12/06/2015 às 15h58min - Atualizada em 12/06/2015 às 15h58min

Sejamos sempre como namorados

José de Paiva Netto

                                                                                                                                     Paiva Netto

 

Doze de junho, Dia dos Namorados! Em virtude de data tão inspiradora, selecionei trechos de palestras que realizei, numa singela homenagem aos que se amam: Quando a gente ama, as primaveras e alguns invernos (risos) vão passando, e até a aparência corporal não perde a graça. Falo de Amor, é claro! É como um bom vinho: sempre melhor com o decorrer dos anos, desde que não o deixemos azedar. Amor é como o cinquentenário que reuniu por tantos anos Zélia (1916-2008) e Jorge Amado (1912-2001): “Tomo da mão de minha namorada, cúmplice da aventura há mais de meio século, co-piloto na navegação de cabotagem: vamos sair de férias, mulher, bem as merecemos após tanto dia e noite de trabalho na escrita e na invenção. Vamos de passeio, sem obrigações, sem compromissos, vamos vagabundear sem montra de relógio, sem roteiro, anônimos viandantes”. Alziro Zarur (1914-1979), poeta, costumava dizer: “O Amor é todo o encanto da vida. A vida sem Amor não vale nada”. A beleza do Espírito Se você namorar e casar só por causa da formosura e do corpo sarado, poderá dar-se mal um dia, pois a fascinação exterior passará como o vento. Contudo, se for unir-se porque tem Amor, o encanto físico com o tempo poderá não ser o mesmo; porém, você amará como amou quando jovem, e com mais maturidade. O tempo ensina, ensina. Só não aprende quem não quer. Senão, que amor é esse? Não terá passado de sentimento falso. Mas, se constituir matrimônio verdadeiramente motivado por forte bem-querer, a felicidade crescerá como as árvores seculares, porque o Amor será infinito. A beleza é coisa primorosa. O Amor, todavia, é muito maior do que tudo isso. Ele estabelece a simpatia. E este é o atrativo que não morre, a graça eterna do Espírito. Nem a morte separa os que se amam. Lembro-me de um instrutivo canto de Zarur, no seu poema “Aos Casais Legionários”: (...) “Não é o corpo que atrai: / É o Espírito que ama”. (...) O princípio básico do Ser O Amor provém da Alma. Do contrário, pode morrer na noite de núpcias... Mas, se tiver como alicerce o Espírito e o coração de ambos os amantes, aí a lua-de-mel se repetirá por toda a vida, apesar das rusgas que sempre ponteiam a convivência de um casal. Eles serão eternamente namorados Essas palavras podem parecer por demais românticas numa era de vale-tudo. Talvez... No entanto, trata-se de triste engano pensar que o sentido do Amor se tenha findado neste Planeta. É desastroso deixar-se levar pela moda do momento, porque você, passada a onda às vezes demorada, padecerá das dores da frustração que é ter rejeitado a sua própria natureza de criatura de Deus. Provavelmente, perceberá, então, que o pior sofrimento é a ausência de Amor, uma verdade rejeitada por gente de influência no mundo, cujo escarmento, lá na hora de se entender com o travesseiro, é a conclusão, aos outros às vezes bem negada, de que é igual a todos: carente de afeto, como o seu corpo de alimento. É evidente que lhes falo do Amor que não é fonte de desvarios, porquanto “princípio básico do Ser, fator gerador de vida, que está em toda parte e é tudo”. Logo, não devemos agir com banalidade, que qualquer dia poderá cair sobre nossas cabeças, geralmente sem que até o amigo mais próximo perceba. A isso também se dá o nome de remorso. Amor fica, desejo passa Certa vez, perguntado, aconselhei alguém que não se apressasse no seu namorisco. Bem parecido com o que afirmei no Congresso Jovem LBV, realizado em 28 de junho de 2003, na capital paulista, e a turma gostou, pelo que fiquei sabendo. Em determinado momento, disse-lhes: Vocês que são jovens, cuidado quando lhes disserem: “Eu te amo! Dá-me um sinal, uma prova de amor...”. Prestem atenção se isso lhes for pedido, porque o outro, ou a outra, pode estar apenas ocultando: “Eu te desejo!” Depois que a atração se for, oh!, tudo acabará! E um dos dois poderá ficar machucado, como tantas vezes acontece. Não se precipitem, pois! Amor é diferente de desejo. Amor fica, desejo passa. Quando o desafio aparecer no caminho dos casais, a reflexão mais apropriada seria: “Ora, nós nos unimos por quê?! Porque nos amávamos! Então, continuemo-nos amando e vençamos o mal que porventura nos queira separar”. E não deixem ninguém meter o bedelho em suas vidas. Eis aí! Casal unido é aquele que vive integrado no Pai Supremo, cuja face é o Amor. Portanto, quanto mais amamos, mais Ele se manifesta em nós, porque o Amor não é velho nem novo. É eterno, porque é Deus. E, se você não crê que exista um Poder Soberano atento às suas dificuldades, lembre-se de que os bons sentimentos são a sustentação de sua vida, de tal forma que esteja em paz consigo mesma ou consigo mesmo. O essencial é que, passados os anos, criados os filhos, vencidas as dores e superados os empecilhos, vivamos sempre como namorados! É difícil neste mundo? Mas não é impossível. José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. [email protected] — www.boavontade.com

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