19/09/2017 às 07h10min - Atualizada em 19/09/2017 às 07h10min

77% dos leitores gostariam de ter um médico estrangeiro no PSF de seu bairro

É importante registrar que em Leopoldina, os médicos cubanos suprem vagas onde se tinha encontrado dificuldade da permanência de profissionais brasileiros.

Luiz Otávio Meneghite
Assistimos como muita frequência em Leopoldina a Secretaria Municipal de Saúde promover processos seletivos simplificados para o preenchimento de vagas de médicos nas Unidades Básicas do Programa Estratégia de Saúde da Família. Quando conseguem preencher as vagas os profissionais ficam por pouco tempo. Por que razão isso acontece?
 
Seria o salário baixo? Segundo edital publicado no Diário Oficial dos Municípios Mineiros o vencimento de um médico de PSF com carga horária de 40 horas semanais totaliza R$10.986,96 entre salário e gratificações. Para uma carga horária de 20 horas semanais o total é de R$5.493,13 entre salário e gratificação.
 
Seriam as condições de trabalho? Publicamos aqui no jornal Leopoldinense que as estruturas das Unidades Básicas de Saúde que alojam os PSF’s estão sendo reformadas e recebendo mobiliário e equipamentos novos, enquanto outras estão em construção e com os recursos necessários para sua paramentação já garantidos.
 
Há poucos dias, em visita à redação do jornal Leopoldinense, o prefeito José Roberto de Oliveira revelou que no último concurso público promovido pela Prefeitura de Leopoldina mais de 30 médicos foram aprovados e ele chegou a pensar que o problema tinha sido solucionado, mas, a alegria durou pouco porque à medida em que fazia as convocações alguns profissionais não se apresentavam para serem nomeados e outros ficavam pouco tempo na função saindo em busca oportunidades em cidades maiores.

O problema não é exclusivo de Leopoldina, segundo a Associação Brasileira de Municípios, que já se mobilizou várias vezes para achar uma solução. Prefeitos de cidades de portes médio e pequeno têm grande dificuldade em contratar médicos. Oferecem salários relativamente altos e mesmo assim não preenchem todas as equipes. Segundo a entidade o déficit de profissionais é muito grande.
 
Os médicos cubanos em Leopoldina

Na ocasião da chegada dos médicos cubanos a Leopoldina no dia 22 de abril de 2014, a secretária Lúcia Gama contou ao jornal Leopoldinense que, o que ouviu dos três médicos durante a viagem para Leopoldina, a deixou entusiasmada. “É tudo o que sonhei para o Programa Saúde da Família em Leopoldina. Acredito, disse Lúcia, que a maior parte dos nossos problemas no setor serão resolvidos com esses profissionais

Na mesma ocasião, o Prefeito José Roberto também falou da chegada dos médicos cubanos: “É com grande satisfação que recebemos os três médicos, dentro do programa do Governo Federal e vamos dar toda assistência necessária, para o bom desempenho destes profissionais, priorizando cada vez mais, uma saúde melhor para os leopoldinenses”, finalizou.

O jornal Leopoldinense apurou que em todas as Unidades Básicas de Saúde de Leopoldina atendidas pelos médicos cubanos, o resultado foi satisfatório e aprovado pelas comunidades onde eles atuaram e criou-se grande a expectativa sobre a substituição desses profissionais após o prazo convencionado de três anos para a permanência deles no Brasil. Pessoalmente, posso atestar a excelente qualidade do profissional médico Oleski Savala que durante três anos atendeu na Unidade Básica de Saúde do Pirineus, bairro onde resido, e na Comunidade Rural dos Coelhos, onde atendia um dia na semana.

Quando noticiamos a saída dos médicos cubanos de Leopoldina, pois havia vencido o prazo convencionado de três anos para a permanência deles, o lamento nas redes sociais foi intenso. Assim como Oleski Savala, no Pirineus, a médica Lázara Milagros Velasco Gomes, deixou saudades na população atendida pela Unidade Básica do bairro Três Cruzes. A médica Marlene Muniz Tamaio, ainda permanece em Leopoldina porque contraiu matrimônio com um brasileiro e deve continuar trabalhando no Município.

O jornal Leopoldinense apurou que duas novas médicas cubanas já se encontram em Leopoldina para substituir os que foram embora. É importante registrar que em Leopoldina, os médicos cubanos não ocupam lugares de médicos brasileiros e suprem vagas onde se tinha encontrado dificuldade de permanência de profissionais locais.

Mas, a verdade é que continua a faltar médicos nas Unidades Básicas de Saúde de Leopoldina porque os brasileiros não permanecem por muito tempo por aqui.  Na visita do prefeito ao jornal, que citamos anteriormente, ele chegou a mencionar que talvez a solução fosse pleitear junto ao Programa Mais Médicos a vinda de outros profissionais cubanos para o município, além dos três que aqui já trabalham. Assim, nos ocorreu formular a enquete cujo resultado você vê no infográfico abaixo;

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