29/05/2017 às 09h35min - Atualizada em 29/05/2017 às 09h35min

O CODIFICADOR DO ESPIRITISMO

Desde há muito tempo eu venho recebendo perguntas inúmeras sobre vários pontos concernentes à doutrina que professo, o Espiritismo.
Algumas pessoas têm dúvidas, outras, simplesmente, curiosidade e existem aquelas que esperam uma resposta consoladora para as suas aflições.
Iniciaremos, então, com uma breve recordação de história de seu codificador e da codificação, propriamente dita.

Hippolyte Léon Denizard Rivail  nasceu em Lyon, França, a 03 de outubro de 1804  e desencarnou em Paris, em 31 de março de 1869.
Casado com Amélie Gabriele Boudet, foi influente educadorautor e tradutor francês, discípulo do reformador educacional Johann Heinrich Pestalozzi e um dos pioneiros na pesquisa científica sobre fenômenos paranormais (mais notoriamente a mediunidade), assuntos que antes costumavam ser considerados inadequados para uma investigação do tipo.

O professor Rivail escreveu diversos livros pedagógicos, os quais não citaremos aqui, para não nos alongarmos, mas na enciclopédia Barça, ou outra que compulsemos, teremos a relação completa destas obras.

No livro “Obras Póstumas”, o codificador explica que em 1854, foi interpelado por um amigo seu, o sr. Fortier, que o convidou para uma sessão onde as mesas dançavam. O convite não foi aceito.

Mais tarde, noutra ocasião, o mesmo sr. Fortier novamente o convida, dizendo que agora, as mesas não somente se movimentavam, como respondiam a perguntas, ao que o prof. Rivaill responde: ”isto agora é outra questão. Só acreditarei quando o vir e quando me provarem que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que possa tornar-se sonâmbula. Até lá, permita que eu não veja no caso mais do que um conto para fazer-nos dormir em pé.”

Somente no ano seguinte, 1855, o Prof, Rivaill dignou-se a ir numa dessas reuniões.
Segundo o mesmo livro, “Foi aí que, pela primeira vez, presenciei o fenômeno das mesas que giravam, saltavam e corriam em condições tais que não deixavam lugar para qualquer dúvida. Assisti então a alguns ensaios, muito imperfeitos, de escrita mediúnica numa ardósia, com o auxílio de uma cesta. Minhas idéias estavam longe de precisar-se, mas havia ali um fato que necessariamente decorria de uma causa. Eu entrevia, naquelas aparentes futilidades, no passatempo que faziam daqueles fenômenos, qualquer coisa de sério, como que a revelação de uma nova lei, que tomei a mim estudar a fundo.”

Após estudo sério e metódico, o Prof. Rivaill edita e lança, em 1857, O Livro dos Espíritos e, fato interessante, adota o pseudônimo de Allan Kardec (nome pelo qual ele tivera uma reencarnação nas Gálias), para fazer uma diferenciação da Codificação Espírita em relação aos seus anteriores trabalhos pedagógicos.
 
Segundo as palavras do próprio codificador no livro “O Que é o Espiritismo”: “Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.”
 
Em 1861, lança o Livro dos Médiuns; em 1861, O Evangelho segundo o Espiritismo; em 1864; O Céu e o Inferno, em 1865 e A Gênese, em 1868.
Além delas, como Kardec, publicou mais cinco obras complementares:

Revista Espírita (periódico de estudos psicológicos), publicada mensalmente de 1858 a 1869;
O que é o Espiritismo? (resumo sob a forma de perguntas e respostas), em 1859; Instrução prática sobre as manifestações espíritas (substituída pelo Livro dos Médiuns); O Espiritismo em sua expressão mais simples, em 1862; Viagem Espírita em 1862 (1867)

Após o seu falecimento, viria à luz:
Obras Póstumas, em 1890.

Para terminarmos nossa humilde explanação sobre o codificador da Doutrina Espírita, citaremos o engenheiro francês  Gabriel Delanne, que, em carta publicada em 1907, escreveu:
  “Substituindo a fé cega numa vida futura, pela inquebrantável certeza, resultante de constatações científicas, tal é o inestimável serviço prestado por Allan Kardec à humanidade.”  
 
E nas palavras do brasileiro Alexander Moreira-Almeida, coordenador da "Seção de Espiritualidade, Religiosidade e Psiquiatria" da Associação Mundial de Psiquiatria: “Kardec foi um dos pioneiros a propor uma investigação científica, racional e baseada em fatos observáveis, das experiências espirituais. Desenvolveu todo um programa de investigação dessas experiências, ao qual deu o nome de Espiritismo”.
 
Allan Kardec, em 31 de março de 1869, vitimado pela ruptura de um aneurisma, desencarna, deixando sua tarefa concluída.
O Espiritismo estava consolidado na Terra, sendo a figura do consolador prometido por Jesus.
 A Allan Kardec, toda minha, nossa gratidão.
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