22/06/2016 às 18h16min - Atualizada em 22/06/2016 às 18h16min

49 - Joaquim Antonio de Almeida Gama: o casamento

Personagens Leopoldinenses

Luja Machado e Nilza Cantoni
Publicado no jornal Leopoldinense de 01 de junho de 2016
A viagem continua e o Trem de História fala hoje sobre o casamento de Joaquim Antonio. Antes, porém, quer dar notícia do Registro de Terras(1) de 1856, cujo item 6 se transcreve com a ortografia original. Conforme se verá a seguir, é relativo ao fazendeiro em estudo e a uma fazenda cujas terras chegavam a uma parte do que é hoje o centro da cidade. Diz a nota:
“Joaquim Antonio de Almeida e Gama he senhor e possuidor da fazenda denominada Floresta, sita nesta Freguesia adequeridas por titulo de compra, levará dusentos e vinte alqueires de planta de milho e divide por um lado com Romão Pinheiro Correia de Lacerda, José Zeferino de Almeida, José Joaquim Cordeiro, D. Maria do Carmo, com os herdeiros do finado Bernardino, com o Dr Antonio José Monteiro de Barros. Villa Leopoldina em trez de Março de mil oitocentos e cincoenta e seis. Joaquim Antonio de Almeida e Gama. O Vigº José Mª Solleiro”
Quanto às núpcias de Joaquim Antonio é de se registrar que não se sabe quando exatamente elas ocorreram porque ainda não foram encontrados os livros paroquiais com os eventos realizados no então Curato do Feijão Cru antes de 1850. Pode-se, entretanto, supor que ele e Maria Josefina Cândida de Jesus tenham se casado logo depois da Contagem Populacional de 1843, já que o filho mais velho do casal nasceu por volta de 1845.
Maria Josefina era filha de José Thomaz de Aquino Cabral e de Rosa Cândida da Gama, cujo sobrenome faz acreditar ser parenta de Joaquim Antonio.
Vale registrar que o casamento de Joaquim Antonio com Maria Josefina aproxima o Trem de História de outro antigo morador de Leopoldina, o senhor José Thomaz de Aquino Cabral que, em 1856, era proprietário da Fazenda Santa Cruz(2) cujas terras, cerca de 265 alqueires, divisavam com João Gualberto Ferreira Brito (Fazenda Fortaleza), Antonio Rodrigues Gomes (Fazenda Águas Vertentes do Córrego do Moinho), José Ferreira Brito (Fazenda Dois Irmãos), Francisco da Silva Barbosa (Fazenda Boa Vista) e Mariana Luiza ou Tereza Pereira Duarte (Fazenda Recreio).
Registre-se, ainda, que o casal José Thomaz e Rosa Cândida teve pelo menos mais um filho, Carlos Augusto de Aquino Cabral, cujas terras recebidas por herança dos seus pais foram transformadas na Fazenda Natividade, localizada na divisa(3) do Distrito de Paz de Vista Alegre(4).
Aqui vale a explicação de que este antigo Distrito de Paz pertencia a Leopoldina, em 1891, e ficava nas proximidades do córrego Jacareacanga, na margem direita do Rio Pomba. O atual distrito de Vista Alegre, pertencente ao município de Cataguases, fica na margem esquerda.
Outra informação que pode ser interessante é a de que, possivelmente, a esposa de Joaquim Antonio era meia-irmã de Antonio e Joaquim Thomaz de Aquino Cabral, cuja mãe é indicada nas fontes como sendo Maria Benedita de Almeida e o pai, José Thomaz de Aquino Cabral. Antonio Thomaz foi alistado(5) no mesmo distrito eleitoral de Carlos Augusto e foi casado com Rosa Vitalina, provavelmente de sobrenome Gama. Teve nove filhos em Leopoldina, entre 1878 e 1893 e uma filha que teria nascido no estado do Espírito Santo. O irmão Joaquim Thomaz de Aquino Cabral casou-se(6) em Leopoldina, no dia 19.02.1881, com Luiza Augusta da Gama, filha de Joaquim Antonio de Almeida Gama e Maria Josefina Cândida de Jesus.
Joaquim Antonio e Maria Josefina tiveram, pelo menos, 13 filhos nascidos em Leopoldina São eles: Teófilo Antonio, Filomena Josefina, João Caetano, Rosa Cândida, Antonio Francisco, Maria, Luiza Augusta, Carlota, Virginia Angélica, José Joaquim, Elisa, Joaquim e Ernestina, que lotarão o próximo vagão do Trem de História. Aguardem!
 
Notas:
1 – Arquivo Público Mineiro, Seção Colonial, TP 114, Registro de Terras de Leopoldina, nr  6
2 – idem, nr 3
3 – Leis Mineiras, Arquivo Público Mineiro, Decreto 406 de 6 de março de 1891
4 – idem, Lei 3171 de 18 de outubro de 1883
5 – Alistamento Eleitoral de Leopoldina século XIX, lv 37 fls 14verso nr 21
6 - Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 2 cas fls 52 termo 143
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