28/10/2016 às 14h11min - Atualizada em 28/10/2016 às 14h11min

63 – Luiz Botelho Falcão – parte 1

Personagens Leopoldinenses

Luja Machado e Nilza Cantoni, membros da ALLA
Publicado no jornal Leopoldinense de 01 de novembro de 2016

O Trem de História direciona agora o foco da pesquisa para iluminar os caminhos seguidos pelos dois filhos de Luiz Botelho Falcão III e Ana Cecília: Luiz Botelho Falcão IV e Eugênio Botelho Falcão.
Luiz Botelho Falcão IV, de quem não se conseguiu documentar a data de nascimento, casou-se com Emília Antunes, nascida em 1860, filha de José Antunes Pereira e Custódia Maria de Jesus.
Segundo seu filho Luiz Eugênio, teria cursado humanidades no Colégio Pinheiro, no Rio de Janeiro, o que não se confirmou nas listas de alunos do citado Colégio nos anos de 1863, 1865 e 1867.
Também não foi encontrado o registro do casamento de Luiz Botelho Falcão IV que pode ter ocorrido em 1876, logo depois dele ter obtido a nomeação para suplente de Juiz Municipal no 2º distrito de Leopoldina.
Tudo indica que esta nomeação teria ocorrido a pedido do então futuro sogro que residia no distrito de Bom Jesus do Rio Pardo, atual município de Argirita.
Certo é que um ano depois de obter este emprego, Luiz IV iniciou a construção de uma casa na área urbana de Leopoldina. No mesmo ano, adquiriu escravo e no início do ano seguinte sua situação já era estável o suficiente para permitir-lhe colaborar com a Comissão de Socorro às vítimas das inundações em Portugal.
Em 1878 foi eleito vereador, tendo feito parte da comissão que aprovou a instalação de iluminação pública a gás em 1879. Sua carreira de homem público se ampliou um pouco mais em 1879, quando foi nomeado para o cargo de Inspetor de Instrução Pública no qual permanecia em junho de 1880, quando a reforma no sistema de ensino determinou que Leopoldina seria a sede do 8º Círculo Literário de Minas. Pediu exoneração em 1882.
Quatro anos depois ele foi citado como negociante em Leopoldina e em 1888 chegou ao posto de Major Ajudante de Ordens da Guarda Nacional ao passar para a reserva, agregado ao 23º batalhão.
Em abril de 1889 seu nome foi mencionado como redator proprietário do jornal O Leopoldinense. Mas vale recordar que no artigo nº 09 desta série ficou esclarecido que Luiz Botelho Falcão IV não foi o fundador do jornal O Leopoldinense, lançado em 01.01.1879 pelo Alferes Francisco Gonçalves da Costa Sobrinho.
Registre-se que, segundo as edições preservadas nas hemerotecas da Biblioteca Nacional e do Arquivo Público Mineiro, o Alferes, criador, primeiro proprietário e redator do jornal pioneiro de Leopoldina, havia atuado como guarda-livros e se incumbia de cobranças judiciais e extrajudiciais em Macaé, Campos dos Goitacazes, São João da Barra, São Fidelis, Cantagalo e Muriaé antes de vir para Leopoldina. Era, também, sócio fundador do Club Literário Campista onde atuou como Bibliotecário. Registre-se, também, que não foram encontradas edições de O Leopoldinense a partir do final do ano de 1886. Em 1889, o Alferes Francisco Gonçalves da Costa Sobrinho requereu nomeação como Escrivão de Órfãos de Rezende, RJ. Na edição 180 da Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, de 29 de junho de 1889, bem como no Diário do Commercio (Rio) de 27 de junho e no Fluminense (Niterói) de 28 de junho, ele foi mencionado como fundador dos periódicos O Leopoldinense e Folha de Minas (Juiz de Fora).
Tudo indica que Luiz Botelho Falcão IV se interessou em comprar o Leopoldinense, mas não conseguiu manter a publicação com regularidade. E provavelmente a venda só se efetivou em 1889, tendo o jornal voltado a circular em novembro do ano seguinte, de forma irregular.
Por hoje paramos por aqui. Ainda existe carga sobre este personagem. Mas ficará para a próxima viagem do Trem de História. Aguardem.
 
Fontes Consultadas:
Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 01 bat fls 61 termo 325.
Livro Caixa da Câmara Municipal de Leopoldina, códice 654 fls 3 item 6.
Cartório de Notas de Leopoldina, lv 699 fls 18-verso.
A Actualidade (Ouro Preto), 1878 2 out ed 101 p.1; 1879 26 abr ed 44 p.2 e 1880 26 jun ed 67 p.2.
A Província de Minas (Ouro Preto), 1882 21 dez ed 131 p.1.
A União (Ouro Preto, MG), 1888 9 junho ed 178 p.3.
Almanaque de Leopoldina (Leopoldina: s.n., 1886), fls 89.
Diário de Minas, (Outro Preto, MG), 1875 10 junho ed 467 p.1 e 1875 12 junho ed 468 p.1.
Echo do Povo (Juiz de Fora), 1882 21 dez ed 46 p.1.
Irradiação (Leopoldina, MG), 1889 11 abril ed 60 p.3.
Monitor Campista (Campos dos Goitacazes, RJ), 1879 17 fev ed 38 p 3 e 1879 1 maio ed 101 p. 2
O Baependyano (Caxambu, MG), 1880 11 julho ed 150 p.3.
O Globo - jornal do século XIX (Rio de Janeiro), 1877 5 jan, ed 5, pag 3 e 1877 8 jan, ed 8 pag 4
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