07/08/2017 às 09h22min - Atualizada em 07/08/2017 às 09h22min

‘Bastião Padeiro’ conta sua história com o futebol

Técnico conquistou muitos títulos para Leopoldina e vem revelando talentos na região.

João Gabriel B. Meneghite
Ele teve uma infância difícil, trabalhava vendendo pães e frutas. Como a maioria das crianças, gostava do futebol. "Eu não tinha condições de jogar bola, pois tinha que ajudar em casa - da escola ia direto para padaria", comentou Sebastião Cláudio Rodrigues Guimarães 'Badaró', o popular ‘Bastião Padeiro’. Em 1971 ele foi convidado a disputar um Campeonato no Jacarezão, denominação do campinho que ficava localizado nas proximidades da Agência da Previdência na Avenida Getúlio Vargas, onde foram disputadas muitas partidas acirradas organizadas por Caju, Pelezinho, Lelei e outros.
 
Lutou para comprar o seu primeiro calçado - um tênis Pampa, seguido de um Kichute. "Que saudade que dá do Kichute, era um cadarço enorme que agente enrolava até o joelho", recordou.  Ele teve uma passagem rápida jogando futebol em pequenos torneios realizados em Leopoldina, mas como técnico, têm uma história de títulos, formatando equipes competitivas ao longo desses anos e conquistando títulos para Leopoldina. "Minha infância foi marcada com muito trabalho e por isso, joguei muito pouco futebol. Meu pai passava dificuldades, trabalhava na fábrica de tecidos e tinha dia que não tinha o que comer. Então metia bronca e ajudava em casa".
 
Quando estava com 17 anos de idade formou seu primeiro time, pois gostava de orientar os jovens. Em 1978, em parceria com Iran Fajardo, treinou o União da Lajinha, conquistando muitos campeonatos. Também trabalhou com o prestigiado Rosário Central, que estava há 20 anos em ‘Jejum’.  "De cara fomos campeões e tivemos uma sequência de títulos. Foram tantos times que treinei que a memória falha", justificou ‘Bastião’ ao relembrar sua trajetória.
 
O destaque do técnico em Leopoldina chamou tanta atenção que um jogador profissional do América de Três Rios, o ‘Peão’, o convidou para participar da comissão técnica da equipe juvenil do time daquela cidade fluminense. Lá, eles foram campeões da Copa Internacional da Amizade, vencendo times como o Nova Geração, do Zico, entre outros.

Bastião Padeiro - Campeão Internacional pelo América.
 
O América abriu as portas para ‘Bastião Padeiro’ e consequentemente para os atletas de Leopoldina, que tiveram oportunidades por intermédio dele de treinarem em um clube expressivo. "Levei muitos jogadores para lá como o Pejô, Alexandre Silva, o Cafezinho, Douglas e Quim de Cataguases, o Darlan Valentim, Alexandre Real e muitos outros como Macarrão, Dendê e Delani.  Alexandre Real, por exemplo, está brilhando no futebol participando de comissões técnicas de grandes clubes, além de ter passagem pela Seleção Brasileira. O Real tem tudo para ser um grande técnico e fico imensamente orgulhoso dele ter tomado gosto do futebol por minha causa. O levei para o América e ele fez um golaço de cabeça no Carlos Germano, do Vasco, justamente em cima do seu time de coração. O cara é um monstro e sabe muito coisa de futebol. Ele faz parte do Leopoldina Futebol Clube, fundado em 2012 e têm ajudado muito no desenvolvimento do time”, recordou.
 
No América, Sebastião Cláudio Badaró trabalhou por oito anos e retornou para Leopoldina, onde vêm formado equipes competitivas, conquistando títulos e revelando talentos. "O Nonoca, por exemplo, treinou com o Zé Roberto na quinta-residência e jogou conosco no período de 2012 a 2015. Depois se destacou no Ribeiro Junqueira e foi para o Cruzeiro. Hoje fico muito feliz de ver esse jovem no time principal do Cruzeiro. Se eu for listar os jogadores que trabalharam comigo, ficarei o dia inteiro escrevendo, mas destaco também outro atleta na atualidade que está no profissional: o Humberto, que joga na região de Goiás", comentou.

Recentemente o time do Leopoldina Futebol Clube foi disputar um torneio regional no município de Goianá, consagrando-se campeão na categoria sub-13, vencendo o Democrata de Além Paraíba por 2 a 1. Segundo o técnico ‘Bastião Padeiro’ o seu time está há um ano jogando e só tiveram uma derrota. Ele também levou uma equipe sub 16, mas não obteve êxito.


 
Confira a lista dos jogadores
 
ALEX JUNIOR, L HENRIQUE, DIEGO, FILIPET, KELVIN, CÁSSIO, JOÃO PEDRO, THIAGO, WISLEY, VICTÖRIO, CÃUAN, PABLO,RAMON,I ARTHUR, JOÃO AUGUSTO, JOÃO LUCAS,BRUNO, ENZO, DIOGO, GABRIEL ASSIS. 

Os treinamentos do Leopoldina Futebol Clube ocorrem de segunda a sexta-feira, no Estádio Octacyr Lacerda França, sede da LEL - Liga Esportiva Leopoldinense. O time tem contado com ajuda de parceiros fundamentais como a própria LEL, além de voluntários como o Cabo da Polícia Militar Marcelo Miranda, que é educador físico e fisioterapeuta, colaborando nos treinamentos. "É muito gostoso ver o sorriso no rosto dessa molecada. Prezamos muito pelo respeito e boas maneiras. Quando chega uma visita, todos cumprimentam. Aqui não há espaço para ignorância e quem a pratica não treina. Colaborar para afastar esses jovens do mundo das drogas vale mais do que títulos. Sempre converso com eles e prego muito a questão do estudo. Em primeiro lugar eles tem que estudar, em segundo estudar e em terceiro estudar", orienta o técnico.
 
O Leopoldina Futebol Clube já começou a desenvolver parcerias com objetivo de dar oportunidades para os jovens leopoldinenses. O CEU - Centro Esportivo Ubaense, que já vem desenvolvendo um trabalho com atletas da região, têm aproveitado destaques de Leopoldina. Dois jovens de Leopoldina estão a caminho de São Paulo, para realizarem testes no Palmeiras e segundo ‘Bastião Padeiro’, ambos têm muitas chances de ficarem. Ele mencionou ainda que deverá assinar convênio com um clube de São Paulo que tem parcerias com chineses que estão buscando revelar joias do futebol brasileiro.
 


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