossos grandes parques eólicos? São poucos espalhados pelo Brasil. E as usinas solares?  Você poderia gerar sua própria energia através de painéis solares instalados nos telhados reduzindo significativamente a sua conta de energia elétrica, até mesmo vender o excedente gerado para as empresas distribuidoras. Mas os painéis solares, os chamados fotovoltaicos são de elevado custo de implantação. Para isto torna-se necessário a criação de um sistema de apoio governamental como os subsídios e isenção de impostos e até mesmo a otimização da venda da geração do excedente de energia para as distribuidoras, mostrando que o sistema pode, além de abastecer a casa de energia, gerar renda extra.

Infelizmente não existe uma política de governo definida ao estímulo destes modelos de geração de energia residencial como já acontece em outros países como o Japão e a Alemanha. Continuamos com a nossa política centralizadora de geração e distribuição de energia, baseada na gestão dos grandes consórcios de empresas e outros fundos de investimento, com modelos de geração alicerçados nas hidrelétricas, sistemas totalmente dependente dos ciclos hidrológicos regionais e globais e das termoelétricas, grandes consumidoras de combustível fóssil,  altamente poluidoras e geradora de energia elétrica de alto custo. Ainda dá tempo para mudarmos de rumo e iniciarmos a caminhada dentro de uma verdadeira política desenvolvimentista.

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