07/08/2014 às 11h15min - Atualizada em 07/08/2014 às 11h15min

Saúde!

As eleições estão se aproximando, venho abordando alguns temas de interesse público. Dessa vez, abordo a questão da saúde. Um tema muito complexo e profundo, ficando difícil de comentar em poucas linhas. Dessa forma, vou me ater a um assunto específico, a questão dos médicos, falando sobre o Programa Mais Médicos.

Depois das manifestações populares, onde o povo saiu às ruas por um país melhor, cobrando dos governos melhores serviços, principalmente na saúde, a presidente Dilma tomou uma importante medida, criou o Programa Mais Médicos, importando médicos estrangeiros, visando suprir a carência de médicos, principalmente, no interior.

O programa não foi criado do dia pra noite, muito menos foi uma invenção do PT. Pelo contrário, há muito tempo vem sendo discutindo e aplicado. Vale lembrar que, entre 1998 a 2003, no governo de FHC/PSDB, médicos estrangeiros vieram para o Brasil. Naquela época, a Revista Veja, que hoje manifesta contra a vinda dos médicos estrangeiros, tendo em vista fazer oposição ao governo do PT, publicou na edição 1620, de 20 de Outubro de 1999 a seguinte matéria: “O milagre veio de Cuba”. No texto, a Revista Veja descreve a precária situação do hospital do município de Arraias, em Tocantins, dizendo: “Faltavam médicos que quisessem aventurar-se naquele fim de mundo”. Foi quando a cidade conseguiu importar cinco médicos da ilha de Fidel e, assim, abrir as portas do hospital.... O milagre veio de Cuba”.

Como vimos, a carência de médicos é antiga; e aumentou durante o período neo-liberal, devido o sucateamento do setor público, falta de investimentos, principalmente na educação, visando favorecer o setor privado. No caso da educação, nesse período não foi criada nenhuma universidade pública, incentivando as instituições privadas, favorecendo uma minoria que poderia pagar.

Por um longo período formamos apenas um padrão de médicos: brancos e rico$. Médicos que concentraram nos grandes centros, preferindo atender em consultórios particulares. Poucos foram para o interior e para o setor público.

Os poucos médicos que atuavam no setor público davam cartas. Escolhiam onde e quando trabalhar. Os governantes se tornaram refém desse modelo. Como mostram algumas denúncias que foram divulgadas pela mídia. Destaco o caso da médica que foi flagrada fraudando o sistema de controle de ponto, utilizando dedos de silicone, com as digitais de colegas, que não compareciam no local de trabalho. Além de outras denúncias que mostram médicos descumprindo a carga horária, indo embora mais cedo. Fora os médicos que sequer olham na cara dos pacientes.

Claro que não podemos generalizar. São poucos casos como esses. Temos bons médicos, que se dedicam a profissão, trabalhando no setor público, apesar de todas as dificuldades, sendo poucos valorizados, trabalhando em locais sem infraestrutura e atendendo uma grande demanda de pacientes. Esses, são heróis.

A respeito da formação de médicos, tivemos um avanço no Governo Lula/PT, que voltou a investir no setor educacional, no fortalecimento do Estado. Durante o seu governo, tivemos a construção de 13 universidades públicas, tendo vários cursos na área de medicina, além da criação de programas como o Prouni, dando bolsas de estudos nas instituições privadas, inserindo milhares de pessoa no curso superior.

Vale destacar que, para se formar um médico, dura em torno de 10 anos. Como o PT tem 11 anos no governo, a grande maioria dos futuros médicos ainda está cursando universidade, mas que em breve estará atendendo a população. E não será aquele velho padrão burguês: brancos e rico$. Teremos médicos negros, índios, portadores de necessidades especiais, pobres, filhos de trabalhadores... uma grande variedade de profissionais. Destaco também a política de incentivo que o governo vem fazendo para os médicos atuarem em locais que mais precisam, combatendo a concentração de médicos nos grandes centros.

Dando continuidade na formação de mais médicos, a presidente Dilma prevê a criação de 11.447 vagas em faculdades públicas e privadas de medicina até 2017. O MEC autorizou a abertura de oito novos cursos de medicina nas universidades federais em cidades do interior do país.

Nunca antes na história desse país tivemos tantos investimentos na formação de médicos. Enquanto os médicos brasileiros não chegam no mercado de trabalho, devemos recorrer aos médicos estrangeiros, principalmente, os cubanos, que são referência na área de saúde.

A respeito dos médicos estrangeiros, alguns chegaram à região. Vieram para Cataguases quatro médicos, todos cubanos: Dr. Erosmel Rivero Izquierdo, Dra. Liannispall Cedeno, Dr. Lazaro Aleido Garcia Betancourt e Dr. Luis Felipe Giron Cardona.

Tive a honra de conhecê-los pessoalmente, numa festa no bairro Vila Reis. Festa!? Isso mesmo, numa festa. O que cai por terra às críticas feitas por alguns, dizendo que os cubanos não podem sair, conversar, passear ... pois são vigiados por espiões a mando de Fidel Castro (rsrs).

Não tem nada disso. Os médicos cubanos andam livremente, são simpáticos, atenciosos e bons de papo. Falam bem a nossa língua, adoram conversar. Venho mantenho contato com alguns deles através do facebook. Facebook!? Sim, facebook. Os cubanos têm facebook. Os cubanos utilizam as redes sociais para manter contato com seus familiares que estão em Cuba. O que também cai por terra às críticas a Cuba, dizendo que o povo cubano não tem acesso a internet, as informações, redes sociais...

Sobre o trabalho dos médicos cubanos, venho conversando com alguns populares. A grande maioria das pessoas com que conversei está gostando do atendimento. Lembro de uma charge, onde um repórter pergunta a um paciente se ele prefere o médico brasileiro ou o estrangeiro. O paciente responde: antigamente não tinha nenhum, hoje podemos escolher.

Não tem por que sermos contra os médicos estrangeiros. Devemos recebê-los de braços abertos. Agradecer pela ajuda. Sejam bem-vindos! 

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