04/04/2017 às 10h06min - Atualizada em 04/04/2017 às 10h06min

Cocô de cães em praça pública é alvo de reclamações de usuários

O que chama atenção é que não são apenas cães abandonados que estão emporcalhando as vias públicas.

Luiz Otávio Meneghite
Praça Felix Martins (Foto: João Gabriel B. Meneghite)
Depois da transformação porque passou, tornando-se um dos mais belos espaços públicos de Leopoldina, a Praça Félix Martins vem sofrendo uma agressão da parte de alguns frequentadores que levam seus cães encoleirados para um passeio matinal. Alguns proprietários de cães já carregam consigo pequenas sacolas plásticas com as quais recolhem os dejetos dos animais, mas estes, infelizmente, ainda são minoria.

No último domingo, 2 de abril, eu fazia minha caminhada matinal ao lado dos jornalistas Fernanda Espindola e João Luiz Pacheco, na Praça Félix Martins, e tivemos nossas atenções voltadas para uma senhorinha que passeava com dois cães com aparência de que recebem cuidados de pet shops. Em determinado momento ela dá uma parada para que um dos animais fizesse cocô, exatamente no meio passeio por onde passam as pessoas em caminhada.

João Luiz teve vontade de se aproximar da senhorinha e explicar a ela que aquilo estava errado e que ela deveria utilizar uma sacolinha para recolher os dejetos. Mas, ficou só na vontade, pois teve receio que fosse mal interpretado. Morador no Rio de Janeiro até pouco tempo, quando se aposentou e resolveu voltar à terra natal, João lembrou que na Cidade Maravilhosa, quem for flagrado em situação semelhante à da jovem senhorinha, recebe uma multa. Ao lado, Fernanda, que divide residência entre Leopoldina e Rio, concordou, acrescentando que no Rio, até guimbas de cigarros atiradas ao chão podem resultar em multa.

No Rio de Janeiro, por exemplo, a punição para quem não recolhe as fezes dos animais é uma multa de R$98,00. Já em Curitiba, a multa prevista é de R$150,00. Campinas, São José do Rio Preto, Belo Horizonte, Montes Claros, Sete Lagoas, Vitória, Santo André, Santos, entre outras, são algumas das centenas de cidades no país que já regulamentaram leis que punem donos que não apanham a sujeira deixada pelo cachorro.

O que chama atenção é que não são apenas cães abandonados que estão emporcalhando as vias públicas. Os chamados ‘cachorrinhos de madame’, que recebem tratamento vip de seus donos em pet shops, não estão recebendo os devidos cuidados de seus donos em recolher suas fezes durante o passeio, geralmente pelas manhãs, nas ruas e praças de Leopoldina.

Para refrescar a memória

Há algum tempo, o jornal Leopoldinense publicou uma matéria sobre o assunto mostrando que incomodados com a grande quantidade de dejetos de cachorros encontrados nas ruas e passeios do bairro, moradores do Vale do Sol começaram a espalhar placas de alerta, bem humoradas, com o objetivo de sensibilizar os donos dos animais a recolherem as fezes durante os seus passeios diários.


Naquela ocasião, um morador que preferiu não ter o seu nome revelado para não entrar em litígio com vizinhos disse ao jornal Leopoldinense que alguns proprietários de cães já carregam consigo pequenas sacolas plásticas com as quais recolhem os dejetos dos animais. Mas, disse ele na oportunidade: “infelizmente é uma minoria educada que assim procede e um grande número de pessoas não está nem ai com a sujeira feita pelos seus cachorros e emporcalham nossos passeios. O jeito foi apelar para as placas para ver se eles se envergonham, mas não tem jeito. Acredito que a solução seria fazer uma lei que multe os porcalhões porque se mexer no bolso ele podem tomar mais cuidado”, disse o morador.

Uma moradora fez coro com o vizinho incomodado e disse acreditar que já exista alguma lei que responsabilize proprietários e acompanhantes de animais pela limpeza e remoção imediata dos dejetos eliminados em espaços públicos com a aplicação de multa pela desobediência. Para ela, “os proprietários ou acompanhantes de animais devem portar meios para proceder a limpeza e remoção imediata dos dejetos produzidos por esses animais, nos logradouros e outros espaços públicos, deixando-os devidamente acondicionados, de forma hermética, para evitar qualquer insalubridade”. Afinal, diz ela, “é preferível prevenir porque o cocô de cachorro pode transmitir doenças ao ser humano”.

Deixar coco dos cachorros na calçada pode provocar doenças

Muitas pessoas não sabem os perigos escondidos nas praças e ruas da cidade, porque além dos riscos a que são submetidas diariamente com animais errantes e desconhecidos, ainda existem os riscos proporcionados por alguns donos de cachorros que não se responsabilizam pelas fezes do animal. Além de demonstrar falta de cidadania, não recolher o cocô do cão pode prejudicar a saúde de outros. Bicho geográfico, que causa coceira e lesões, o bicho do pé, e a toxocaríase, um parasita que pode afetar o fígado e se instalar no aparelho digestivo, são algumas das doenças que podem ser causadas por esse problema. O principal alvo acaba sendo as crianças porque sentam no solo e caminham de pés descalços desprotegidos, colocam a mão na terra e podem ingerir ovos do parasita.

Fonte: Ministério da Saúde


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