14/04/2016 às 08h47min - Atualizada em 14/04/2016 às 08h47min

Influência das pesquisas eleitorais no seu voto.

É possível constatarmos com base no resultado da enquete, de que a maioria dos leitores participantes não aceita interferência das pesquisas na formação de sua vontade.

Talvez esses leitores tenham se focado mais nas eleições municipais, haja vista que estudos demonstram que existe sim uma grande influência das pesquisas na vontade geral da população. Podemos nomear este fenômeno como: “efeito manada”.

É imperativo demonstrar que existem dois pontos de vista. Primeiro, o ponto de vista do eleitor em relação às eleições municipais. Como nas enquetes anteriores foi tratado especificamente delas, creio que o eleitor respondeu com base nestas e, também, porque estão mais próximas. Segundo, do ponto de vista de eleições estaduais e federais. Nestas a “marquetagem” é infinitamente maior e a divulgação se dá no atacado.

Em relação ao primeiro ponto, entendemos que alguns motivos para os leitores não seguirem as pesquisas são: 1 – São poucas ou quase nenhuma pesquisa divulgada no município. Como sabemos para se fazer uma pesquisa tem uma série de exigências que devem ser seguidas caso se queira divulgá-las, por isso no âmbito municipal as pesquisas são mais internas e guardadas a sete chaves. 2 – Numa cidade como Leopoldina, todos se conhecem e pesquisas e “marquetagem” não dão muito certo, vejamos o exemplo das eleições municipais passadas, onde houve até a contratação de uma “figura” importante do “Show Business”, qual seja, Marlene Matos, para comandar uma campanha. 3 – A campanha é feita corpo a corpo e por meio da imprensa local, os gastos são relativamente pequenos.

Já se referindo ao segundo ponto, quando falamos em eleições estaduais e federais a coisa muda de figura. A campanha é totalmente profissionalizada, com institutos e marqueteiros contratados a peso de ouro, tudo bancado com doações de grandes grupos econômicos.

O cientista político Renato Della Vechia leciona que: _“Dependendo do contexto social e político, as pesquisas podem influenciar uma pessoa pois existem quatro tipos de eleitores: os que gostam de ganhar e por isso acabam deixando se influenciar pelas pesquisas, votando no candidato que está na frente; eleitores que veem as pesquisas como um dado importante, fazendo com que ele decida seu voto; o eleitor mais ideológico, que apesar das pesquisas, não troca seu voto e aposta em determinada candidatura; e por fim o eleitor que dá um voto útil, que é aquele que pode modificar um resultado previsto”.

Sendo assim, portanto, concluímos que o resultado da enquete é fiel ao panorama municipal, mas não podemos dizer o mesmo no nacional. Em alguns lugares e contextos as pesquisa acabam servindo para inibir qualquer opinião contrária ao consenso construído pelo grande apelo de propaganda e marketing. Necessitamos olhar as pesquisas com muito cuidado e reserva, mas não devemos desprezá-las de tudo, apenas “olhar de fora”  e formar nossa vontade utilizando diversos parâmetros e não só um.

(*)Bacharel em Direito pela Faculdades Doctum,  Habilitado pela OAB/MG; Especialista em Direito Público pela Universidade Cândido Mendes/Plenarius; Extensionista no curso LFG, Oficial de Justiça Avaliador do TJMG; Eletrotécnico formado pelo Cefet-MG; pós graduando em Direito penal e processo penal pela Universidade Cândido Mendes/Prominas; pós graduando em Direito empresarial e Processo Falimentar pela Universidade Cândido Mendes/Prominas e colunista do GLN.
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