02/02/2017 às 08h57min - Atualizada em 02/02/2017 às 08h57min

Dr. Nelsinho encerra atividade de colaborador do jornal Leopoldinense

O advogado Nelson Vieira Filho, que durante anos manteve sua coluna quinzenal na página 2 do Jornal Leopoldinense, resolveu dar um tempo na atividade atendendo a orientação de sua médica cardiologista.Para encerrar a série de artigos publicamos o último texto de sua autoria onde ele explica os motivos da interrupção. Nesta oportunidade, agradecemos publicamente ao Dr. Nelsinho e manifestamos a ele o mesmo carinho que dedicou ao jornal durante o tempo em que contribuiu para o engrandecimento de nosso periódico. Eis o texto de despedida:
 
INTÉ
 
Nelson Vieira Filho
 
Seria o tema desta edição 324, a constância com que têm sido  legalmente  guinchados veículos  que estacionam  de forma irregular  nos logradouros leopoldinenses. O carnaval está chegando, aqui virão centenas de não residentes. Já que não posso mandar, sugiro que parentes, amigos, até  desconhecidos, com solidário interesse,  sejam alertados desde já, por cartas, telefonemas, recados e por todos os recursos eletrônicos que hoje abundam, que, em Leopoldina, se estacionar errado, o guincho vai chegar.

Estava  me articulando para escrever sobre o Dr. Oleskis Martinez Zabela, o médico cubano com que o projeto ‘Mais médicos para o Brasil' nos presenteou.

Dr. Oleskis, ao que se diz,  está se despedindo de Leopoldina e a ele todos devemos gratidão pela competência, educação e zelo com que aqui exerceu seu mister.

Plebeu, meu avô paterno, o português Dídimo, sempre recitava “não há  mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe”.

Agora, assunto para mim desagradável. Depois de muita reflexão, concluí com segurança: “faltava o empurrãozinho mortífero; ele ocorreu”.

Foi ficando difícil !  Não tenho condições para entender revoltas como as despertadas por meu texto “O mundo vai terminar em papel”. Aborrecem-me e, na altura de minha vida,  não há como absorvê-las. Nada ganhei(nem preciso) financeiramente como titular do cantinho de fls. 2, mas sempre me alegrou ser gentilmente abordado nas ruas, com elogios e até agradecimentos,  por pessoas, até desconhecidas,  que espontaneamente se dizem leitores fixos e satisfeitos.  

Fiquei estupefato ! Em momento algum faltei ao respeito com alguém. No colégio, ninguém falava Professor ou Senhor Machado, todos falavam Machado, como ninguém falava Professora Regina, nem Dr. Barcellos, nem Professor Bertochi, nem Professor João Batista, nem Professora Guilhermina, nem Professor Hudson, nem Professora Judite, nem Professor Moura, nem Professora Belinha. 

O Professor Machado era temido pelo rigor com que lidava com os alunos e, se valesse a pena, eu poderia apanhar muitas assinaturas confirmatórias de alunos(as) que o tiveram como mestre competente. Só os filhos e filhas de componentes do corpo docente que não foram meus contemporâneos no mesmo educandário em que fui aluno  de meus 15 aos 18 anos é que não ouviram seus pais serem citados (sem intenção de faltar ao respeito)   apenas pelo nome ou pelo sobrenome civil.

Reiteração da leitura de meu artigo “O mundo vai terminar em papel”  permitirá,  a quem o  fizer,  perceber  que, ao  mencionar a figura de Joaquim Guedes Machado até destaquei com ênfase a bondade de sua alma ao me aconselhar a deixar o Científico e ir para o Clássico. Falhei ao não ressaltar que tal atitude do Professor Machado até nos aproximou.  E em jornal nunca será narrado um divertidíssimo diálogo  havido entre nós, possivelmente em 1956, depois que ele me chamou para uma  conversa particular.

A quem protestou nada tenho que responder, pois nada me foi perguntado.
 
Então, Luiz Otávio, a você, com seu descortino, sua pertinácia e sua honradez, à sempre  amiga Zezé pela isenção e criatividade na sua “ponto & vírgula”, ao sempre disponível João Gabriel, de vigor  inquebrantável e repórter  de capacidade admirável, ao fantástico Luciano, com seu leque  de atividades informativas ou cômicas sob o manto do Trem Doido (suas charges são um refrigério para qualquer tristeza), enfim, à família Meneghite do Leopoldinense, o meu muito obrigado pela excelência do jornalístico convívio sadio em tantos anos, convívio que  certamente  se eternizará  no cotidiano.
 
Aos que involuntariamente desagradei por falhas ou omissão, minhas desculpas. Aos leitores, que muito me incentivaram e até envaideceram, minha sinceríssima gratidão.
 
Despertado por famosa frase de Ulysses Guimarães e provavelmente compelido pelo ardente desejo de dilatar meu prazo terreno para continuar a curtir meus dois maravilhosos netinhos, eu encerro minha atividade como cronista/articulista do nosso querido quinzenário Leopoldinense, mencionando parte de uma linda e profunda canção católica: “tudo passa nesta vida, a tristeza e a dor ... mas permanece o amor” !
 
Formulo votos de que todos possamos   exercitar nossas  sadias atividades e  confesso que a minha favorita é ver futebol e vôlei na TV, deleitando-me sempre com uma deliciosa pipoca Yoki, de insuperável sabor.
 
Inté !
Nelsinho
Em 16.01.2017


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