17/12/2016 às 11h21min - Atualizada em 17/12/2016 às 11h21min

64 - Luiz Botelho Falcão IV – parte 2

Personagens Leopoldinenses

Luja Machado e Nilza Cantoni, membros da ALLA
Publicado na edição 319 no jornal Leopoldinense de 16  de novembro de 2016
 
Como prometido no artigo anterior, o Trem de História segue falando sobre Luiz Botelho Falcão IV.
De início sobre a sua situação econômica que, em 1890, parecia estável, conforme indica a contratação de uma Apólice de Seguro de Vida junto à Companhia New York Life Insurance.
Em março de 1892 ele tomou posse como vereador e, em agosto do mesmo ano, foi citado como Coronel ao assumir a presidência da Junta de Alistamento Militar. No mês seguinte, foi provisionado pelo prazo de três anos no cargo de Solicitador da Câmara, cujas funções eram exercidas por leigos e se assemelhavam às dos atuais defensores públicos. E as últimas referências a Luiz Botelho Falcão datam de março de 1893, quando participou da Assembleia de Instalação do Banco de Leopoldina, três meses antes do seu falecimento ocorrido, segundo o filho Luiz Eugênio, no dia 12 de junho, embora o órgão oficial da província registre como sendo 14.06.1893. Para Luiz Rousseau Botelho, no livro Dos 8 aos 80, seu pai faleceu em 19 de fevereiro.
Em Alto Sereno Luiz Rousseau esclarece alguns pontos sobre a família. Mas ainda não foi possível, por exemplo, definir o nome utilizado na idade adulta por muitos familiares. Ele registra, no Epílogo, página 266, apenas que: "Em nossa família todos tiveram Luiz ou Luiza como primeiro nome, em honra de meu pai e de meu avô, Luiz Botelho Falcão, português nascido na Ilha dos Açores.”
Luiz Botelho Falcão IV e Emília Antunes foram pais de: Luiz Botelho Falcão V, nascido por volta de 1877; Luiz Emilio Botelho Falcão, nascido em 1879 e provavelmente falecido no mesmo ano; Luiz Emilio Botelho, nascido em 1880; Luiza S. Botelho, nascida em 1882; Luiza Erminia Botelho, nascida em 1883; Luiza, nascida em 1884; Luiza Cecilia, nascida em 1886 e falecida em 1887; Emilia, nascida em 1887; Luiz Eugênio Botelho, nascido em 1889; Luiz, nascido em 1890; Luiz Rousseau Botelho, nascido em 1892; e, Luiz Tasso Botelho, nascido em 1893 e falecido em 1962.
Por conta da homonímia tornou-se difícil descobrir a trajetória dos doze filhos do casal. Ao final de muitas pesquisas, apenas sobre quatro deles se conseguiu reunir dados para produzir uma biografia mínima, como se verá adiante.
O primeiro destes filhos é Luiz Botelho Falcão V, que se casou em 1897 com Ernestina Antunes Barbosa, filha de Eduardo José Barbosa e Custódia Maria Antunes. Ela nasceu em 1880, sendo neta paterna de José Joaquim Barbosa e Francisca Rosa de Jesus e neta materna de José Antunes Pereira e Custódia Maria de Jesus.
O casamento de Luiz V com Ernestina foi realizado na Fazenda Boa Esperança, propriedade do pai da noiva. O avô paterno de Ernestina era José Joaquim Barbosa, que em 1847 veio de Conselheiro Lafaiete (MG) para comprar terras da família Lopes da Rocha no então distrito de Rio Pardo, atual Argirita. Tornou-se grande proprietário de terras na região do atual distrito de Taruaçu, no município de São João Nepomuceno. Terras que em 1854 faziam parte do território da Vila Leopoldina. Um dos filhos de José Joaquim foi Antonio Maurício Barbosa, o doador do território onde está a Usina Maurício, no distrito de Piacatuba.
Segundo Luiz Eugenio, Luiz Botelho Falcão V instalou a primeira fábrica de manteiga em Leopoldina, por volta de 1907, localizada na Rua Cotegipe.
Luiz V e Ernestina tiveram os seguintes filhos: Jahir (1898), Jupira (1900-1905), Jakson (1903); Judith (1905); Jandira (1907); Jopson (1910-1911); Jacira (1911); Juracy (1914); e, Junis Botelho Falcão, nascido dia 02.02.1918 e falecido a 10.11.1918. Todos iniciados por “J”, para não fugir à regra dos seus pais que repetiram o primeiro nome em todos os filhos.
Depois de tantos nomes e letras repetidas, o Trem de História também se repete. Faz mais uma parada necessária, para seguir viagem na próxima edição deste Jornal, trazendo outros filhos de Luiz Botelho Falcão IV. Aguardem.
 

Fontes consultadas:
Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 02 bat fls 30 termo 270, fls 40 termo 370, bat fls 131 termo 1247, fls 156 termo 1492; lv 03 bat fls 3, fls 153v; lv 04 bat fls 142v termo ordem 1397; lv 07 bat fls 131v termo 2061;. lv 10 bat fls 36 termo 48;. lv 11 bat fls 91 termos 34 e 35;. lv 14 bat fls 7 termo 179; lv 15 bat fls 56 termo 12; lv 17 bat fls 58 termo 444; lv 2 cas fls 172 termo 208.
Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Leopoldina, MG, lv 2 fls 9 sep. 158, fls 38 nr 71, fls 87 nr 211.
Cemitério Público de Leopoldina, MG (1880-1887) (Livro 1880-1887), folhas 32 sepultura 975.
A Ordem (Manhuaçu, MG), 1892 12 mar ed 150 p.3.
Minas Geraes (Belo Horizonte), 1892 15 ago ed 113 p.3; 1892 7 set ed 135 p.2 e 1893 18 junho ed 163 p.7
O Estado de Minas Geraes (Ouro Preto), 1891 11 abril ed 145 p 4.
O Pharol (Juiz de Fora), 1890 16 julho ed 166 p.2 e ed 232 de 1 out 1890 p.4.
BOTELHO, Luiz Eugênio. Leopoldina de Outrora. Belo Horizonte: s.n., 1963. p.60 e p.103
BOTELHO, Luiz Rousseau. Dos 8 aos 80. Belo Horizonte: Vega, 1979. p.305
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