18/12/2017 às 09h51min - Atualizada em 18/12/2017 às 09h51min

Faleceu ‘Zé Biliza’, um dos pioneiros da retransmissão de TV em Leopoldina

Seu corpo foi sepultado no domingo, às 11:00 horas, no Cemitério Público Municipal Nossa Senhora do Carmo, em Leopoldina-MG

Faleceu no sábado, 16 de dezembro, aos 76 anos, o rádio técnico José Carlos de Oliveira, o Zé Biliza, um dos pioneiros da retransmissão de sinais de televisão em Leopoldina a partir do Morro do Cruzeiro, ao lado de Jaci Ribeiro, Zanoni Araújo, José Anselmino e José Silva. Seu corpo foi velado na Capela Mortuária Lions Clube e sepultado no domingo, às 11:00 horas, no Cemitério Público Municipal Nossa Senhora do Carmo, em Leopoldina-MG.

Zé Biliza deixou viúva Zinah Rayol de Oliveira, os filhos Andréa Rayol de Oliveira, Belisário Rayol de Oliveira, Marlene Rayol de Oliveira, os netos Bruno de Oliveira Monteiro, André de Oliveira Monteiro, Julia Rego Oliveira, o genro João Marcos Ladeira Monteiro  e a nora Ana Lúcia Melo Gomes Rayol.

Veja matéria relacionada a Zé Biliza no link abaixo:

A Televisão em Leopoldina

 
Zé Biliza - Por Nelson Vieira Filho (Dr. Nelsinho)

Eu era coordenador das candidaturas de meus correligionários a vereador. Solícito, apesar de não ser de nosso partido, o Dalmo Lamoia me emprestou, por uma noite e com horário restrito (porque iria usá-lo “mais tarde”), o maravilhoso carro de som que ele havia montado para sua campanha. Quem ficara de avisar o pessoal da região não foi eficiente (ou foi totalmente omisso). E o fdp. encarregado de convocar os candidatos nem sequer apareceu. No horário combinado, porém, o invejado carro de som chegou, tocou alguma música, com esforço subi as escadas e cheguei ao “palanque” e corajosamente anunciei “vamos dar início ao grandioso comício do PFL”. Convido o povo do bairro Bandeirantes e adjacências a se aproximar”. Mais música. Como o companheiro que se encarregara de convocar nossos candidatos não apareceu, deduzi que ele falhara também. Alguns minutos depois, observei que lá estávamos apenas eu, minha esposa Scarlet, o Zé Biliza (candidato) e a Maria do Carmo Farage Josetti (candidata) e, na plateia, assentada em cômoda cadeira à porta de sua casa, apenas uma senhora, que depois fiquei sabendo ali estar porque era hábito diário e não por causa do “comício”. Não havia mais como recuar, nem retardar. E lá fui eu “agora, nossa candidata a vereadora Maria do Carmo FarageJosetti”. Ela se apresentou, destacou ser irmã do Edgard Farage, um dos donos da Fábrica de Charretes Tupy que no bairro funcionava há muitos anos, pediu votos e com seu “desconfiômetro afiadíssimo”, muito rapidamente encerrou sua fala.   Como se enorme plateia ali estivesse, o candidato José Biliza, que em comícios anteriores sofria por lhe serem concedidos no máximo dois minutos, iniciou sua fala com seu tradicional linguajar.  E Biliza foi se agigantando, falando cada vez melhor, com mais entusiasmo. Enquanto se passavam 5 ou 10 ou 15 ou mais minutos, e dá-lhe Biliza falando empolgadíssimo, eu, única pessoa com ele no alto do carro do som, percebi que pessoas passavam e jamais paravam, pois estavam indo à Igreja próxima. Mesmo com a inegável capacidade oratória do Biliza, com sua admirável voz de locutor de Hora do Brasil, ninguém parou para ouvi-lo. Quando o próprio Biliza percebeu que estava falando apenas para si mesmo, ele resolveu parar, não sem antes, com extraordinária presença de espírito, aumentar a voz para dizer “obrigado à distinta plateia que enfrenta o frio e o vento desta noite para nos prestigiar; por fim, minha saudação especial a todas as famílias que, não estando aqui fisicamente, eu sei que atentas permanecem a nos ouvir assentadas nas confortáveis poltronas de seus aconchegantes lares”.  Contendo o riso, voltei ao microfone e falei “a pedidos, vamos encerrar nosso magnífico comício para não prejudicar o culto religioso que vai ter início agora na Igreja que ali vemos. Convido a todos para nos dirigirmos, em festiva carreata, ao Alto dos Pirineus, onde nosso candidato Dr. José Newton está iniciando o comício de hoje.” E lá fomos nós, apenas 3 carros, em “gloriosa carreata” atrás do possante carro de som, felizes por sairmos daquela situação, embaraçosa, mas sem dúvida extremamente divertida e hoje causadora de sonoras gargalhadas no momento em que a relembro.
 
 


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