Maurício Teixeira Toda doutrina religiosa se baseia em duas premissas: a crença na existência de Deus e a existência, no homem, de um princípio imaterial e que sobrevive à morte do corpo físico, denominado essência, alma, espírito.
O que é este princípio, ou melhor, o que é a alma, essência ou espírito?
Para os materialistas, é o princípio da vida orgânica material; não tem existência própria e se extingue com a vida. De acordo com esta opinião, a alma seria um efeito e não uma causa.
Para os Panteístas, a alma é o princípio da inteligência, agente universal de que cada ser absorve uma porção e após a morte, cada fagulha volta à fonte comum, confundindo-se no todo, como os córregos e os rios confundem-se no mar.
Para os espiritualistas, enfim, a alma é um ser moral, distinto, independente da matéria e que conserva a sua individualidade após a morte, sendo causa e não efeito.
Como estamos inseridos nas filosofias espiritualistas, obviamente partiremos do ponto da aceitação da existência, individualidade e sobrevivência da alma!
Agora outra questão se apresenta: já que a alma sobrevive à morte do corpo físico, qual será a sua condição, após este fato?
Novamente nos deparamos com algumas visões:
Para uns a alma, como falamos, retorna ao todo universal, como os rios no mar.
Para outros a alma vai para o céu, se foi boa durante a vida física; para o inferno, se foi ruim, ou para o purgatório, se não foi nem boa nem ruim.
Para outros, ainda, a alma ficará adormecida até o dia do Juízo Final, quando, aí sim, Deus as julgará e as levará, para o céu ou para o inferno, não existindo, para estes, o purgatório.
Isso sem contar muitas outras conceituações, que cada doutrina religiosa tem, como os Budistas, Taoístas, Mazdeístas, etc...
Mas, como o Espiritismo interpreta a situação da alma, após a morte do corpo físico?
Inúmeras experiências foram realizadas onde almas de pessoas comuns que, após a morte física, foram evocadas, não somente na Sociedade Espírita de Paris, mas em inúmeras outras espalhadas pelo mundo e até por cientistas renomados, como Sir Arthur Conan Doyle, William Crookes Alexandre Aksakof, Charles Richet, Enrico Morselli, Pierre Curie, dentre outros e responderam, através de médiuns, a muitas questões propostas.
Assim, após estudos aprofundados e longos, o Espiritismo conceitua alma como sendo o ser imaterial e individual que existe em nós e sobrevive ao corpo.
Muitos podem dizer que isso não prova nada, uma vez que esses estudos poderiam ser tendenciosos, mas como explicariam então, o fato da mãe do jurista Cesare Lombroso (1835-1909), morta, conversar com ele através da médium Eusápia Paladino (1854 - 1918) e comentar fatos que somente os dois conheciam, se não houvesse imortalidade e individualidade?
Como nosso intento não é polemizar, mas esclarecer, não citaremos outros, a não ser o incontestável fato de Jesus ter se mostrado individual, imortal, para os seus discípulos.
De retorno ao nosso tema, estas experiências revelaram a alma como sendo um ser consciente que, após a morte do corpo físico, sofre as consequências de seus atos perpetrados enquanto “viva”.
Esta alma poderá ser tão feliz quanto o possível, se sua consciência estiver tranquila mas sofrerá as agruras que plantou, se não tiver tranquilidade consciencial.
De acordo com seus atos durante a “vida”, habitará o céu ou o inferno, que são, na realidade, estados mentais, inexistindo fisicamente, mas que gerarão paz interior ou tormento, dependendo deste estado de consciência.
Assim, para o espiritismo, a alma é O ser individual, imortal, imaterial, que antecede e sobrevive ao corpo físico, consciente de sua realidade e que assume e responde, com responsabilidade, sobre as ações perpetradas por ela durante toda a sua vida física.
Saber isso não nos dá um sentimento de alegria, de gratidão ao Criador, que nos fez imortais e perfectíveis, afim de alcançarmos s felicidade imorredoura?